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Naamã é curado de lepra

O rei de Aram tinha uma grande admiração por Naamã, chefe do seu exército. Porque através de Naamã, o Senhor tinha dado muitas e gloriosas vitórias aos exércitos arameus. Por isso, era considerado um grande herói e muito respeitado. No entanto, era leproso.

As tropas de Aram tinham invadido, certa vez, a terra de Israel; entre os cativos que levaram, encontrava-se uma menina que ficou ao serviço da mulher de Naamã. Um dia, a menina disse à sua senhora: “Bem gostaria que o meu senhor fosse ver o profeta na Samaria. Haveria de curá-lo da lepra!”

Naamã contou ao rei o que a menina dissera. “Sim, vai lá ver esse profeta”, disse-lhe. “Escreverei uma carta para apresentares ao rei de Israel.” Naamã partiu, levando consigo 340 quilos de prata, 6000 peças de dinheiro em ouro e 10 mudas de roupa. A carta para o rei de Israel dizia assim: “O homem que é portador desta carta é o meu súbdito Naamã; o que eu pretendo é que trates da cura da sua lepra.”

Quando o rei de Israel leu a missiva, rasgou a roupa que trazia vestida e disse: “Este homem manda-me um leproso para que eu o cure! Sou eu Deus para poder dar vida ou matar? Ele está é a arranjar uma desculpa para nos invadir de novo.”

Quando o profeta Eliseu soube do aperto em que o rei se encontrava, mandou-lhe uma mensagem: “Porque é que estás tão preocupado? Manda Naamã vir ter comigo; ele ficará a saber que há um verdadeiro homem de Deus aqui na terra de Israel.”

Naamã chegou com os seus carros e cavalos em frente da casa de Eliseu. 10 Este enviou-lhe um mensageiro dizer-lhe para ir lavar-se sete vezes no rio Jordão, que ficaria sarado de qualquer vestígio de lepra.

11 No entanto, muito irritado, Naamã resolveu ir-se embora. “Vejam bem!”, disse ele. “Sempre pensei que, pelo menos, viria falar comigo, poria a mão sobre as partes leprosas, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, e eu ficaria curado! 12 Não são os rios Abana e Farpar, de Damasco, muito melhores do que todos os rios de Israel juntos? Se a questão era lavar-me num rio, poderia muito bem fazê-lo na minha terra e curar-me.” E retirou-se indignado.

13 Os seus ajudantes tentaram que reconsiderasse: “Se o profeta te tivesse pedido para fazer uma coisa muito difícil, não a terias feito? Então porque não o fazes, se te disse para te lavares que ficarias curado?” 14 Naamã aceitou descer até ao rio Jordão; mergulhou sete vezes, como Eliseu lhe dissera, e a sua carne ficou como a de um menino; ficou curado.

15 Voltou então com toda a sua comitiva, para ir falar de novo com o homem de Deus, e Naamã disse: “Agora sei que em todo o mundo não há Deus verdadeiro senão em Israel. Peço-te que aceites estes presentes.”

16 “Tão certo como vive o Senhor, que não os aceitarei.” Naamã insistiu para que os aceitasse e ele recusou firmemente.

17 “Está bem”, disse Naamã. “Mas peço-te que me dês terra correspondente a dois carregamentos de mula para levar comigo, porque daqui em diante nunca mais oferecerei holocaustos a outro deus senão ao Senhor. 18 Contudo, que o Senhor me perdoe, quando o meu senhor, o meu rei, entrar no templo do deus Rimom para o adorar e se apoiar no meu braço, que o Senhor me perdoe se eu também me inclinar.”

19 “Podes ir em paz”, disse-lhe Eliseu. E Naamã partiu.

20 Geazi, o ajudante de Eliseu, disse para consigo: “O meu senhor não devia ter deixado este indivíduo partir sem ter ficado com alguns dos seus presentes. Quem há de ir atrás dele, para ver se ainda apanho alguma coisa, serei eu.”

21 Geazi partiu atrás de Naamã. Quando este o viu aproximar-se, saiu do carro e foi ao encontro de Geazi. “Há alguma novidade?” perguntou-lhe.

22 “Não, vai tudo bem”, respondeu Geazi. “O meu senhor mandou-me vir ter contigo, porque chegaram dois jovens profetas, das colinas de Efraim, e ele gostaria de lhes dar 34 quilos de prata e duas mudas de roupa.”

