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16 O profeta Jeú, filho de Hanani, entregou ao rei Bacha uma mensagem de condenação da parte do Senhor. “Tirei-te do pó do chão”, dizia a mensagem, “para te constituir rei sobre o povo de Israel; mas tu preferiste andar nos maus caminhos de Jeroboão. Fizeste pecar o meu povo e acendeste a minha ira! Por isso, destruir-te-ei e à tua família como fiz com os descendentes de Jeroboão, filho de Nebat. Os teus familiares que morrerem na cidade serão comidos por cães, os que morrerem nos campos serão comidos pelas aves.”

O resto da biografia de Bacha, os seus atos e conquistas, está no Livro das Crónicas dos Reis de Israel. Bacha morreu e foi sepultado na cidade de Tirza. Sucedeu-lhe no trono o seu filho Elá. Quando o Senhor enviou a sua mensagem a Bacha e aos seus, por intermédio do profeta Jeú, filho de Hanani, fê-lo por duas razões: primeiro, por Bacha e os seus familiares terem feito o que desagradava ao Senhor e provocado a sua ira, como fizeram Jeroboão e a sua família; segundo, por Bacha ter massacrado toda a família de Jeroboão.

Elá rei de Israel

Elá, filho de Bacha, começou a reinar no vigésimo sexto ano do reinado do rei Asa de Judá, mas reinou em Tirza durante 2 anos.

O general Zimri, que tinha a seu cargo o comando de metade dos carros reais de combate, conspirou contra ele. Um dia, o rei Elá encontrava-se na casa de Arza, o superintendente do palácio em Tirza. 10 O rei estava já embriagado quando Zimri simplesmente entrou, o feriu e matou. Isto ocorreu no vigésimo sétimo ano do reinado de Asa, rei de Judá. Zimri proclamou-se a si mesmo o novo rei de Israel.

11 Imediatamente mandou matar toda a família real anterior, sem deixar com vida um só elemento masculino. 12 Eliminou mesmo os familiares mais afastados e os amigos do rei. Esta destruição dos descendentes de Bacha correspondia ao que o Senhor tinha predito por intermédio do profeta Jeú. 13 A tragédia ocorreu por causa dos pecados de Bacha e do seu filho Elá; porque foram eles que levaram Israel à idolatria e o Senhor, Deus de Israel, ficou muito irado com isso.

14 O resto da história do reinado de Elá está escrito no Livro das Crónicas dos Reis de Israel.

Zimri rei de Israel

15 No entanto, Zimri ficou no poder apenas sete dias. Quando as tropas de Israel, que estavam a atacar a cidade filisteia de Gibetom, 16 souberam que Zimri tinha assassinado o rei, decidiram eleger como rei o general Omri, comandante das forças militares. 17 Omri levou o exército, desde Gibetom, a atacar Tirza, a capital de Israel. 18 Ao ver a cidade tomada, Zimri foi para a fortaleza do palácio, incendiou-o e morreu entre as chamas. 19 Porque também ele tinha pecado, fazendo o que era mau aos olhos do Senhor, à semelhança de Jeroboão, prestando culto a ídolos e levando o povo a pecar.

20 O resto dos acontecimentos da vida de Zimri e a sua traição estão narrados no Livro das Crónicas dos Reis de Israel.

Omri rei de Israel

21 Agora o próprio reino de Israel estava dividido em dois; metade era leal ao general Omri e outra metade seguia Tibni, filho de Ginate. 22 Contudo, o general saiu vitorioso e matou Tibni; Omri passou a reinar sem oposição.

23 O rei Asa de Judá tinha estado no trono 31 anos, quando Omri começou o seu reinado sobre Israel, o qual durou 12 anos, 6 dos quais em Tirza. 24 Omri comprou a colina, agora conhecida por Samaria, ao seu proprietário Semer, por 70 quilos de prata, e construiu ali uma cidade, chamando-lhe Samaria em honra do seu proprietário Semer.

