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Senaqueribe ameaça Jerusalém

(2 Rs 18.13-37; 19.35-37; Is 36.1-22; 37.36-38)

32 Alguns anos mais tarde, e apesar da fidelidade do rei Ezequias a Deus, o rei Senaqueribe da Assíria invadiu Judá e pôs cerco às cidades fortificadas com a intenção de conquistá-las. Quando teve a certeza de que Senaqueribe tinha o intuito de atacar Jerusalém, Ezequias convocou os seus conselheiros e governantes para um conselho de guerra, tendo decidido tapar as fontes do lado de fora da cidade. Para isso, mobilizaram uma enorme quantidade de gente que, para além desse trabalho, também se empenhou no corte das águas do ribeiro que atravessava os campos: “Porque acharia o rei da Assíria tanta água?”, diziam eles.

Seguidamente, consolidou a sua defesa, reparando a muralha, onde havia fendas, e levantando, junto às torres fortificadas, outra muralha do lado de fora. Também reforçou a construção da fortaleza de Milo, na Cidade de David, e mandou fabricar grande quantidade de armas e de escudos. Mobilizou o exército e nomeou oficiais, mandando que se concentrassem nas campinas em frente da cidade, dizendo-lhes: “Esforcem-se e sejam corajosos! Não tenham medo do rei da Assíria nem do seu poderoso exército, porque connosco está quem é muito maior do que ele! O seu exército é grande, mas não passam de simples homens; nós temos o Senhor, nosso Deus, combatendo do nosso lado!” Estas palavras foram para eles de grande incentivo.

Senaqueribe, o rei da Assíria, enquanto sitiava a cidade de Laquis, enviou embaixadores ao rei Ezequias, com a seguinte mensagem dirigida ao povo de Jerusalém:

10 “O rei Senaqueribe da Assíria pergunta-vos: Pensam poder sobreviver ao cerco que porei a Jerusalém? 11 Não serve de nada que o rei Ezequias tente persuadir-vos a um suicídio coletivo, levando-vos a permanecerem na cidade, morrendo de fome e de sede, ao mesmo tempo que vos promete que o Senhor, vosso Deus, vos livrará do rei da Assíria. 12 O rei Ezequias foi quem mandou destruir todos os santuários pagãos sobre as colinas e ordenou que em Judá e Jerusalém se usasse unicamente o altar do templo, queimando apenas ali o incenso.

13 Não percebem que tanto eu como os outros reis da Assíria, antes de mim, nunca fomos impedidos de conquistar qualquer nação que atacássemos? 14 Qual foi o deus das nações já conquistadas que foi capaz de fazer alguma coisa para salvar essas terras? Digam-me o nome de apenas um que tivesse podido resistir aos nossos ataques. O que é que vos leva a pensar que o vosso Deus vos pode salvar? 15 Não se deixem enganar por Ezequias! Não acreditem nele. Repito, não houve deus, de nação nenhuma, que alguma vez tivesse sido capaz de salvar o seu povo da minha mão, nem dos meus antecessores; muito menos o vosso Deus o poderá fazer!”

16 O embaixador falou com desprezo pelo Senhor Deus e pelo servo de Deus Ezequias, com todos aqueles insultos. 17 Senaqueribe enviou, pelos embaixadores, cartas injuriosas contra o Senhor, o Deus de Israel: “Nenhum dos deuses das outras nações conseguiu salvar os seus povos das minhas mãos. O Deus de Ezequias também não conseguirá!”, escreveu ele. 18 Os embaixadores gritaram ameaças, em língua judaica, dirigindo-se ao povo que se juntara nas muralhas da cidade, tentando atemorizá-lo e desencorajá-lo. 19 Falavam do Deus de Jerusalém, como se se tratasse de um simples deus pagão, de um ídolo feito por mãos de homens.

20 O rei Ezequias e o profeta Isaías, filho de Amós, clamaram em oração ao Deus do céu. 21 Em resposta, o Senhor enviou um anjo que destruiu o exército assírio, com todos os seus oficiais e generais. Senaqueribe foi obrigado a regressar à sua terra, coberto de vergonha. Quando entrou no templo do seu deus, os seus filhos mataram-no ali mesmo. 22 Foi assim que o Senhor salvou Ezequias e o povo de Jerusalém. Houve, enfim, paz na terra.

