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Disciplinando um caso de imoralidade

Fala-se muito por toda a parte da imoralidade sexual tolerada no vosso meio, tão má que nem sequer entre os gentios se encontra: um homem na vossa congregação está a viver em pecado com a mulher de seu pai. Como se justifica então a vossa presunção? Não seria antes caso para chorar de tristeza e tirar esse indivíduo do vosso meio?

Ainda que não esteja convosco, contudo, estou espiritualmente presente. E em nome do nosso Senhor Jesus Cristo já decidi o que deverá fazer-se. Devem convocar a assembleia da igreja, o poder do Senhor Jesus estará nessa reunião, e eu mesmo, em espírito, também estarei junto. E então entreguem esse homem a Satanás, para este o levar à beira da morte e assim haver a esperança de ele buscar a salvação, no dia em que o nosso Senhor Jesus Cristo voltar.

Não é bom que se gabem da vossa espiritualidade e que uma tal situação se mantenha. Não se dão conta que, ao tolerar-se que uma só pessoa continue a pecar, em breve todas as outras serão afetadas? Como é costume dizer-se: basta um pouco de levedura para fermentar toda a massa. Limpem-se pois de toda essa velha levedura; tornem-se uma massa sem fermento, para que todos se mantenham incontaminados. Cristo, o cordeiro da nossa Páscoa, foi sacrificado em nosso lugar. Celebremos pois essa festa espiritual, deixando para trás o fermento da maldade, a antiga vida, podre de tanto vício, de tanto pecado. Em vez disso, participemos nessa festa espiritual com o pão da sinceridade e da verdade.

Já antes vos tinha escrito que não se misturassem com gente imoral. 10 Mas não me estava a referir aos descrentes que vivem na imoralidade sexual, que são gananciosos, ladrões e que se entregam à idolatria, porque então seria necessário sairem do mundo. 11 O que eu queria dizer é que não devem associar-se com alguém que, dizendo-se cristão, continua a viver na imoralidade, na avareza, na idolatria, na maledicência, em bebedeiras e no roubo. Nem sequer comam com tais pessoas.

12 Não nos compete a nós julgar os de fora, mas é sem dúvida nossa obrigação julgar os que estão dentro da igreja e que estão a pecar dessa maneira. 13 Deus julgará os que estão de fora. E as Escrituras dizem: “Tirem o mau do vosso meio.”

Problemas entre os crentes

Quando têm alguma coisa contra outro cristão esperam que seja um tribunal secular a decidir a questão, em vez de a resolverem entre crentes? Não sabem que nós, os cristãos, haveremos de julgar o mundo? Como é que não são capazes de encontrar solução para essas pequenas divergências no vosso meio? Não compreendem que nós, os cristãos, julgaremos até os anjos? Por isso, deveriam ser capazes de resolver no vosso meio os problemas desta vida. Se têm questões legais para resolver, porque vão procurar juízes lá fora que não são respeitados pela igreja? Digo isto para vossa vergonha. Será que em toda a igreja não há ninguém capaz de resolver tais diferendos? É assim tão necessário que um cristão chegue ao ponto de meter um processo contra o outro e acusar o seu irmão na presença de descrentes?

Que tais processos possam existir já é uma derrota para vocês como cristãos. Porque não receber simplesmente a ofensa sem reagir? Seria melhor ficarem prejudicados. Em vez disso, vocês mesmos cometem injustiças e chegam a defraudar até os próprios irmãos na fé.

Não sabem que os injustos não podem participar no reino de Deus? Não se deixem enganar; ninguém que viva na imoralidade sexual, que pratique a idolatria ou o adultério ou a homossexualidade terá parte no seu reino. 10 Nem tão-pouco os roubadores, os avarentos, os bêbedos, os caluniadores, os violentadores. 11 E houve um tempo em que alguns de vocês foram como eles. Mas agora os vossos pecados foram lavados e foram separados para Deus, o qual vos justificou em razão daquilo que o Senhor Jesus Cristo e o Espírito do nosso Deus fizeram por vocês.

Imoralidade sexual

12 “Tudo me é permitido”, mas nem tudo convém. “Tudo me é permitido”, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma. 13 Por exemplo, a comida: Deus deu-nos apetite para o alimento e um estômago para o digerir. Mas um dia Deus acabará tanto com o estômago como com o alimento. Já com a imoralidade sexual o caso não é o mesmo, porque não foi para tal que os nossos corpos foram feitos, mas para Deus, que quer enchê-los de si mesmo. 14 Deus, pelo seu poder, ressuscitará os nossos corpos dentre os mortos, tal como ressuscitou o nosso Senhor Jesus Cristo. 15 Não estão a perceber que os vossos corpos são membros de Cristo? Sendo assim poderia eu tomar uma dessas partes de Cristo e uni-la a uma prostituta? Nunca! 16 Não sabem que aquele que se une com uma prostituta se torna parte dela e ela dele? Porque Deus diz-nos na Escritura: “E serão os dois como um só.”[a] 17 Mas aquele que se une ao Senhor torna-se um só espírito com ele.