25 Omri foi pior do que qualquer dos reis que o precederam, pois fez tudo o que era mau aos olhos do Senhor. 26 Prestou culto aos ídolos, tal como Jeroboão, filho de Nebate, e levou Israel a cometer o mesmo pecado, acendendo a ira do Senhor, Deus de Israel, com a sua inútil idolatria.

27 O resto da história de Omri está relatado no Livro das Crónicas dos Reis de Israel. 28 Omri morreu e foi sepultado em Samaria; o seu filho Acabe reinou em seu lugar.

Acabe rei de Israel

29 O rei Asa de Judá tinha estado no trono 38 anos, quando Acabe se tornou rei de Israel. Acabe reinou 22 anos. 30 Acabe fez o que era mau aos olhos do Senhor, e foi pior do que o seu pai Omri e do que qualquer outro rei de Israel. 31 Como se não bastasse em pecar como Jeroboão, filho de Nebate, casou-se com Jezabel, filha do rei Etbaal, rei dos sidónios, acabando por prestar culto a Baal. 32 Iniciou o culto a Baal, começando por construir um templo e um altar a esse deus em Samaria. 33 Depois fez outros postes ídolos de Achera, e acendeu ainda mais a ira do Senhor, o Deus de Israel, do que qualquer dos outros reis de Israel antes dele.

34 Foi durante o seu reinado que Hiel, um homem de Betel, reconstruiu Jericó. Quando colocou os alicerces, morreu-lhe o filho mais velho, Abirão. Quando completou as construções e colocou as portas da povoação, faleceu-lhe o filho mais novo, Segube. Porque esta tinha sido a maldição do Senhor sobre Jericó, declarada por Josué, filho de Num.

Elias anuncia uma seca

17 Elias, o tesbita, que morava em Gileade, disse ao rei Acabe: “Tão certo como vive o Senhor, o Deus de Israel, o Deus a quem adoro e sirvo, te garanto que não haverá nem chuva nem orvalho durante vários anos, até eu dizer basta!”

O Senhor disse a Elias: “Vai para o oriente e esconde-te junto do ribeiro de Querite, num lugar a leste do rio Jordão. Bebe da água do ribeiro e come o que os corvos te trouxerem, porque mandei que eles te alimentassem.”

Elias fez como o Senhor lhe ordenara e foi viver para junto do ribeiro. Os corvos traziam-lhe pão e carne de manhã e à tarde e bebia a água do rio. Passado algum tempo o ribeiro secou, porque deixou de cair chuva sobre a terra.

A viúva de Zarefate

Então o Senhor disse-lhe: “Vai viver para a aldeia de Zarefate, perto da cidade de Sídon. Há lá uma viúva que te alimentará. Já lhe dei as minhas instruções.”

10 Então foi para Zarefate e quando ia a entrar na cidade viu uma mulher viúva a apanhar lenha e pediu-lhe de beber. 11 Quando ela ia buscar a água, ele pediu-lhe mais: “Traz-me também um pedaço de pão.”

12 Mas ela disse: “Tão certo como vive o Senhor, teu Deus, que não tenho um só pedaço de pão em casa. Tenho apenas uma mão-cheia de farinha e uma pequena porção de azeite no fundo duma botija. Estava justamente a juntar alguns pedaços de lenha para cozinhar a minha última refeição e depois deixar-me morrer de fome com o meu filho.”

13 “Não tenhas medo! Vai e cozinha aquilo que consideras a tua última refeição, mas faz primeiro para mim um pequeno pão; depois verás que haverá alimento suficiente para ti e para o teu filho. 14 Porque o Senhor, o Deus de Israel, diz que haverá sempre farinha na panela e azeite na botija até que o Senhor mande a chuva e as searas tornem a crescer!”

15 Ela fez como Elias disse e tanto ela e o filho como o profeta continuaram a poder comer, tanto quanto lhes foi necessário. 16 A farinha não se acabou na panela nem o azeite na botija, tal como o Senhor prometera a Elias.

