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31 Assim que os dias dedicados à celebração e aos festejos passaram, todos os israelitas que se achavam ali saíram às cidades de Judá, despedaçaram as estátuas pagãs, cortaram e derrubaram os santuários pagãos, os obeliscos dedicados a esse culto, assim como os postes ídolos de Achera e outros centros pagãos de idolatria em todo Judá e Benjamim, e em Efraim e Manassés. Depois, cada um regressou às suas casas e às suas cidades.

Contribuições para o culto

(2 Rs 18.4)

Ezequias organizou os sacerdotes e os levitas por turnos, para oferecerem holocaustos e ofertas de paz e louvores e cânticos junto aos portões do templo do Senhor. Fez ele próprio uma contribuição pessoal de animais para as ofertas diárias, matinais e do final do dia, assim como para as ofertas semanais de sábado e mensais para as festividades da lua nova e outras celebrações, como era requerido na Lei de Deus. Além disso, mandou que o povo de Jerusalém trouxesse os dízimos aos sacerdotes e levitas, a fim de poderem dedicar-se inteiramente aos seus deveres, como a Lei do Senhor exigia.

O povo respondeu imediata e generosamente, trazendo os primeiros frutos das suas colheitas de trigo, vinho novo, azeite, mel e de tudo o mais; traziam o dízimo de tudo o que recolhiam e tudo era depositado em grandes montes. Aqueles de entre o povo que se tinham mudado para Judá, juntamente com o povo de Judá, também trouxeram os seus dízimos de gado, vacas e ovelhas, assim como daquilo que era consagrado ao Senhor, seu Deus. Os primeiros dízimos chegaram no terceiro mês e amontoaram-se até ao sétimo mês[a]. Quando Ezequias e as autoridades que o acompanhavam começaram a ver aqueles montes, deram graças ao Senhor e louvaram o povo de Israel.

O rei encontrou-se com os sacerdotes e levitas e trocaram impressões sobre aquele movimento de generosidade. 10 Azarias, o sumo sacerdote, da família de Zadoque, afirmou na ocasião: “Desde que estes dízimos têm chegado, temos tido o suficiente para nos alimentarmos, e o que aqui está é o que vai sobrando. O Senhor tem abençoado o seu povo!”

11 Ezequias deu ordens para prepararem dependências de armazenamento no templo. 12 Todos os fornecimentos foram trazidos à casa de Deus. Conanias, o levita, foi encarregado desses depósitos, auxiliado pelo seu irmão Simei. 13 Havia ainda os seguintes ajudantes: Jeiel, Azazias, Naate, Asael, Jerimote, Jozabade, Eliel, Ismaquias, Maate e Benaia. Todos eles foram nomeados pelo rei e por Azarias, o responsável pela casa de Deus.

14 Core, filho de Imna, o levita, que era responsável pela entrada do templo situada a oriente, ficou encarregado das ofertas voluntárias feitas a Deus e de administrar o que constituía um tributo para o Senhor e a parte mais sagrada das ofertas a ele destinadas. 15 Os seus auxiliares eram Éden, Miniamim, Jesua, Semaías, Amarias e Secanias. Os donativos eram distribuídos aos clãs dos sacerdotes, nas suas cidades, com toda a equidade, tanto por grandes como por pequenos.

16 Contudo, os sacerdotes que serviam no templo, e as suas famílias, recebiam diretamente no templo os seus fornecimentos, pelo que não eram incluídos naquela distribuição. 17 Os sacerdotes eram registados nas listas genealógicas, segundo os seus clãs; os levitas, a partir da idade de 20 anos, eram inscritos de acordo com os seus turnos de serviço. 18 Uma provisão regular de alimentos era entregue a todas as famílias de sacerdotes, devidamente inscritos, os quais não tinham outra fonte de recursos, visto que eram fiéis em se consagrarem.

19 Havia um sacerdote, entre os descendentes de Aarão, em cada uma das suas cidades, que tinha como função específica a entrega dos fornecimentos alimentares a todos os outros sacerdotes dessa área, assim como aos levitas devidamente registados.

20 Foi desta forma que o rei Ezequias superintendeu à distribuição realizada no reino de Judá, velando para que tudo fosse feito com justiça e verdade perante o Senhor, seu Deus. 21 Esforçou-se, tanto quanto possível, por encorajar o respeito pela casa de Deus, pela Lei e por buscar o seu Deus de todo o coração, e foi bem sucedido.

Senaqueribe ameaça Jerusalém

(2 Rs 18.13-37; 19.35-37; Is 36.1-22; 37.36-38)

32 Alguns anos mais tarde, e apesar da fidelidade do rei Ezequias a Deus, o rei Senaqueribe da Assíria invadiu Judá e pôs cerco às cidades fortificadas com a intenção de conquistá-las. Quando teve a certeza de que Senaqueribe tinha o intuito de atacar Jerusalém, Ezequias convocou os seus conselheiros e governantes para um conselho de guerra, tendo decidido tapar as fontes do lado de fora da cidade. Para isso, mobilizaram uma enorme quantidade de gente que, para além desse trabalho, também se empenhou no corte das águas do ribeiro que atravessava os campos: “Porque acharia o rei da Assíria tanta água?”, diziam eles.

Seguidamente, consolidou a sua defesa, reparando a muralha, onde havia fendas, e levantando, junto às torres fortificadas, outra muralha do lado de fora. Também reforçou a construção da fortaleza de Milo, na Cidade de David, e mandou fabricar grande quantidade de armas e de escudos. Mobilizou o exército e nomeou oficiais, mandando que se concentrassem nas campinas em frente da cidade, dizendo-lhes: “Esforcem-se e sejam corajosos! Não tenham medo do rei da Assíria nem do seu poderoso exército, porque connosco está quem é muito maior do que ele! O seu exército é grande, mas não passam de simples homens; nós temos o Senhor, nosso Deus, combatendo do nosso lado!” Estas palavras foram para eles de grande incentivo.