23 “Tens aqui 68 quilos”, respondeu Naamã. Deu-lhe ainda dois fatos caros e pôs o dinheiro em dois sacos, mandando dois servos seus carregarem os presentes, na companhia de Geazi. 24 No entanto, quando chegaram à colina onde Eliseu vivia, Geazi pegou nos presentes e mandou os servos embora. Depois escondeu o dinheiro na sua casa.

25 Ao apresentar-se novamente ao seu senhor, Eliseu perguntou-lhe: “Onde é que estiveste, Geazi?” Respondeu-lhe: “Em sítio nenhum!”

26 “Não estás a ver que o meu pensamento te acompanhou, quando Naamã desceu do carro para vir ao teu encontro? Seria esta situação própria para arranjares dinheiro, roupa, olivais, vinhas, cordeiros, bois e servos? 27 Visto que fizeste tal coisa, a lepra de Naamã ficará sobre ti e sobre os teus filhos, e sobre os teus descendentes para sempre!” Geazi saiu dali leproso, com a pele branca como neve.

Eliseu faz flutuar um ferro

Um dia, o grupo dos profetas veio ter com Eliseu: “Como estás a ver, as nossas habitações são muito acanhadas. Achas que podemos ir até ao Jordão e construir ali melhores alojamentos?” Ele retorquiu: “Podem ir.”

“Por favor, vem connosco”, pediu-lhe um deles. Eliseu respondeu: “Pois sim.”

Quando chegaram ao Jordão, começaram a cortar madeira. A certa altura, o ferro de um machado caiu ao rio. “Oh! Senhor!”, exclamou ele. “Era emprestado!”

“Onde foi que ele caiu?”, perguntou o homem de Deus. O jovem mostrou-lhe o sítio; Eliseu cortou um pedaço de madeira e lançou-o à água; o ferro do machado veio ao de cima e ficou a flutuar! “Vai apanhá-lo”, disse-lhe o profeta. E assim o recuperou.

Deus cega o exército arameu

Numa altura em que o rei de Aram estava em guerra contra Israel, aquele rei disse aos seus chefes militares: “Vamos mobilizar as nossas tropas.” E deu-lhes indicações quanto ao processo e ao local de concentração.

Imediatamente Eliseu avisou o rei de Israel: “Não te aproximes de tal sítio, porque os arameus estão a planear mobilizar ali o seu exército!” 10 O rei mandou um estafeta espiar se era assim como Eliseu dizia; e era verdade. Isto aconteceu não só uma vez, mas em várias ocasiões. O homem de Deus salvou dessa forma o rei, repetidas vezes, dum desastre militar.

11 O soberano arameu estava atónito. Chamou os seus chefes militares e perguntou-lhes: “Quem é que nos anda a trair? Quem é que faz saber ao rei de Israel os nossos planos?”

12 “Não somos nós, senhor”, respondeu um deles. “É o profeta Eliseu que comunica ao rei de Israel até aquilo que dizes na intimidade do teu quarto!”

13 “Vão já ver onde é que ele se encontra para que envie soldados que o tragam cá!”, exclamou o rei. E vieram dizer-lhe: “Eliseu está em Dotã.” 14 Então, uma noite, o rei de Aram enviou um grande exército, com muitos carros e cavalos, cercar a povoação.

15 Quando, no dia seguinte, o criado do homem de Deus se levantou de manhã cedo e saiu de casa, havia tropas, cavalos e carros por toda a parte. “Ai, meu senhor, que vamos fazer agora?”, gritou ele para Eliseu.

16 “Não tenhas medo, porque os que estão connosco são muito mais numerosos do que todos eles juntos!” 17 Eliseu fez então a seguinte oração: “Senhor, abre-lhe os olhos para que veja!” E o Senhor abriu os olhos do moço, que pôde ver cavalos e carros de fogo por todo o lado na montanha.

18 Quando o exército arameu avançou sobre eles, Eliseu orou: “Senhor, peço-te que os cegues.” E assim aconteceu. 19 Eliseu foi ao encontro deles: “Vieram pelo caminho errado; não é esta a povoação que vos interessa. Venham comigo e levar-vos-ei ao homem que procuram.” E conduziu-os a Samaria.

20 Assim que chegaram, Eliseu orou de novo: “Senhor, abre-lhes os olhos para que vejam.” O Senhor assim fez e os soldados constataram que estavam em Samaria, a capital de Israel!