17 Um dia, o filho da mulher adoeceu de tal maneira que morreu. 18 “Ó homem de Deus”, clamou ela, “que foi que me fizeste? Vieste aqui para me castigar pelos meus pecados e matar-me o meu filho?”

19 “Dá-me o teu menino”, respondeu-lhe Elias. Pegou no corpo do rapaz, levou-o para cima, para o quarto onde vivia e deitou-o na sua cama. 20 E clamou ao Senhor: “Ó Senhor, meu Deus, porque é que mataste o filho desta viúva em casa de quem estou alojado?”

21 E estendeu-se três vezes sobre o corpo do menino, rogando ao Senhor: “Ó Senhor, meu Deus, imploro-te que o espírito deste menino volte para ele!” 22 O Senhor ouviu a oração de Elias e o espírito do rapaz voltou e este tornou a viver. 23 Elias pegou nele, desceu e entregou-o à mãe. “Olha! Aqui está ele, vivo!”

24 “Agora tenho a certeza de que és um homem de Deus”, retorquiu a mulher, “e que tudo o que dizes em nome do Senhor é verdadeiro!”

Elias e Obadias

18 Três anos mais tarde o Senhor disse a Elias: “Vai dizer ao rei Acabe que em breve enviarei chuva!” Elias foi dizer-lho. Entretanto, a fome tinha-se tornado extrema em Samaria.

O homem que servia de intendente da casa de Acabe era Obadias, um devoto e temente no Senhor. Certa vez, em que a rainha Jezabel tentara matar todos os profetas do Senhor, Obadias escondeu cem deles em duas grutas, cinquenta em cada uma, alimentado-os com pão e água.

Naquele mesmo dia, em que Elias ia a caminho para encontrar-se com o rei Acabe, este disse a Obadias: “Temos de ir a todas as correntes e ribeiros para ver se arranjamos erva, para salvar pelo menos alguns dos meus cavalos e mulas. Eu irei por um lado e tu por outro; percorreremos toda a terra.”

Assim fizeram, indo cada um por seu lado, sozinhos. De repente, Obadias viu Elias dirigindo-se na sua direção. Reconheceu-o logo e inclinou-se até ao chão. “És mesmo tu, meu senhor Elias?”, perguntou. “Sim, sou eu. Vai dizer ao rei que estou aqui.”

“Ó, meu senhor!”, protestou Obadias. “Que mal fiz eu para que me condenes dessa forma à morte? 10 Tão certo como vive o Senhor, teu Deus, que o rei te tem mandado procurar de uma extremidade à outra da terra e em todas as nações e reinos. De cada vez que lhe diziam ‘Elias não está aqui’, forçava o rei dessa nação a jurar que falava a verdade. 11 Agora vens tu dizer-me: ‘Vai avisar o rei que Elias está aqui.’ 12 Aliás, assim que eu te deixasse, o Espírito do Senhor poderia transportar-te para longe, sabe-se lá para onde. Quando Acabe viesse e já não te encontrasse, eu seria um homem morto, e contudo tenho sempre sido um fiel servo do Senhor em toda a minha vida. 13 Ninguém te contou o que fiz quando, na altura em que a rainha Jezabel tentou matar os profetas do Senhor, escondi uma centena deles em duas grutas, alimentando-os com pão e água? 14 E agora vens dizer-me: ‘Vai avisar o rei que Elias está aqui.’ Se fizer isso, a minha vida está liquidada!”

15 Elias respondeu-lhe: “Tão certo como vive o Senhor dos exércitos, em cuja presença vivo, que me apresentarei, eu próprio, perante Acabe hoje mesmo.”

Elias no monte Carmelo

16 Obadias aceitou ir dizer a Acabe que Elias tinha regressado. Acabe foi ao seu encontro: 17 “És tu o homem que trouxe esta desgraça sobre Israel?”, disse-lhe Acabe quando o viu.