23 A partir de então, o rei Ezequias tornou-se muito respeitado entre as nações vizinhas. Muitos estrangeiros traziam valiosos presentes a Jerusalém, para oferecer ao Senhor e também ao rei Ezequias.

O sucesso e a morte de Ezequias

(2 Rs 20.1-19; Is 38.1-8; 39.1-8)

24 Algum tempo depois, Ezequias adoeceu gravemente e orou ao Senhor, que lhe respondeu através de um milagre. 25 No entanto, Ezequias não correspondeu a esse benefício com um verdadeiro espírito de gratidão, porque se deixou levar pelo orgulho. Por isso, Deus indignou-se contra Judá e Jerusalém. 26 Ezequias e a população de Jerusalém humilharam-se, e a ira do Senhor não se manifestou durante o tempo de vida do rei.

27 Ezequias teve muitas riquezas e foi altamente honrado. Teve de construir cofres especiais para guardar o ouro, a prata e as pedras preciosas, assim como as especiarias e ainda os escudos e as taças de ouro. 28 Edificou igualmente muitos armazéns para recolha de cereais, vinho novo e azeite; também construiu estábulos para os seus animais e currais para os grandes rebanhos de ovelhas e cabras que adquirira. 29 Fundou ainda povoações em grande número e possuiu ovelhas e vacas em abundância, pois Deus concedeu-lhe grande prosperidade. 30 Tapou a fonte superior de Giom e fez correr as águas, para baixo, através do aqueduto a ocidente do bairro de Jerusalém chamado Cidade de David. Foi muito feliz nas obras que empreendeu.

31 Contudo, quando vieram embaixadores da Babilónia, para se informarem do milagre da sua cura, Deus deixou-o agir, sem interferir, para que se revelasse inteiramente o seu carácter.

O fim do reinado de Ezequias

(2 Rs 20.20-21)

32 Os outros acontecimentos da história de Ezequias e todas as boas coisas que realizou estão escritos no livro do profeta Isaías, filho de Amós, e no Livro dos Reis de Judá e de Israel. 33 Quando faleceu, Ezequias foi enterrado no cemitério real, na encosta da colina, entre os outros reis. Foi honrado por toda a população de Judá e de Jerusalém com exéquias solenes. O seu filho Manassés ascendeu ao trono.

Manassés rei de Judá

(2 Rs 21.1-18)

33 Manassés tinha apenas 12 anos quando começou a reinar. Reinou durante 55 anos em Jerusalém. Fez o que era mau aos olhos do Senhor, cometendo as mesmas abominações que as nações que o Senhor tinha desterrado para dar lugar a Israel. Tornou a levantar os santuários pagãos que o seu pai, Ezequias, tinha derrubado. Edificou altares a Baal, ídolos de Achera e altares aos astros. Chegou mesmo a levantar altares no próprio templo do Senhor, acerca do qual o Senhor tinha dito: “Ali porei o meu nome para sempre.” Levantou altares para adorar os astros nos dois pátios do templo. Chegou ao ponto de sacrificar seus próprios filhos no fogo, em holocausto, no vale de Ben-Hinom. Praticou adivinhação e feitiçaria, consultou médiuns e adivinhos, e encorajou toda a espécie de maldades, atraindo a ira do Senhor.

Pôs uma imagem esculpida no templo, no lugar acerca do qual Deus tinha dito a David e a Salomão: “Colocarei para sempre o meu nome neste templo e em Jerusalém, a cidade que escolhi entre todas as tribos de Israel. Se obedecerem aos meus mandamentos, a toda a Lei e instruções que vos dei através de Moisés, nunca mais deixarei partir Israel desta terra que dei aos seus antepassados.” Manassés, pelo contrário, encorajou a população de Judá e de Jerusalém a praticar ainda mais maldades do que as nações que o Senhor tinha destruído quando Israel tomou a terra.

