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O mobiliário do templo

(1 Rs 7.23-51)

Mandou também fazer um altar de bronze, quadrado, com 10 metros de lado e 5 metros de altura. Depois mandou forjar um enorme tanque redondo, também chamado mar de fundição, com um diâmetro de 5 metros. A borda dessa grande bacia ficava a 2,5 metros do chão; a sua circunferência media 15 metros. Estava apoiada nas costas de duas fileiras de bois em metal. Todo o conjunto, tanto dos bois como do tanque, foi feito de uma só peça.

Este assentava sobre doze bois de metal com as partes traseiras viradas para o interior; três voltados o norte, três para o sul, três para o este e três para o oeste. As paredes do tanque mediam 8 centímetros de espessura. O seu rebordo era como o de uma taça em forma de lírio. Tinha capacidade para 66 000 litros.

Mandou ainda construir dez vasilhas para água, com o fim de se lavarem nelas as ofertas; estavam dispostas cinco de cada lado da imensa bacia, à direita e à esquerda. Os sacerdotes usavam a bacia, e não as vasilhas, para se lavarem.

Seguindo cuidadosamente as instruções, mandou moldar dez candelabros de ouro e colocou-os no templo, cinco junto da parede da esquerda e os outros cinco do lado oposto.

Fez também dez mesas, colocando cinco junto da parede da esquerda e cinco do lado oposto. Moldou ainda cem bacias em ouro.

Construiu um pátio para os sacerdotes e outro para o público. Forrou as portas de acesso com bronze. 10 O grande tanque estava no canto sudeste da sala exterior do templo.

11 Hurão fez também o resto dos utensílios necessários: bacias, pás e tinas.

Por fim, Hurão terminou toda a obra para o templo, que Salomão lhe encomendara:

12 dois pilares;

um capitel para o cimo de cada pilar;

rosáceas para cobrir as bases dos capitéis de cada pilar;

13 400 romãs, em duas filas, no trabalho das rosáceas, para cobrir as bases dos dois capitéis;

14 bases para sustentarem as pias;

15 um grande tanque e doze bois para o suportar;

16 bacias, pás e garfos.

Este hábil artífice, Hurão Abiú, fez todos esses trabalhos acima mencionados para o rei Salomão, usando bronze polido. 17 Tudo foi feito em bronze fundido e preparado nas planícies do Jordão, num sítio entre Sucote e Zereda. 18 Foram usadas grandes quantidades de bronze, cujo peso era tal, que Salomão nem sequer registou o seu valor.

19 No entanto, Salomão recomendou que todos os utensílios e o mobiliário da casa de Deus fossem feitos de ouro puro. Isto incluía o altar, as mesas onde se encontrava exposto o pão da Presença de Deus, 20 os candelabros de ouro puro, com as lâmpadas que deviam estar acesas diante do lugar santíssimo, segundo o costume, 21 as decorações florais, as lâmpadas, os espevitadores, 22 os apagadores, as bacias, os perfumadores, os braseiros; tudo foi feito em ouro puro; também as portas do lugar santíssimo e as da entrada principal do templo. Todos estes objetos eram feitos de ouro puro.

Quando o templo acabou de ser construído, Salomão colocou no tesouro do templo a prata, o ouro e todos os recipientes consagrados por seu pai, David.

A arca é levada para o templo

(1 Rs 8.1-13)

Então Salomão convocou para Jerusalém os anciãos de Israel, os cabeças de tribos e de clãs, a fim de fazerem subir a arca da aliança do Senhor da Cidade de David, que é Sião. Esta celebração ocorreu por ocasião da festa dos tabernáculos, no mês de Etanim, que é o sétimo mês[a].

Sob o olhar dos anciãos de Israel, os levitas ergueram a arca. Os sacerdotes levitas transportaram a arca juntamente com a tenda do encontro, assim como os recipientes sagrados que tinham estado nela. O rei Salomão e todo o povo juntaram-se em frente da arca e ofereceram um número incontável de cordeiros e bois.