18 “Tu é que tens perturbado a Israel, não eu”, respondeu o profeta. “Porque tu e a tua família recusaram obedecer ao Senhor e têm prestado culto a Baal. 19 Convoca agora todo o povo de Israel para ir ao monte Carmelo, com todos os 450 profetas de Baal, mais os 400 profetas de Achera que são mantidos por Jezabel.”

20 Acabe convocou todo o povo e os profetas para o monte Carmelo. 21 Elias falou assim ao povo: “Até quando coxearão entre dois caminhos? Se o Senhor é Deus, sigam-no! Se Baal é que é Deus, então sigam-no antes a ele!”

22 E depois acrescentou: “Sou o único profeta do Senhor que ficou vivo, mas Baal tem 450 profetas. 23 Tragam dois novilhos. Os profetas de Baal que escolham um deles e cortem-no em peças e coloquem-nas sobre o seu altar, mas sem acender fogo. Quanto a mim, prepararei o outro novilho e o porei sobre a lenha, sem lhe pôr fogo. 24 Depois orem ao vosso deus e eu orarei ao Senhor. Aquele que responder, mandando fogo para acender a lenha, esse é o verdadeiro Deus!” E o povo todo concordou com esse teste.

25 Elias voltou-se para os profetas de Baal: “Primeiro vocês, porque são muitos; escolham um dos novilhos, preparem-no e clamem ao vosso deus; mas não acendam o fogo.”

26 Eles preparam um dos animais, puseram-no sobre o seu altar e clamaram a Baal toda a manhã, gritando: “Ó Baal, ouve-nos!” Mas não se via resposta alguma. Começaram mesmo a fazer danças em volta do altar.

27 Por volta do meio-dia, Elias ria-se deles: “Têm de gritar ainda mais alto para chamar a atenção do vosso deus! Talvez esteja a conversar com alguém, ou tenha ido tratar de algum assunto, ou pode estar a viajar; quem sabe até se não estará a dormitar um pouco e precise de ser despertado!”

28 “Eles gritavam cada vez mais alto e, segundo o seu costume, laceravam-se a si próprios com facas e espadas, cobrindo-se de sangue. 29 Assim estiveram, desesperados, até à altura do sacrifício da tarde, sem que se visse qualquer reação, ou se ouvisse alguma voz, ou houvesse uma resposta fosse de que tipo fosse.”

30 Então Elias chamou o povo para junto de si: “Cheguem-se todos aqui!” Toda a gente se concentrou à sua volta, enquanto arranjava o altar do Senhor, que tinha sido derrubado. 31 Pegou em doze pedras para representarem cada uma das tribos dos descendentes de Jacob, a quem a palavra do Senhor tinha sido dirigida, dizendo: “Teu nome será Israel.” 32 Empregou-as para levantar o altar do Senhor. Depois cavou um rego em volta, com a largura aproximada de um metro. 33 Dispôs a lenha sobre o altar e cortou o novilho em pedaços que arrumou sobre a lenha. 34 “Encham quatro cântaros de água!”, mandou ele. “Deitem-na sobre as peças de carne e sobre a lenha!” Depois de terem feito o que ordenara, insistiu: “Façam outra vez a mesma coisa.” Eles obedeceram. “Agora façam o mesmo uma terceira vez!” E fizeram. 35 A água escorria para o rego em volta do altar, enchendo-o.

36 Chegando a altura da oferta do sacrifício da tarde, o profeta Elias subiu ao altar e orou assim: “Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, prova hoje que és o Deus de Israel e que eu sou teu servo; prova que tudo o que eu tenho feito é por tua ordem. 37 Ó Senhor, responde-me! Responde-me, para que este povo saiba que tu és Deus e queres que o seu coração se arrependa.”

38 Então veio fogo do Senhor e queimou a carne do holocausto, a madeira do altar, as pedras, a terra, a ponto de fazer evaporar a água do rego! 39 Quando o povo viu aquilo, caiu com os seus rostos em terra, clamando: “O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!”

40 Elias mandou que agarrassem os profetas de Baal: “Não deixem escapar um só!” Apanharam-nos a todos. Elias levou-os para o ribeiro de Quisom e matou-os ali.