21 O rei de Israel, ao vê-los, gritou para Eliseu: “Senhor, mato-os? Mato-os?”

22 Eliseu respondeu: “De maneira nenhuma! Iríamos matar prisioneiros de guerra? Dá-lhes de comer e beber e manda-os embora.” 23 O rei preparou-lhes uma grande festa e depois deixou-os ir ter com o seu rei. Depois disso, os comandos arameus suspenderam as investidas na terra de Israel.

Samaria é sitiada

24 Mais tarde, contudo, o rei Ben-Hadade de Aram mobilizou todo o seu exército e atacou Samaria. 25 Como resultado, houve uma grande fome na cidade. Passado algum tempo, a cabeça dum jumento chegou a custar um quilo de prata e um quarto de litro de esterco de pomba era vendido por uma peça de 60 gramas de prata!

26 Um dia em que o rei de Israel ia andando sobre a muralha da cidade, uma mulher chamou-o: “Ajuda-me, ó rei, meu senhor!”

27 O rei retorquiu: “Se não for o Senhor que te ajude, que poderei fazer por ti? Não tenho nada que te possa dar; nem da eira trigo, nem do lagar vinho. 28 Afinal, de que é que te queixas?” Ela respondeu: “Aqui esta mulher propôs-me que comêssemos num dia o meu filho e no outro o dela. 29 Então cozinhámos o meu filho e comemo-lo. Mas, no dia seguinte, quando lhe disse: ‘Dá cá o teu filho para que o cozinhemos’, ela escondeu-o.”

30 Quando o rei ouviu isto, rasgou a roupa que tinha vestida. O povo que ali estava, perto da muralha, reparou que o soberano trazia junto ao corpo roupa interior feita de saco. 31 “Que Deus me tire a mim a vida, se eu não cortar a cabeça a Eliseu hoje mesmo!”, exclamou o rei.

32 Eliseu estava reunido em casa com os anciãos de Israel, quando chegou o recado do rei que o convocava. No entanto, antes mesmo que o mensageiro chegasse, Eliseu disse aos anciãos: “Este assassino enviou-me alguém com a intenção de me matar. Quando ele aparecer, fechem-lhe a porta e não o deixem entrar, porque o seu senhor vem, com certeza, atrás dele.”

33 Estava Eliseu ainda a dizer estas palavras, quando o mensageiro chegou; e o rei vinha logo atrás dele: “Foi o Senhor quem provocou toda esta miséria em que estamos!” rouquejou o rei. “Por que razão haveria eu de ficar à espera de alguma ajuda da sua parte?”

Eliseu replicou: “O Senhor manda dizer que amanhã, por esta altura, sete litros de farinha ou catorze litros de cevada serão vendidos nos mercados de Samaria por 12 gramas de prata!”

Um dos ajudantes do rei disse-lhe: “Isso, nem que o Senhor abrisse janelas no céu, poderia acontecer!” Eliseu replicou-lhe: “Verás isso acontecer, mas não poderás comprar nada!”

O cerco é levantado

Havia quatro leprosos que se sentavam habitualmente do lado de fora dos portões da cidade. “Afinal, o que é que estamos aqui a fazer, sentados, a deixarmo-nos morrer?”, disseram uns para os outros. “Se ficamos aqui, morremos de fome; se vamos para a cidade, também morremos de fome. O melhor é a gente render-se ao exército arameu. Se nos deixarem viver, tanto melhor; se nos matarem, iríamos de qualquer forma acabar por morrer.”

No final da tarde, dirigiram-se ao acampamento dos arameus e constataram que não havia ali ninguém. É que o Senhor tinha feito com que o exército arameu ouvisse o ruído do rodado de muitos carros e o galopar de muitos cavalos a aproximarem-se. “O rei de Israel contratou o exército dos hititas e dos egípcios para nos atacarem!”, gritaram eles. Entraram em pânico e fugiram durante a noite, abandonando tendas, cavalos, jumentos, tudo.

Quando os leprosos chegaram à entrada do acampamento, foram de tenda em tenda, comendo e bebendo o que encontravam, ao mesmo tempo que guardavam tudo o que fosse prata, ouro e roupa, para esconderem.

Acabaram por reconhecer que faziam mal: “Isto não está certo! Acontecer uma coisa maravilhosa e não dizermos a ninguém! Se esperarmos pela manhã, até nos pode suceder alguma desgraça; vamos dizer ao povo e no palácio aquilo que aconteceu.”