10 Avisos repetidos foram desprezados, tanto pelo próprio Manassés como pelo povo. 11 Por essa razão, o Senhor enviou os exércitos da Assíria que o prenderam com ganchos, amarraram com cadeias e o levaram para a Babilónia. 12 Ali a sua consciência despertou, na angústia, e humilhou-se sinceramente perante o Deus dos seus antepassados, orando e rogando-lhe por socorro. 13 O Senhor respondeu à sua súplica e tornou a trazê-lo para Jerusalém, restaurando o seu reino. Manassés reconheceu, por fim, que o Senhor era realmente o Deus verdadeiro.

14 Foi depois disto que mandou reconstruir o muro exterior da Cidade de David, assim como a muralha, desde o ocidente da fonte de Giom, no vale de Cedron, até à porta do Peixe, rodeando a colina de Ofel, onde a muralha se elevava a grande altura. Também colocou guarnições militares, comandadas por oficiais, em todas as cidades fortificadas de Judá.

15 Retirou os ídolos estrangeiros das colinas e a imagem que fora colocada no templo; derrubou os altares que tinha levantado na colina onde se erguia o templo de Deus, assim como todos os altares que havia em Jerusalém, fazendo um montão de lixo fora da cidade. 16 Depois reconstruiu o altar do Senhor, sacrificou sobre ele ofertas de paz e louvor e pediu que o povo de Judá adorasse o Senhor, o Deus de Israel. 17 Contudo, o povo continuou a sacrificar sobre os antigos santuários pagãos, embora os sacrifícios fossem oferecidos ao Senhor, seu Deus.

18 O resto da história de Manassés, a sua oração a Deus e a resposta que o Senhor, Deus de Israel, lhe deu através dos videntes e profetas, está tudo escrito nos Livros dos Reis de Israel. 19 A sua oração e a forma como Deus lhe respondeu, assim como um relato dos seus erros e dos seus pecados, incluindo a lista dos locais, as colinas e os bosques onde colocou santuários pagãos e postes ídolos de Achera, antes de se ter humilhado perante o Senhor, está tudo relatado nos Livros dos Videntes. 20 Quando Manassés faleceu foi sepultado junto ao seu próprio palácio.

Amom rei de Judá

(2 Rs 21.19-26)

O novo rei de Judá foi Amom. 21 Tinha a idade de 22 anos quando começou a reinar. O seu reinado durou apenas 2 anos, tendo como capital Jerusalém. 22 Fez o que era mau aos olhos do Senhor, tal como o seu pai Manassés nos primeiros tempos, porque ofereceu sacrifícios a todos os ídolos. 23 Mas não se arrependeu perante o Senhor, como ele, antes foi agravando o seu pecado.

24 Morreu assassinado pelos seus próprios colaboradores no seu palácio. 25 Contudo, uns quantos cidadãos resolveram fazer justiça por suas mãos, matando aqueles que o tinham assassinado, declarando o seu filho Josias rei da nação.

Senaqueribe invade Judá, e Deus destrói o seu exército

32 Depois dessas coisas e dessa fidelidade, veio Senaqueribe, rei da Assíria, e entrou em Judá, e acampou-se contra as cidades fortes, e intentou separá-las para si. Vendo, pois, Ezequias que Senaqueribe vinha e que o seu rosto era de guerra contra Jerusalém, teve conselho com os seus príncipes e os seus varões, para que se tapassem as fontes das águas que havia fora da cidade; e eles o ajudaram. Assim, muito povo se ajuntou e tapou todas as fontes, como também o ribeiro que se estendia pelo meio da terra. E disseram: Por que viriam os reis da Assíria e achariam tantas águas? E ele se fortificou, e edificou todo o muro quebrado até às torres, e levantou o outro muro para fora, e fortificou a Milo na Cidade de Davi, e fez armas e escudos em abundância. E pôs oficiais de guerra sobre o povo, e ajuntou-os a si na praça da porta da cidade, e falou-lhes ao coração, dizendo: Esforçai-vos e tende bom ânimo; não temais, nem vos espanteis por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele, porque há um maior conosco do que com ele. Com ele está o braço de carne, mas conosco, o Senhor, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras. E o povo descansou nas palavras de Ezequias, rei de Judá.