41 Depois disse a Acabe. “Podes ir tomar uma boa refeição! Estou a ouvir o ruído de uma grande chuvada que se aproxima!” 42 Acabe foi comer e beber. Elias, no entanto, subiu ao monte Carmelo e ficou de joelhos com o rosto em terra.

43 E disse ao seu criado: “Vai olhar na direção do mar.” Ele obedeceu e voltou dizendo: “Não vejo nada.” Elias respondeu: “Vai e retorna ao mesmo lugar!” E isto aconteceu por sete vezes.

44 Finalmente, à sétima vez, o criado disse-lhe: “Já vejo uma pequena nuvem, do tamanho da mão de um ser humano, levantando-se sobre o mar.” Elias ordenou-lhe: “Corre, vai ter com Acabe e diz-lhe que se meta no seu carro e que desça já, se não quer ser apanhado pela chuva!”

45 Aquela pequena nuvem em breve se tornou num amontoado de grossas nuvens negras. Soprou uma forte ventania e caíram tremendas bátegas de água. Acabe foi para Jezreel. 46 O Senhor deu a Elias uma capacidade especial para conseguir correr e chegar à entrada da cidade à frente do carro de Acabe.

16 Então, veio a palavra do Senhor a Jeú, filho de Hanani, contra Baasa, dizendo: Porquanto te levantei do pó e te pus por chefe sobre o meu povo Israel, e tu andaste no caminho de Jeroboão e fizeste pecar a meu povo Israel, irritando-me com os seus pecados, eis que tirarei os descendentes de Baasa e os descendentes da sua casa e farei à tua casa como à casa de Jeroboão, filho de Nebate. Quem morrer a Baasa na cidade, os cães o comerão; e o que dele morrer no campo, as aves do céu o comerão. Quanto ao mais dos atos de Baasa, e ao que fez, e ao seu poder, porventura, não está escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Israel? E Baasa dormiu com seus pais e foi sepultado em Tirza; e Elá, seu filho, reinou em seu lugar. Assim, veio também a palavra do Senhor, pelo ministério do profeta Jeú, filho de Hanani, contra Baasa e contra a sua casa; e isso por todo o mal que fizera aos olhos do Senhor, irritando-o com a obra de suas mãos, para ser como a casa de Jeroboão; e, por isso, o ferira.

A conspiração de Zinri

No ano vinte e seis de Asa, rei de Judá, Elá, filho de Baasa, começou a reinar em Tirza sobre Israel; e reinou dois anos. E Zinri, seu servo, chefe de metade dos carros, conspirou contra ele, estando ele em Tirza bebendo e embriagando-se em casa de Arsa, mordomo em Tirza. 10 Entrou, pois, Zinri, e o feriu, e o matou, no ano vigésimo sétimo de Asa, rei de Judá; e reinou em seu lugar. 11 E sucedeu que, reinando ele e estando assentado no seu trono feriu, a toda a casa de Baasa; não lhe deixou homem algum, nem a seus parentes, nem a seus amigos. 12 Assim, destruiu Zinri toda a casa de Baasa, conforme a palavra do Senhor que falara pelo ministério do profeta Jeú, sobre Baasa, 13 por todos os pecados de Baasa, e os pecados de Elá, seu filho, com que pecaram e com que fizeram pecar a Israel, irritando ao Senhor, Deus de Israel com as suas vaidades. 14 Quanto ao mais dos atos de Elá e a tudo quanto fez, porventura, não está escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Israel?