10 Voltaram para a cidade e contaram às sentinelas o sucedido; que tinham ido ao acampamento dos arameus e que não estava ali ninguém, embora os cavalos e os jumentos continuassem presos e as tendas em ordem; mas não se via vivalma em redor. 11 As sentinelas transmitiram a notícia ao pessoal do palácio.

12 O rei levantou-se da cama e disse aos seus conselheiros: “Eu sei o que aconteceu. Os arameus sabem que estamos a morrer de fome, por isso armaram-nos uma cilada; deixaram o acampamento, esconderam-se aí pelos campos, pensando atrair-nos assim para fora da cidade. Nessa altura, atacar-nos-ão; levam-nos para sermos seus escravos e ocupam a cidade.”

13 Um dos conselheiros avançou: “Não seria melhor que enviássemos alguns homens a espiar o que se passa? Poderão levar cinco dos cavalos que ainda nos restam; se alguma coisa lhes acontecer, a perda será igual a ficarem aqui e morrerem connosco.”

14 Conseguiram encontrar quatro cavalos, que atrelaram a dois carros, e o rei mandou dois homens com os carros ver para onde tinham ido os arameus. 15 Eles seguiram o trilho do inimigo; havia roupa e equipamentos espalhados por todo o lado, que tinham sido abandonados na corrida até ao Jordão. Os espias regressaram e contaram ao rei o que tinham visto. 16 O povo de Samaria irrompeu para fora da cidade e lançou-se literalmente sobre o acampamento dos arameus. Dessa forma, sete litros de farinha ou catorze litros de cevada chegaram a ser vendidos por 12 gramas de prata, tal como o Senhor dissera!

17 O rei tinha colocado à entrada da cidade um ajudante, em cujo braço se apoiara, para controlar a circulação de quem entrava e saía. Este acabou por ser derrubado e morreu debaixo dos pés da multidão em delírio. 18 Este ajudante fora o tal que, na véspera, Eliseu previra haveria de chegar daí a instantes para o prender. Nessa altura, o homem de Deus dissera ao rei que sete litros de farinha ou catorze litros de cevada haveriam de ser vendidos no dia seguinte por 12 gramas de prata. 19 Esse tal ajudante retorquira ao homem de Deus, que isso não poderia acontecer nem que as janelas do céu fossem abertas pelo Senhor! Eliseu garantira a esse ajudante: “Verás isso acontecer, mas não poderás comprar nada!” 20 E foi o que sucedeu, porque o povo o esmagou à entrada da cidade, morrendo ali.

A sunamita recupera as suas terras

Eliseu dissera à mulher cujo filho trouxera de novo à vida: “Pega na tua família e vai viver noutro país, porque o Senhor mandou vir sobre Israel uma fome que durará sete anos.” A mulher, com efeito, levou a família para viverem na terra dos filisteus por sete anos.

Quando a fome acabou, voltou para Israel e pediu uma audiência ao rei, com o fim de reaver a sua casa e as terras que lhe pertenciam. Quando compareceu perante o rei, este estava justamente a falar com Geazi, o ajudante de Eliseu, e dizia-lhe o seguinte: “Conta-me lá outros feitos notáveis que Eliseu tenha feito.” Geazi estava a contar ao soberano como Eliseu ressuscitou o rapaz que tinha morrido, quando a mulher apareceu: “Oh! Senhor!”, exclamou Geazi. “É esta precisamente a mulher de que te falava e este é o seu filho, o rapaz que Eliseu devolveu à vida!”

“Isto é verdade?”, perguntou o rei à mulher. Ela confirmou-lhe tudo. O rei deu então ordens a um dos seus conselheiros que garantisse à mulher a posse do que tinha tido antes, assim como o direito às rendas daquilo que terras entretanto tinham produzido.

Hazael mata Ben-Hadade

Posteriormente, Eliseu foi para Damasco, capital de Aram, onde o rei Ben-Hadade se encontrava doente. Alguém lhe comunicou a chegada do homem de Deus. Quando o rei teve conhecimento disso, disse a Hazael: “Leva um presente ao homem de Deus e pede-lhe que pergunte ao Senhor se hei de restabelecer-me.”

Hazael levou a Eliseu um carregamento de quarenta camelos, com tudo o que de melhor a terra produzia, e disse-lhe: “O teu filho, Ben-Hadade, rei de Aram, mandou-me perguntar-te se ele se restabelecerá.”