18 Fujam de toda a imoralidade sexual! Nenhum outro pecado atinge tanto o corpo como este; é um pecado contra o nosso próprio corpo. 19 Não aprenderam já que o vosso corpo é um templo do Espírito Santo, que Deus vos deu e que, portanto, vive em vocês? Por isso, o vosso corpo não vos pertence. 20 Porque Deus comprou-vos por um preço elevado. Sendo assim, usem todo o vosso ser, tanto o corpo como o espírito, para a glória de Deus, porque lhe pertencem.

O casamento

Quanto àquele assunto sobre o qual me escreveram: “É bom para o homem não ter relações sexuais com uma mulher”, essa visão está errada. Visto que há tanta imoralidade sexual, o marido deve ter relações com a sua mulher e a mulher com o seu marido. O homem deve dar à sua mulher tudo a que ela tem direito como mulher casada e o mesmo deverá fazer a mulher. Uma mulher que casa deixa de ter direitos exclusivos sobre o seu próprio corpo, porque o marido passa também a ter direitos sobre ele. O mesmo acontece com o marido que deixa de ter direitos absolutos sobre o seu corpo e passa também a pertencer à sua mulher. Não recusem pois esses direitos um ao outro, a não ser por acordo mútuo, por tempo limitado, para poderem entregar-se mais completamente à oração. Depois devem juntar-se novamente, para que Satanás não possa tentar-vos por falta de domínio próprio. Não estou a dizer isto como uma ordem, mas como uma concessão em relação ao casamento. Eu, pessoalmente, gostaria que os homens fossem como eu. Mas não somos todos iguais. A uns Deus dá o dom de se casarem e a outros dá-lhes o dom de poderem ser felizes sem casar.

Agora eu digo aos que não casaram e às viúvas que é melhor se ficarem sem casar, como eu. Contudo, se não puderem dominar-se então que se casem. É melhor casarem do que arderem em paixões.

10 Quanto aos casados, tenho uma ordem a dar-lhes, que nem sequer é minha, mas algo que o Senhor mesmo estabelece. A esposa não deve abandonar o seu marido. 11 Mas se ela se separar dele, então que fique assim, sem tornar a casar, ou então que volte para o marido. E o marido não deve divorciar-se da mulher.

12 E aqui gostaria de acrescentar algumas sugestões minhas, embora não se trate de ordens diretas do Senhor. Se um cristão tem uma mulher que não é crente, e ela quiser ficar com ele, não deve deixá-la. 13 E se uma mulher cristã tiver um marido que não é crente, e ele quiser que ela permaneça com ele, não se divorcie. 14 Porque a esposa crente traz santidade ao seu casamento e o marido crente traz também santidade ao seu casamento. De outra maneira, os seus filhos não teriam uma boa influência, mas assim estão santificados.

15 Mas se o marido ou a mulher que não forem cristãos estiverem realmente decididos a separar-se, pois que o façam. Em casos desses, o marido ou a mulher cristãos não devem insistir para que o outro fique, porque Deus quer que vivamos em paz. 16 Contudo, vocês mulheres não sabem se os vossos maridos virão a salvar-se se ficarem e o mesmo para os maridos em relação às mulheres que queiram afastar-se.

17 Acima de tudo, é preciso que tenham a certeza de estar a viver como Deus pretende, casando-se ou não. Este é o meu critério para todas as igrejas. 18 Por exemplo, um homem que tenha sido submetido ao rito da circuncisão não procure tentar desfazer essa marca. Se, ao contrário, ainda não tiver sido circuncidado, também não deve fazê-lo agora. 19 Porque é indiferente que um cristão tenha ou não sido circuncidado. O que é importante é que ele procure fazer a vontade de Deus.

20 De um modo geral uma pessoa deve manter-se no estado em que Deus a chamou. 21 Se é escravo, que isso não se torne causa de aflição. Naturalmente, se tiver oportunidade de ficar livre, que a aproveite. 22 Aquele a quem o Senhor chama na condição de escravo, lembre-se que o Senhor o libertou da escravidão ao pecado. E aqueles que ele chamou sendo livres lembrem-se de que agora são como escravos de Cristo. 23 Porque foram comprados por Cristo, e por um alto preço, não se tornem agora escravos dos homens. 24 Queridos irmãos, seja qual for a situação em que alguém esteja ao tornar-se cristão, fique assim na sua nova relação com Deus.