15 No ano vigésimo sétimo de Asa, rei de Judá, reinou Zinri sete dias em Tirza; e o povo estava acampado contra Gibetom, que era dos filisteus. 16 E ouviu dizer o povo que estava acampado: Zinri tem conspirado e até feriu o rei. Todo o Israel, pois, no mesmo dia, fez rei sobre Israel a Onri, chefe do exército no arraial. 17 E subiu Onri, e todo o Israel com ele, de Gibetom, e cercaram a Tirza. 18 E sucedeu que Zinri, vendo que a cidade era tomada, se foi ao paço da casa do rei, e queimou sobre si a casa do rei, e morreu, 19 por causa dos seus pecados que cometera, fazendo o que era mal aos olhos do Senhor, andando no caminho de Jeroboão e no seu pecado que fizera, fazendo pecar a Israel. 20 Quanto ao mais dos atos de Zinri, e à conspiração que fez, porventura, não está escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Israel?

Onri vence a Tibni e reina

21 Então, o povo de Israel se dividiu em dois partidos: metade do povo seguia a Tibni, filho de Ginate, para o fazer rei, e a outra metade seguia a Onri. 22 Mas o povo que seguia a Onri foi mais forte do que o povo que seguia a Tibni, filho de Ginate; e Tibni morreu, e Onri reinou. 23 No ano trinta e um de Asa, rei de Judá, Onri começou a reinar sobre Israel e reinou doze anos; e em Tirza reinou seis anos. 24 E de Semer comprou o monte de Samaria por dois talentos de prata, e edificou no monte, e chamou o nome da cidade que edificou do nome de Semer, senhor do monte de Samaria.

25 E fez Onri o que era mal aos olhos do Senhor; e fez pior do que todos quantos foram antes dele. 26 E andou em todos os caminhos de Jeroboão, filho de Nebate, como também nos seus pecados com que tinha feito pecar a Israel, irritando ao Senhor, Deus de Israel, com as suas vaidades. 27 Quanto ao mais dos atos de Onri, ao que fez e ao seu poder que manifestou, porventura, não está escrito no Livro das Crônicas dos Reis de Israel? 28 E Onri dormiu com seus pais e foi sepultado em Samaria; e Acabe, seu filho, reinou em seu lugar.

Acabe reina e casa com Jezabel

29 E Acabe, filho de Onri, começou a reinar sobre Israel no ano trigésimo oitavo de Asa, rei de Judá; e reinou Acabe, filho de Onri, sobre Israel em Samaria, vinte e dois anos. 30 E fez Acabe, filho de Onri, o que era mal aos olhos do Senhor, mais do que todos os que foram antes dele. 31 E sucedeu que (como se fora coisa leve andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate), ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e se encurvou diante dele. 32 E levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria. 33 Também Acabe fez um bosque, de maneira que Acabe fez muito mais para irritar ao Senhor, Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele. 34 Em seus dias, Hiel, o betelita, edificou a Jericó; morrendo Abirão, seu primogênito, a fundou; e, morrendo Segube, seu último, pôs as suas portas; conforme a palavra do Senhor, que falara pelo ministério de Josué, filho de Num.

Elias prediz contra Acabe e é sustentado pelos corvos

17 Então, Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra. Depois, veio a ele a palavra do Senhor, dizendo: Vai-te daqui, e vira-te para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem. Foi, pois, e fez conforme a palavra do Senhor, porque foi e habitou junto ao ribeiro de Querite, que está diante do Jordão. E os corvos lhe traziam pão e carne pela manhã, como também pão e carne à noite; e bebia do ribeiro. E sucedeu que, passados dias, o ribeiro se secou, porque não tinha havido chuva na terra.

A viúva de Sarepta

Então, veio a ele a palavra do Senhor, dizendo: Levanta-te, e vai a Sarepta, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente. 10 Então, ele se levantou e se foi a Sarepta; e, chegando à porta da cidade, eis que estava ali uma mulher viúva apanhando lenha; e ele a chamou e lhe disse: Traze-me, peço-te, numa vasilha um pouco de água que beba. 11 E, indo ela a buscá-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me, agora, também um bocado de pão na tua mão. 12 Porém ela disse: Vive o Senhor, teu Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija; e, vês aqui, apanhei dois cavacos e vou prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos e morramos. 13 E Elias lhe disse: Não temas; vai e faze conforme a tua palavra; porém faze disso primeiro para mim um bolo pequeno e traze-mo para fora; depois, farás para ti e para teu filho. 14 Porque assim diz o Senhor, Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até ao dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra. 15 E foi ela e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeu ela, e ele, e a sua casa muitos dias. 16 Da panela a farinha se não acabou, e da botija o azeite não faltou, conforme a palavra do Senhor, que falara pelo ministério de Elias.