Os sacerdotes pegaram na arca da aliança do Senhor e levaram-na para o interior do templo, para o lugar santíssimo, colocando-a sob as asas dos querubins. Estes tinham sido construídos de forma que as asas se abriam sobre o lugar em que a arca se encontrava; assim, as asas faziam sombra sobre a arca e sobre as varas para a transportar. Estas eram tão compridas que ultrapassavam os querubins e podiam ser vistas diante da arca, embora não se vissem do pátio exterior; ali ficaram até ao dia de hoje. 10 Na arca estavam somente as duas placas de pedra que Moisés ali colocara, no monte Horebe, quando o Senhor fez uma aliança com o povo de Israel, no tempo em que deixara o Egito.

11 Depois de terem executado as cerimónias da sua própria purificação, todos os sacerdotes participaram das cerimónias, sem se preocuparem com as funções de cada um. 12 Os levitas davam louvores ao Senhor, quando os sacerdotes saíam do lugar santíssimo. Como cantores havia Asafe, Hemã, Jedutun e todos os seus filhos e irmãos, vestidos com tecidos de linho fino; mantinham-se no lado oriental do altar. Este coro era acompanhado por 120 sacerdotes que tocavam cornetas. 13 Outros tocavam címbalos, liras e harpas. Tanto a banda como o coro louvavam harmoniosamente e agradeciam ao Senhor. Os cantores eram acompanhados e intercalados com partes musicais, pelos instrumentos, e cantavam:

“O Senhor é bom!
A sua bondade é eterna!”

Nessa altura, a glória do Senhor, vindo como uma nuvem luminosa, encheu o templo. 14 Os sacerdotes não puderam cumprir o seu serviço, porque a glória do Senhor enchia o santuário.

Discurso de Salomão na consagração do templo

(1 Rs 8.14-21)

Salomão dirigiu a Deus, nessa ocasião, a seguinte oração:

“O Senhor disse que habitaria na densa escuridão; mas eu fiz um templo, ó Senhor, para aí manteres, para sempre, a tua presença!”

O rei virou-se seguidamente para o povo, que se levantou para receber a sua bênção:

“Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, o Deus que falou pessoalmente ao meu pai, David, e cumpriu as promessas que lhe fez. Disse-lhe, com efeito: ‘Nunca antes, desde que tirei o meu povo do Egito, tinha escolhido um local em Israel para aí construir o meu templo, um lugar onde o meu nome fosse glorificado; também nunca antes escolhera um rei para o meu povo Israel. No entanto, agora escolhi Jerusalém para ali estabelecer o meu templo e David como rei.’

Ele quis construir um templo para o nome do Senhor, o Deus de Israel. Contudo, o Senhor disse-lhe: ‘Tiveste a feliz ideia de me construir um templo, para a habitação do meu nome. Mas não serás tu a construí-lo; será o filho que te há de nascer quem edificará um templo ao meu nome!’

10 O Senhor fez como prometera; eu tornei-me rei, sucedendo a meu pai, e construí este templo, tal como o Senhor disse, para o nome do Senhor, o Deus de Israel. 11 Coloquei nele a arca que contém o documento da aliança que o Senhor fez com o seu povo de Israel.”

A oração de dedicação

(1 Rs 8.22-53)

12 Seguidamente, sempre na presença de todo o povo, Salomão pôs-se diante do altar do Senhor com as mãos estendidas para os céus. 13 Salomão tinha feito uma plataforma de bronze, quadrada, com 2,5 metros de lado e 1,5 metros de altura. Depois, sob o olhar de todo o povo, ajoelhou-se e, com as mãos estendidas para os céus, formulou esta oração:

14 “Ó Senhor, Deus de Israel, não há outro Deus como tu no céu ou na Terra! Tu és misericordioso e bom, e guardas a aliança e o teu amor para com todos os que te obedecem de coração e estão desejosos de fazer a tua vontade. 15 Cumpriste as promessas que fizeste ao teu servo David, meu pai, como hoje se vê.

16 E agora, ó Senhor, Deus de Israel, cumpre igualmente o resto da promessa que lhe fizeste, que sempre haveria um herdeiro no trono de Israel, se os seus descendentes obedecessem à tua Lei, como ele fez. 17 Sim, ó Senhor, Deus de Israel, cumpre esta promessa feita ao teu servo David.