Senaqueribe, o rei da Assíria, enquanto sitiava a cidade de Laquis, enviou embaixadores ao rei Ezequias, com a seguinte mensagem dirigida ao povo de Jerusalém:

10 “O rei Senaqueribe da Assíria pergunta-vos: Pensam poder sobreviver ao cerco que porei a Jerusalém? 11 Não serve de nada que o rei Ezequias tente persuadir-vos a um suicídio coletivo, levando-vos a permanecerem na cidade, morrendo de fome e de sede, ao mesmo tempo que vos promete que o Senhor, vosso Deus, vos livrará do rei da Assíria. 12 O rei Ezequias foi quem mandou destruir todos os santuários pagãos sobre as colinas e ordenou que em Judá e Jerusalém se usasse unicamente o altar do templo, queimando apenas ali o incenso.

13 Não percebem que tanto eu como os outros reis da Assíria, antes de mim, nunca fomos impedidos de conquistar qualquer nação que atacássemos? 14 Qual foi o deus das nações já conquistadas que foi capaz de fazer alguma coisa para salvar essas terras? Digam-me o nome de apenas um que tivesse podido resistir aos nossos ataques. O que é que vos leva a pensar que o vosso Deus vos pode salvar? 15 Não se deixem enganar por Ezequias! Não acreditem nele. Repito, não houve deus, de nação nenhuma, que alguma vez tivesse sido capaz de salvar o seu povo da minha mão, nem dos meus antecessores; muito menos o vosso Deus o poderá fazer!”

16 O embaixador falou com desprezo pelo Senhor Deus e pelo servo de Deus Ezequias, com todos aqueles insultos. 17 Senaqueribe enviou, pelos embaixadores, cartas injuriosas contra o Senhor, o Deus de Israel: “Nenhum dos deuses das outras nações conseguiu salvar os seus povos das minhas mãos. O Deus de Ezequias também não conseguirá!”, escreveu ele. 18 Os embaixadores gritaram ameaças, em língua judaica, dirigindo-se ao povo que se juntara nas muralhas da cidade, tentando atemorizá-lo e desencorajá-lo. 19 Falavam do Deus de Jerusalém, como se se tratasse de um simples deus pagão, de um ídolo feito por mãos de homens.

20 O rei Ezequias e o profeta Isaías, filho de Amós, clamaram em oração ao Deus do céu. 21 Em resposta, o Senhor enviou um anjo que destruiu o exército assírio, com todos os seus oficiais e generais. Senaqueribe foi obrigado a regressar à sua terra, coberto de vergonha. Quando entrou no templo do seu deus, os seus filhos mataram-no ali mesmo. 22 Foi assim que o Senhor salvou Ezequias e o povo de Jerusalém. Houve, enfim, paz na terra.

23 A partir de então, o rei Ezequias tornou-se muito respeitado entre as nações vizinhas. Muitos estrangeiros traziam valiosos presentes a Jerusalém, para oferecer ao Senhor e também ao rei Ezequias.

O sucesso e a morte de Ezequias

(2 Rs 20.1-19; Is 38.1-8; 39.1-8)

24 Algum tempo depois, Ezequias adoeceu gravemente e orou ao Senhor, que lhe respondeu através de um milagre. 25 No entanto, Ezequias não correspondeu a esse benefício com um verdadeiro espírito de gratidão, porque se deixou levar pelo orgulho. Por isso, Deus indignou-se contra Judá e Jerusalém. 26 Ezequias e a população de Jerusalém humilharam-se, e a ira do Senhor não se manifestou durante o tempo de vida do rei.

27 Ezequias teve muitas riquezas e foi altamente honrado. Teve de construir cofres especiais para guardar o ouro, a prata e as pedras preciosas, assim como as especiarias e ainda os escudos e as taças de ouro. 28 Edificou igualmente muitos armazéns para recolha de cereais, vinho novo e azeite; também construiu estábulos para os seus animais e currais para os grandes rebanhos de ovelhas e cabras que adquirira. 29 Fundou ainda povoações em grande número e possuiu ovelhas e vacas em abundância, pois Deus concedeu-lhe grande prosperidade. 30 Tapou a fonte superior de Giom e fez correr as águas, para baixo, através do aqueduto a ocidente do bairro de Jerusalém chamado Cidade de David. Foi muito feliz nas obras que empreendeu.

31 Contudo, quando vieram embaixadores da Babilónia, para se informarem do milagre da sua cura, Deus deixou-o agir, sem interferir, para que se revelasse inteiramente o seu carácter.

O fim do reinado de Ezequias

(2 Rs 20.20-21)

32 Os outros acontecimentos da história de Ezequias e todas as boas coisas que realizou estão escritos no livro do profeta Isaías, filho de Amós, e no Livro dos Reis de Judá e de Israel. 33 Quando faleceu, Ezequias foi enterrado no cemitério real, na encosta da colina, entre os outros reis. Foi honrado por toda a população de Judá e de Jerusalém com exéquias solenes. O seu filho Manassés ascendeu ao trono.

Footnotes

  1. 31.7 O terceiro mês é o mês de Sivan no calendário judaico. Entre a lua nova do mês de maio e o mês de junho. O sétimo mês é Etanim, no calendário judaico. Entre a lua nova do mês de setembro e o mês de outubro.