Depois disso, Senaqueribe, rei da Assíria, enviou os seus servos a Jerusalém (ele, porém, estava diante de Laquis, com todo o seu domínio), a Ezequias, rei de Judá, e a todo o Judá que estava em Jerusalém, dizendo: 10 Assim diz Senaqueribe, rei da Assíria: Em que confiais vós, que vos ficais na fortaleza em Jerusalém? 11 Porventura, não vos incita Ezequias, para morrerdes à fome e à sede, dizendo: O Senhor, nosso Deus, nos livrará das mãos do rei da Assíria? 12 Não é Ezequias o mesmo que tirou os seus altos e os seus altares e falou a Judá e a Jerusalém, dizendo: Diante do único altar vos prostrareis e sobre ele queimareis incenso? 13 Não sabeis vós o que eu e meus pais fizemos a todos os povos das terras? Porventura, puderam de qualquer maneira os deuses das nações daquelas terras livrar a sua terra das minhas mãos? 14 Qual é, de todos os deuses daquelas nações que meus pais destruíram, que pôde livrar o seu povo das minhas mãos, para que vosso Deus vos possa livrar das minhas mãos? 15 Agora, pois, não vos engane Ezequias, nem vos incite assim, nem lhe deis crédito, porque nenhum deus de nação alguma, nem de reino algum pôde livrar o seu povo das minhas mãos, nem das mãos de meus pais, quanto menos vos poderá livrar o vosso Deus das minhas mãos.

16 Também seus servos falaram ainda mais contra o Senhor Deus e contra Ezequias, o seu servo. 17 Escreveu também cartas, para blasfemar do Senhor, Deus de Israel, e para falar contra ele, dizendo: Assim como os deuses das nações das terras não livraram o seu povo das minhas mãos, assim também o Deus de Ezequias não livrará o seu povo das minhas mãos. 18 E clamaram em alta voz em judaico contra o povo de Jerusalém que estava em cima do muro, para os atemorizarem e os perturbarem, para tomarem a cidade. 19 E falaram do Deus de Jerusalém, como dos deuses dos povos da terra, obras das mãos dos homens. 20 Porém o rei Ezequias e o profeta Isaías, filho de Amoz, oraram por causa disso e clamaram ao céu.

21 Então, o Senhor enviou um anjo que destruiu todos os varões valentes, e os príncipes, e os chefes no arraial do rei da Assíria; e este tornou com vergonha de rosto à sua terra; e, entrando na casa de seu deus, os mesmos que descenderam dele o mataram ali à espada. 22 Assim livrou o Senhor a Ezequias e aos moradores de Jerusalém das mãos de Senaqueribe, rei da Assíria, e das mãos de todos; e de todos os lados os guiou. 23 E muitos traziam presentes a Jerusalém, ao Senhor, e coisas preciosíssimas a Ezequias, rei de Judá, de modo que, depois disso, foi exaltado perante os olhos de todas as nações.

Doença e morte de Ezequias

24 Naqueles dias, Ezequias adoeceu de morte e orou ao Senhor, o qual lhe falou e lhe deu um sinal. 25 Mas não correspondeu Ezequias ao benefício que se lhe fez, porque o seu coração se exaltou; pelo que veio grande indignação sobre ele e sobre Judá e Jerusalém. 26 Ezequias, porém, se humilhou pela soberba do seu coração, ele e os habitantes de Jerusalém; e a grande indignação do Senhor não veio sobre eles, nos dias de Ezequias.