25 Quanto às jovens que ainda não casaram, não tenho nenhum mandamento especial do Senhor. No entanto, o Senhor deu-me, na sua misericórdia, sabedoria na qual podem confiar e que partilho convosco. 26 Nós, os cristãos, enfrentamos grandes dificuldades nos tempos atuais; por isso, penso que é melhor para uma pessoa não casar. 27 Naturalmente que se alguém já estiver casado não vai, por isso, separar-se. Caso contrário, não se apresse a fazê-lo. 28 Entretanto, se um homem decidir ir para a frente com a sua decisão de casar, estará certo; e se uma rapariga casar, claro que não peca. Contudo, o casamento vai trazer-vos outros problemas que eu gostaria que não precisassem de enfrentar justamente agora.

29 O que é importante, irmãos, é lembrarem-se que o tempo que nos resta vai-se reduzindo. Por essa razão, aqueles que têm esposas deveriam manter-se tão livres quanto possível para o Senhor. 30 A tristeza, a felicidade e o poder de adquirir bens não deveriam impedir nunca ninguém de fazer o trabalho de Deus. 31 Aqueles que usufruem das coisas boas que a vida oferece devem usar delas, mas sem se deixar prender por elas; porque o mundo na sua forma atual acabará. 32 Em tudo o que fizerem gostaria que estivessem livres de preocupações. O solteiro dedica-se ao trabalho do Senhor e pensa em como agradar-lhe. 33 O que for casado cuida das suas responsabilidades terrenas e em como agradar à sua mulher. 34 Os seus interesses estão divididos. O mesmo acontece com uma rapariga que se casa. Quando solteira está desejosa de agradar ao Senhor em tudo o que pensa e faz. Mas uma mulher casada terá de considerar outras coisas, as tarefas terrenas e o dedicar-se ao seu marido.

35 Eu digo isto para vosso benefício e não para vos impor obrigações. O que eu quero no fundo é que tudo o que fizerem possa ajudar-vos a servir melhor o Senhor, com o mínimo de coisas que distraiam a vossa atenção dele. 36 Porque se alguém sentir que está a tratar com desrespeito a sua noiva e que deve casar, por razões de idade ou de necessidade, pois está certo, não peca; deve casar. 37 Por outro lado, se um homem tem suficiente domínio sobre a sua própria natureza para não casar, e decide então não casar, terá tomado uma decisão ajuizada. 38 Assim uma pessoa que casa faz bem e uma pessoa que não casa fará melhor.

39 A mulher está ligada ao seu marido todo o tempo que ele viva. Se ele morrer, fica então livre para se tornar a casar, mas só se o fizer com um homem que ame o Senhor. 40 Mas na minha opinião ela será mais feliz se não tornar a casar. E penso que ao dizer isto estou a dar-vos um conselho da parte do Espírito de Deus.

Comida sacrificada a ídolos

E agora, no que diz respeito ao assunto de comer alimentos que tenham sido sacrificados aos ídolos, todos parecemos saber o que está certo. Ainda que a fama de muita sabedoria torne as pessoas importantes, o que é realmente construtivo é o amor. Se alguém pensa que tem a resposta para todas as questões não está mais do que a revelar a sua ignorância. A pessoa que ama a Deus é aquela que Deus conhece.

Portanto, quanto a esse assunto, se devemos comer carne sacrificada previamente aos ídolos, nós sabemos que um ídolo não é coisa nenhuma. Só existe um Deus e nenhum outro. Segundo muita gente, existe uma quantidade de deuses, tanto nos céus como na Terra. Contudo, sabemos bem que há um só Deus, o Pai, a quem pertencem todas as coisas, e que nos fez para sermos dele. Também há um só Senhor, Jesus Cristo, que criou igualmente todas as coisas e nos dá a vida.

No entanto, alguns cristãos não compreendem isto. Durante toda a sua vida habituaram-se a pensar que a comida oferecida aos ídolos é realmente consagrada a deuses reais. E agora ao comerem tais alimentos isso perturba-os e fere a sua consciência sensível. É verdade que não alcançamos o favor de Deus por aquilo que comemos. Não nos tornamos piores por não comermos, nem melhores por comermos. Mas tenham cuidado ao usarem dessa liberdade de comerem seja do que for, para que não levem a pecar algum irmão cristão cuja consciência seja mais fraca.

10 Vejam o que pode acontecer se um crente fraco, que pensa ser mal comer desse tal alimento, vos vir a comer num templo de ídolos. No fundo, vocês sabem que não há mal nisso, mas ele será encorajado a violar a sua consciência, comendo aquilo que foi sacrificado a um ídolo, embora continuando a sentir que está a agir mal. 11 Dessa maneira, vocês que sabem não haver mal nisso, tornam-se responsáveis pelo dano espiritual causado a esse irmão cuja consciência é fraca, mas por quem Cristo, afinal, também morreu. 12 E pecar contra um irmão vosso, dando-lhe ocasião de fazer algo que pensa ser errado, é pecar contra Cristo. 13 Portanto, se o comer carne que tenha sido consagrada aos ídolos fizer com que o meu irmão em Cristo venha a pecar, nunca mais tomarei desse alimento para não ser uma razão de ele cair.

Footnotes

  1. 6.16 Gn 2.24.