17 E, depois destas coisas, sucedeu que adoeceu o filho desta mulher, da dona da casa; e a sua doença se agravou muito, até que nele nenhum fôlego ficou. 18 Então, ela disse a Elias: Que tenho eu contigo, homem de Deus? Vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniquidade e matares meu filho? 19 E ele lhe disse: Dá-me o teu filho. E ele o tomou do seu regaço, e o levou para cima, ao quarto, onde ele mesmo habitava, e o deitou em sua cama, 20 E clamou ao Senhor e disse: Ó Senhor, meu Deus, também até a esta viúva, com quem eu moro, afligiste, matando-lhe seu filho? 21 Então, se mediu sobre o menino três vezes, e clamou ao Senhor, e disse: Ó Senhor, meu Deus, rogo-te que torne a alma deste menino a entrar nele. 22 E o Senhor ouviu a voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu. 23 E Elias tomou o menino, e o trouxe do quarto à casa, e o deu a sua mãe; e disse Elias: Vês aí, teu filho vive. 24 Então, a mulher disse a Elias: Nisto conheço, agora, que tu és homem de Deus e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade.

Elias apresenta-se diante de Acabe

18 E sucedeu que, depois de muitos dias, a palavra do Senhor veio a Elias no terceiro ano, dizendo: Vai e mostra-te a Acabe, porque darei chuva sobre a terra. E foi Elias mostrar-se a Acabe; e a fome era extrema em Samaria. E Acabe chamou a Obadias, o mordomo. (Obadias temia muito ao Senhor, porque sucedeu que, destruindo Jezabel os profetas do Senhor, Obadias tomou cem profetas, e de cinquenta em cinquenta os escondeu, numa cova, e os sustentou com pão e água.) E disse Acabe a Obadias: Vai pela terra a todas as fontes de água e a todos os rios; pode ser que achemos erva, para que em vida conservemos os cavalos e mulas e não estejamos privados dos animais. E repartiram entre si a terra, para passarem por ela; Acabe foi à parte por um caminho, e Obadias também foi à parte por outro caminho.

Estando, pois, Obadias já em caminho, eis que Elias o encontrou; e, conhecendo-o ele, prostrou-se sobre o seu rosto e disse: És tu o meu senhor Elias? E disse-lhe ele: Eu sou; vai e dize a teu senhor: Eis que aqui está Elias. Porém ele disse: Em que pequei, para que entregues teu servo na mão de Acabe, para que me mate? 10 Vive o Senhor, teu Deus, que não houve nação nem reino aonde o meu senhor não mandasse em busca de ti; e dizendo eles: Aqui não está, então, ajuramentava os reinos e as nações, se eles te não tinham achado. 11 E, agora, dizes tu: Vai, dize a teu senhor: Eis que aqui está Elias. 12 E poderia ser que, apartando-me eu de ti, o Espírito do Senhor te tomasse, não sei para onde, e, vindo eu a dar as novas a Acabe, e não te achando ele, me mataria; porém eu, teu servo, temo ao Senhor desde a minha mocidade. 13 Porventura, não disseram a meu senhor o que fiz, quando Jezabel matava os profetas do Senhor, como escondi a cem homens dos profetas do Senhor, de cinquenta em cinquenta, numas covas, e os sustentei com pão e água? 14 E, agora, dizes tu: Vai e dize a teu senhor: Eis que aqui está Elias; ele me mataria. 15 E disse Elias: Vive o Senhor dos Exércitos, perante cuja face estou, que deveras hoje me mostrarei a ele. 16 Então, foi Obadias encontrar-se com Acabe e lho anunciou; e foi Acabe encontrar-se com Elias.