27 E teve Ezequias riquezas e glória em grande abundância; e fizeram-se tesouros de prata, e de ouro, e de pedras preciosas, e de especiarias, e de escudos, e de tudo o que se podia desejar, 28 também armazéns para a colheita do trigo, e do mosto, e do azeite, e estrebarias para toda casta de animais, e currais para os rebanhos. 29 Edificou também cidades e possuiu ovelhas e vacas em abundância, porque Deus lhe tinha dado muitíssima fazenda. 30 Também o mesmo Ezequias tapou o manancial superior das águas de Giom e as fez correr por baixo para o ocidente da Cidade de Davi, porque Ezequias prosperou em toda a sua obra. 31 Contudo, no negócio dos embaixadores dos príncipes da Babilônia que foram enviados a ele a perguntarem acerca do prodígio que se fez naquela terra, Deus o desamparou, para tentá-lo, para saber tudo o que havia no seu coração.

32 Quanto ao resto dos atos de Ezequias e às suas beneficências, eis que estão escritos na visão do profeta Isaías, filho de Amoz, e no livro da história dos reis de Judá e de Israel. 33 E dormiu Ezequias com seus pais, e o sepultaram no mais alto dos sepulcros dos filhos de Davi; e todo o Judá e os habitantes de Jerusalém lhe fizeram honras na sua morte; e Manassés, seu filho, reinou em seu lugar.

A idolatria de Manassés

33 Tinha Manassés doze anos de idade quando começou a reinar e cinquenta e cinco anos reinou em Jerusalém. E fez o que era mal aos olhos do Senhor, conforme as abominações dos gentios que o Senhor lançara de diante dos filhos de Israel. Porque tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, tinha derribado, e levantou altares a baalins, e fez bosques, e prostrou-se diante de todo o exército dos céus, e o serviu. E edificou altares na Casa do Senhor, da qual o Senhor tinha dito: Em Jerusalém estará o meu nome eternamente. Edificou altares a todo o exército dos céus, em ambos os pátios da Casa do Senhor. Fez ele também passar os seus filhos pelo fogo no vale do Filho de Hinom, e usou de adivinhações, e de agouros, e de feitiçarias, e consultou adivinhos e encantadores, e fez muitíssimo mal aos olhos do Senhor, para o provocar à ira. Também pôs uma imagem esculpida, o ídolo que tinha feito, na Casa de Deus, da qual Deus tinha dito a Davi e a Salomão, seu filho: Nesta casa, em Jerusalém, que escolhi dentre todas as tribos de Israel, porei eu o meu nome para sempre; e nunca mais removerei o pé de Israel da terra que destinei a vossos pais, contanto que tenham cuidado de fazer tudo o que eu lhes ordenei, conforme toda a lei, e estatutos, e juízos dados pelas mãos de Moisés. E Manassés tanto fez errar a Judá e aos moradores de Jerusalém, que fizeram pior do que as nações que o Senhor tinha destruído de diante dos filhos de Israel.

10 E falou o Senhor a Manassés e ao seu povo, porém não deram ouvidos.

O cativeiro de Manassés, sua oração e morte

11 Pelo que o Senhor trouxe sobre eles os príncipes do exército do rei da Assíria, os quais prenderam Manassés entre os espinhais, e o amarraram com cadeias, e o levaram à Babilônia. 12 E ele, angustiado, orou deveras ao Senhor, seu Deus, e humilhou-se muito perante o Deus de seus pais, 13 e lhe fez oração, e Deus se aplacou para com ele, e ouviu a sua súplica, e o tornou a trazer a Jerusalém, ao seu reino; então, reconheceu Manassés que o Senhor é Deus.

14 E, depois disso edificou o muro de fora da Cidade de Davi, ao ocidente de Giom, no vale, e à entrada da Porta do Peixe, e à roda, até Ofel, e o levantou mui alto; também pôs oficiais valentes em todas as cidades fortes de Judá. 15 E tirou da Casa do Senhor os deuses estranhos e o ídolo, como também todos os altares que tinha edificado no monte da Casa do Senhor e em Jerusalém e os lançou fora da cidade. 16 E reparou o altar do Senhor, e ofereceu sobre ele ofertas pacíficas e de louvor, e mandou a Judá que servisse ao Senhor, Deus de Israel. 17 Mas ainda o povo sacrificava nos altos, mas somente ao Senhor, seu Deus.