18 Será realmente possível que Deus viva na Terra com os homens? Os céus dos céus não podem conter-te! Como seria isso possível neste templo que acabo de construir? 19 Ainda assim, ó Senhor, meu Deus, ouve e responde ao meu pedido. 20 Peço-te que de noite e de dia veles sobre este templo, este lugar onde disseste que haverias de pôr o teu nome. Ouve e responde às orações que eu te fizer, quando me voltar para este lugar. 21 Ouve qualquer súplica que o povo de Israel te dirigir, sempre que se virar para este lugar para orar. Sim, ouve desde os céus onde vives e, quando ouvires, perdoa.

22 Se alguém for acusado de pecar contra alguém e se puser aqui diante do teu altar jurando que não o fez, 23 ouve desde os céus e exerce a tua justiça; condena o culpado, fazendo recair sobre ele o castigo pelo mal que praticou, e faz justiça ao inocente, recompensando-o devidamente.

24 Se o teu povo for derrotado pelos teus inimigos, por ter pecado contra ti, mas depois se arrepender e confessar que és o seu Deus, orando a ti neste templo, 25 ouve-o do céu, perdoa-lhe o seu pecado e trá-lo de novo a esta terra que deste aos seus antepassados.

26 Quando os céus se fecharem e não houver mais chuva, por causa dos nossos pecados, se orarmos neste lugar, confessando que és o nosso Deus, e nos arrependermos dos nossos pecados, depois de nos teres castigado, 27 então ouve do céu e perdoa os pecados do teu povo; ensina-lhe o que é reto e manda chuva sobre esta terra que deste ao teu povo como herança.

28 Se houver fome provocada por doenças nas plantas, por pragas de insetos ou outros bichos nocivos, se os inimigos de Israel atacarem as suas cidades, se o povo for ferido por alguma praga ou epidemia, ou por outra coisa qualquer, 29 ouve a oração e a súplica de cada um ou do teu povo de Israel que, arrependido, levanta as mãos em oração voltado para esta casa. 30 Ouve desde o céu, onde vives, e perdoa; trata cada um conforme as suas ações, pois conheces o coração de todos os homens. 31 Desta maneira, aprenderão a temer-te sempre e a andarem nos teus caminhos, enquanto viverem nesta terra que deste aos seus antepassados.

32 Quando estrangeiros ouvirem falar do teu grande nome e do teu forte braço, e vierem de terras distantes para prestar culto ao teu grande nome, se orarem voltados para este templo, 33 escuta-os, desde o céu onde estás, e responde ao que pedirem. Então todos os povos da Terra se darão conta da grandeza do nosso Deus e o adorarão, como faz o povo de Israel; também eles saberão que este templo que mandei construir é o teu templo.

34 Se o teu povo sair, para onde quer que tu os envies à guerra, para combater os seus inimigos e orar a ti voltando-se para esta cidade que tu escolheste e para este templo que edifiquei ao teu nome, 35 ouve as suas orações desde o céu e dá-lhe a vitória.

36 Se pecarem contra ti, e não há ser humano que não peque, e te indignares contra eles, se permitires que os seus inimigos os derrotem e os levem cativos para países estrangeiros, longe ou perto, 37 e se nessa terra de exílio se converterem a ti e se virarem para esta terra que deste aos seus antepassados, para esta cidade de Jerusalém e para este teu templo que mandei construir e disserem: ‘Pecámos, procedemos perversamente e praticámos o mal’, 38 e se ali orarem e te rogarem perdão com toda a sua alma, voltados para a terra que deste aos seus antepassados, para a cidade que escolheste e a casa que edifiquei ao teu nome, 39 então perdoa-lhes, responde-lhes do céu, onde vives, e socorre-os, perdoando o teu povo que pecou contra ti.

40 Sim, ó meu Deus, pedimos-te que estejas sempre atento e pronto a responder a todas as orações que te forem feitas neste lugar.

41 Levanta-te, Senhor Deus, e entra no teu templo, lugar do teu repouso,
    juntamente com a arca que é a expressão do teu poder.
Os sacerdotes hão de vestir-se de salvação
    e todo o teu povo se encherá de alegria.
42 Senhor Deus, não me abandones!
    Que o teu rosto se não volte contra mim, o teu ungido!
Lembra-te do amor que revelaste para com David, teu servo,
    e das tuas misericórdias.”

Footnotes

  1. 5.3 Equivale, no nosso calendário, entre a lua nova do mês de setembro e o mês de outubro.