17 E sucedeu que, vendo Acabe a Elias, disse-lhe Acabe: És tu o perturbador de Israel? 18 Então, disse ele: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins. 19 Agora, pois, envia, ajunta a mim todo o Israel no monte Carmelo, como também os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas de Aserá, que comem da mesa de Jezabel.

20 Então, enviou Acabe os mensageiros a todos os filhos de Israel e ajuntou os profetas no monte Carmelo. 21 Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o. Porém o povo lhe não respondeu nada.

Elias e os profetas de Baal

22 Então, disse Elias ao povo: Só eu fiquei por profeta do Senhor, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinquenta homens. 23 Deem-se-nos, pois, dois bezerros, e eles escolham para si um dos bezerros, e o dividam em pedaços, e o ponham sobre a lenha, porém não lhe metam fogo, e eu prepararei o outro bezerro, e o porei sobre a lenha, e não lhe meterei fogo. 24 Então, invocai o nome do vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que o deus que responder por fogo esse será Deus. E todo o povo respondeu e disse: É boa esta palavra. 25 E disse Elias aos profetas de Baal: Escolhei para vós um dos bezerros, e preparai-o primeiro, porque sois muitos, e invocai o nome do vosso deus, e não lhe metais fogo. 26 E tomaram o bezerro que lhes dera e o prepararam; e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém nem havia voz, nem quem respondesse; e saltavam sobre o altar que se tinha feito. 27 E sucedeu que, ao meio-dia, Elias zombava deles e dizia: Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; porventura, dorme e despertará. 28 E eles clamavam a grandes vozes e se retalhavam com facas e com lancetas, conforme o seu costume, até derramarem sangue sobre si. 29 E sucedeu que, passado o meio-dia, profetizaram eles, até que a oferta de manjares se oferecesse; porém não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma. 30 Então, Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; e reparou o altar do Senhor, que estava quebrado. 31 E Elias tomou doze pedras, conforme o número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual veio a palavra do Senhor, dizendo: Israel será o teu nome. 32 E com aquelas pedras edificou o altar em nome do Senhor; depois, fez um rego em redor do altar, segundo a largura de duas medidas de semente. 33 Então, armou a lenha, e dividiu o bezerro em pedaços, e o pôs sobre a lenha, 34 e disse: Enchei de água quatro cântaros e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha. E disse: Fazei-o segunda vez; e o fizeram segunda vez. Disse ainda: Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez, 35 de maneira que a água corria ao redor do altar, e ainda até o rego encheu de água.

36 Sucedeu, pois, que, oferecendo-se a oferta de manjares, o profeta Elias se chegou e disse: Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme a tua palavra fiz todas estas coisas. 37 Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo conheça que tu, Senhor, és Deus e que tu fizeste tornar o seu coração para trás. 38 Então, caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego. 39 O que vendo todo o povo, caiu sobre os seus rostos e disse: o Senhor é Deus! o Senhor é Deus! 40 E Elias lhes disse: Lançai mão dos profetas de Baal, que nenhum deles escape. E lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou.

41 Então, disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe, porque ruído há de uma abundante chuva. 42 E Acabe subiu a comer e a beber; mas Elias subiu ao cume do Carmelo, e se inclinou por terra, e meteu o seu rosto entre os seus joelhos. 43 E disse ao seu moço: Sobe agora e olha para a banda do mar. E subiu, e olhou, e disse: Não há nada. Então, disse ele: Torna sete vezes. 44 E sucedeu que, à sétima vez, disse: Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão de um homem, subindo do mar. Então, disse ele: Sobe e dize a Acabe: Aparelha o teu carro e desce, para que a chuva te não apanhe. 45 E sucedeu que, entretanto, os céus se enegreceram com nuvens e vento, e veio uma grande chuva; e Acabe subiu ao carro e foi para Jezreel. 46 E a mão do Senhor estava sobre Elias, o qual cingiu os lombos, e veio correndo perante Acabe, até à entrada de Jezreel.