18 O resto, pois, dos atos de Manassés, e a sua oração ao seu Deus, e as palavras dos videntes que lhe falaram em nome do Senhor, Deus de Israel, eis que estão no livro da história dos reis de Israel. 19 E a sua oração, como Deus se aplacou para com ele, e todo o seu pecado, e a sua transgressão, e os lugares onde edificou altos e pôs bosques e imagens de escultura, antes que se humilhasse, eis que está tudo escrito nos livros dos videntes. 20 E dormiu Manassés com seus pais, e o sepultaram em sua casa; Amom, seu filho, reinou em seu lugar.

O reinado de Amom e a sua impiedade

21 Era Amom da idade de vinte e dois anos quando começou a reinar e dois anos reinou em Jerusalém. 22 E fez o que era mal aos olhos do Senhor, como havia feito Manassés, seu pai, porque Amom sacrificou a todas as imagens de escultura que Manassés, seu pai, tinha feito e as serviu. 23 Mas não se humilhou perante o Senhor, como Manassés, seu pai, se humilhara; antes, multiplicou Amom os seus delitos. 24 E conspiraram contra ele os seus servos e o mataram em sua casa. 25 Porém o povo da terra feriu todos quantos conspiraram contra o rei Amom e o povo da terra fez reinar em seu lugar a Josias, seu filho.

O rei da Assíria ataca Judá

32 Depois de toda esta prova de fidelidade de Ezequias, Senaqueribe, rei da Assíria, veio contra Judá e sitiou as cidades fortificadas, decidido a conquistá-las. Quando Ezequias viu que Senaqueribe também vinha atacar Jerusalém, consultou os líderes civis e militares e lhes propôs secar as fontes de água que estavam fora da cidade; e eles decidiram apoiá-lo. Então juntaram um número grande de pessoas, e secaram todas as fontes de água e o ribeiro que corria no meio dessa região. Isso foi feito para que, quando chegassem os reis da Assíria, não encontrassem água em abundância.

Preparando-se com empenho, Ezequias fortificou e reparou as brechas da muralha. Reconstruiu as torres sobre ela e fez uma muralha exterior sobre a que havia. Fortificou o Milo da Cidade de Davi e fabricou muitas lanças e escudos. Também colocou líderes militares à frente do povo. Convocou todos na praça que está na frente da entrada da cidade e os animou com estas palavras:

—Sejam fortes e corajosos! Não tenham medo, nem se espantem perante o rei da Assíria e o exército numeroso que ele traz consigo, porque conosco há algo maior do que com ele. Do lado dele está a força humana mas do nosso lado está o SENHOR, nosso Deus, para nos ajudar e lutar nossas batalhas.

O povo teve confiança nas palavras de Ezequias, rei de Judá.

Depois disto, Senaqueribe, rei da Assíria, enquanto atacava Láquis com todas suas forças, enviou a Jerusalém um dos seus servos para que dissesse o seguinte a Ezequias e a todos os de Judá que estavam em Jerusalém:

10 “Eu, Senaqueribe, rei da Assíria, quero saber em quem vocês confiam já que ainda permanecem em Jerusalém, uma cidade sitiada! 11 Não veem que Ezequias está enganando vocês ao lhes falar: ‘O SENHOR, nosso Deus, nos salvará do poder do rei da Assíria’? Ele vai levá-los a morrer de fome e de sede! 12 Por acaso não foi Ezequias quem acabou com os santuários e altares e disse a Judá e a Jerusalém que só adorassem e queimassem incenso diante de um altar? 13 Não sabem vocês o que eu e meus antepassados temos feito a todos os povos da terra? Por acaso os deuses dessas nações conseguiram livrá-los do meu poder? 14 Qual dos deuses de todas essas nações que meus antepassados destruíram poderá salvar seu país do meu poder? Por que acreditam que o Deus de vocês poderá salvá-los? 15 Portanto, não deixem que Ezequias os engane e continue iludindo vocês. Não acreditem mais nisso porque se nenhum deus dentre todas aquelas nações conseguiu impedir que o seu povo caísse nas minhas mãos ou nas dos meus antepassados, quanto menos o deus de vocês poderá livrá-los de cair nas minhas mãos!”

16 Tudo isso e muito mais diziam os oficiais do rei da Assíria contra o SENHOR Deus e contra seu servo Ezequias. 17 Também escreveu cartas nas quais insultava ao SENHOR, Deus de Israel, e no que dizia contra ele: “Assim como os deuses das nações dos outros países não puderam salvar seus povos do meu poder, tampouco o Deus de Ezequias poderá salvar seu povo do meu poder”.

18 Então os ministros de Senaqueribe gritaram em hebraico ao povo de Jerusalém que estava na muralha. Eles fizeram isso para assustá-los e intimidá-los, a fim de capturar a cidade. 19 Diziam a eles que o Deus de Jerusalém era igual aos deuses dos outros povos da terra: obra do ser humano.

20 Devido a isto, o rei Ezequias e o profeta Isaías, filho de Amoz, oraram e pediram ajuda ao céu. 21 Então o SENHOR mandou um anjo que matou todos os soldados, capitães e comandantes do acampamento do rei da Assíria e este se viu obrigado a voltar ao seu país, coberto de vergonha. Quando entrou no templo do seu deus, seus próprios filhos o mataram à espada.

22 Assim foi que o SENHOR salvou Ezequias e os habitantes de Jerusalém das mãos do rei da Assíria e de todos seus inimigos, e lhe deu paz em todas suas fronteiras. 23 Então muita gente foi a Jerusalém com ofertas para o SENHOR e presentes caros para Ezequias, rei de Judá. O prestígio de Ezequias aumentou diante de todas as outras nações.

24 Por aqueles dias Ezequias ficou doente e esteve à beira da morte. Então orou ao SENHOR, que lhe respondeu e lhe deu um sinal. 25 Mas Ezequias não agradeceu o favor recebido, mas sim se encheu de orgulho, e isso fez com que Deus se irasse contra ele e também contra Judá e Jerusalém. 26 Mas depois Ezequias deixou o orgulho do seu coração e se humilhou junto com os habitantes de Jerusalém. Enquanto Ezequias viveu, o SENHOR não voltou a descarregar sua ira contra eles.

A prosperidade e os últimos dias de Ezequias

27 Ezequias teve muitas riquezas e honras. Adquiriu tesouros de prata e ouro, pedras preciosas, perfumes, escudos e todo tipo de objetos valiosos. 28 Fez também depósitos para armazenar o trigo, o vinho e o azeite. Mandou fazer estábulos para todo tipo de gado e também para os rebanhos. 29 Ezequias edificou também cidades e adquiriu gado e rebanhos em abundância porque Deus havia lhe dado muitas riquezas. 30 Ezequias foi também quem secou a saída superior das águas do Giom e as canalizou debaixo da terra para o lado oeste da Cidade de Davi. Assim, Ezequias teve sucesso em tudo o que se propôs fazer.

31 No entanto, quando os príncipes da Babilônia enviaram mensageiros para investigar o milagre que tinha acontecido no país, Deus deixou a Ezequias para colocá-lo à prova e conhecer tudo o que havia no seu coração. 32 Todas as outras coisas que Ezequias fez e suas obras que mostraram sua fidelidade estão escritas na visão do profeta Isaías, filho de Amoz e em O livro dos reis de Judá e de Israel. 33 Ezequias morreu e o sepultaram na parte superior do túmulo dos descendentes de Davi. Recebeu honra fúnebre de todo Judá e dos habitantes de Jerusalém. Seu filho Manassés reinou no seu lugar.

Manassés, rei de Judá

33 Manassés tinha doze anos quando começou a reinar, e governou por cinquenta e cinco anos em Jerusalém. Ele fez o que não agradava ao SENHOR. Cometeu os pecados terríveis que cometiam as nações que o SENHOR expulsou do país quando os israelitas entraram. Manassés construiu de novo os santuários sobre as montanhas que seu pai Ezequias tinha destruído. Também construiu altares de adoração para Baal e fez um poste de Aserá. Manassés adorou e serviu as estrelas do céu, construiu altares em honra a deuses falsos no templo do SENHOR, sobre o qual o SENHOR tinha dito: “Eu porei meu nome em Jerusalém para sempre”. Manassés construiu altares para as estrelas do céu no pátio do templo do SENHOR, queimou o seu próprio filho em sacrifício no vale de Ben-Hinom. Praticou a magia, a adivinhação e a feitiçaria. Ele também consultou médiuns e feiticeiros. Manassés fez tantas coisas que desagradavam ao SENHOR, que causou a sua ira.

Manassés pôs no templo de Deus uma estátua de um ídolo que havia feito. Deus tinha dito a Davi e ao seu filho Salomão acerca do templo: “Escolhi Jerusalém em todo Israel. Porei meu nome em Jerusalém para sempre. Eu não farei com que os israelitas saiam da terra que dei aos seus antepassados, os deixarei ali se obedecerem a tudo o que ordenei. Os israelitas devem obedecer a toda a lei, estatutos e mandamentos que lhes dei por meio de Moisés”. Manassés levou o povo de Judá e os habitantes de Jerusalém a fazer piores maldades do que as outras nações que moravam antes de Israel na terra de Canaã, e que o SENHOR destruiu quando vieram os israelitas para tomar posse da terra.

10 O SENHOR advertiu Manassés e seu povo, mas não lhe fizeram caso. 11 Por isso o SENHOR fez com que os comandantes do exército da Assíria invadissem o país. Eles capturaram Manassés e o levaram para a Babilônia amarrado com ganchos e correntes de bronze.

12 Mas quando se viu em situação tão angustiante, ele rogou ao SENHOR, seu Deus, e se humilhou profundamente perante o Deus dos seus antepassados. 13 Manassés orou a Deus, ele atendeu sua súplica e lhe permitiu voltar a Jerusalém e governar. Assim foi como Manassés entendeu que o SENHOR é Deus.

14 Depois de tudo isso, Manassés construiu uma muralha alta ao redor da Cidade de Davi, a qual ia do oeste do ribeiro de Giom, no vale, até o portal do Peixe e rodeava Ofel. Além disso colocou comandantes militares em todas as cidades fortificadas de Judá. 15 Também tirou do templo do SENHOR os deuses estrangeiros, o ídolo e todos os altares que havia construído no monte do templo do SENHOR e em Jerusalém, e os jogou para fora da cidade. 16 Depois restaurou o altar do SENHOR, apresentou nele ofertas para festejar e ofertas de ações de graça, e ordenou a Judá que servisse ao SENHOR, Deus de Israel. 17 Mesmo assim, o povo seguiu oferecendo sacrifícios nos santuários sobre os montes, embora os oferecia só ao SENHOR, seu Deus.

18 Todas as outras coisas que Manassés fez, a sua oração a Deus e as palavras dos videntes que o advertiram no nome do SENHOR, Deus de Israel, estão escritas em As Crônicas dos Reis de Israel. 19 Sua oração e a resposta que recebeu, assim como tudo o que tem a ver com seu pecado e infidelidade, os lugares onde fez santuários sobre os montes e onde colocou colunas de Aserá e os ídolos que fez antes de se humilhar diante de Deus, tudo isso está escrito em As crônicas dos videntes[a]. 20 Manassés morreu e foi sepultado no seu palácio, com seus antepassados. Seu filho Amom reinou no seu lugar.

Amom, rei de Judá

21 Amom tinha vinte e dois anos quando começou a reinar, e governou durante dois anos em Jerusalém. 22 Como o seu pai Manassés, Amom fez as mesmas maldades perante o SENHOR. Ofereceu sacrifícios aos mesmos ídolos que seu pai havia oferecido, e os adorou. 23 Mas, diferente do seu pai, Amom não se humilhou perante o SENHOR, e por isso tornou a pecar mais e mais.

24 Os oficiais de Amom conspiraram contra ele e o mataram dentro da sua própria casa, 25 mas as pessoas do povo mataram aos oficiais que participaram da conspiração contra o rei Amom e em seu lugar colocaram como rei a Josias, filho de Amom.

Footnotes

  1. 33.19 os videntes Literalmente, “Jozai”.