10 “Diz-lhe que sim”, respondeu o profeta. “Contudo, o Senhor mostrou-me que, de qualquer modo, ele morrerá.” 11 Entretanto, Eliseu começou a olhar para ele muito fixamente. Hazael, embaraçado, já não sabia o que havia de fazer, até que o homem de Deus começou a chorar.

12 “Que é que se passa, senhor?”, perguntou-lhe Hazael. Eliseu respondeu: “Eu sei as coisas terríveis que farás ao povo de Israel: queimarás as suas fortalezas, matarás os seus jovens, esmagarás os bebés contra os rochedos, desventrarás as grávidas!”

13 Então Hazael respondeu: “O quê, eu? Não valho mais que um cão vadio. Alguma vez faria tais coisas!” Eliseu insistiu: “O Senhor mostrou-me que hás de ser rei de Aram.”

14 Quando Hazael regressou, o rei perguntou-lhe: “Que te disse ele?” Hazael respondeu: “Que haverias de ficar bom.”

15 No dia seguinte, Hazael pegou num cobertor, molhou-o e abafou com ele a cara do rei, e assim o matou. Na sequência disto, ascendeu ao trono em lugar de Ben-Hadade.

Jeorão rei de Judá

(2 Cr 21.5-10, 20)

16 O rei Jeorão, filho do rei Jeosafá de Judá, começou a reinar no quinto ano do reinado de Jorão, rei de Israel, filho de Acabe. 17 Tinha 32 anos quando começou a reinar. Reinou 8 anos em Jerusalém. 18 Foi tão mau como os reis de Israel. Assemelhou-se ao ímpio Acabe e até casou com uma das suas filhas. Toda a sua vida fez o que era mau aos olhos do Senhor. 19 No entanto, o Senhor não tinha a intenção de destruir Judá, por causa da promessa feita a David, seu servo, de que, quanto ele e os seus filhos, manteria para sempre acesa a sua lâmpada.

20 Durante o reinado de Jeorão, o povo de Edom revoltou-se contra Judá e elegeu o seu próprio rei. 21 Jeorão tentou, inutilmente, travar essa rebelião; atravessou o Jordão e atacou a povoação de Zair, mas foi rapidamente cercado pelo exército de Edom. A coberto da noite, ainda tentou atacar as fileiras edomitas, mas a sua tropa desertou e fugiu. 22 Edom manteve a sua independência até este dia. Por essa altura, também Libna se revoltou.

23 Outros acontecimentos respeitantes à história do rei Jeorão encontram-se relatados no Livro das Crónicas dos Reis de Judá. 24 Jeorão faleceu e foi sepultado no junto dos seus antepassados na Cidade de David. O seu filho Acazias reinou em seu lugar.

Acazias rei de Judá

(2 Cr 22.1-6)

25 O seu filho Acazias subiu ao trono no décimo segundo ano do reinado de Jorão, rei de Israel, o filho de Acabe. 26 Acazias tinha 22 anos quando começou a reinar. Reinou durante um ano em Jerusalém. O nome da sua mãe era Atalia, neta de Omri, rei de Israel. 27 Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor, tal como foram todos os descendentes de Acabe. Aliás, estava relacionado com este último pelo casamento.

28 Aliou-se a Jorão para combater contra Hazael, rei de Aram, em Ramote-Gileade. Jorão ficou ferido na batalha. 29 Regressou a Jezreel, para se restabelecer dos ferimentos. Enquanto ali se encontrava, foi visitado por Acazias, rei de Judá.

Naamã é curado da lepra

E Naamã, chefe do exército do rei da Síria, era um grande homem diante do seu senhor e de muito respeito; porque por ele o Senhor dera livramento aos siros; e era este varão homem valoroso, porém leproso. E saíram tropas da Síria e da terra de Israel levaram presa uma menina, que ficou ao serviço da mulher de Naamã. E disse esta à sua senhora: Tomara que o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra. Então, entrou Naamã e o notificou a seu senhor, dizendo: Assim e assim falou a menina que é da terra de Israel. Então, disse o rei da Síria: Vai, anda, e enviarei uma carta ao rei de Israel. E foi e tomou na sua mão dez talentos de prata, e seis mil siclos de ouro, e dez mudas de vestes. E levou a carta ao rei de Israel, dizendo: Logo, em chegando a ti esta carta, saibas que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o restaures da sua lepra. E sucedeu que, lendo o rei de Israel a carta, rasgou as suas vestes e disse: Sou eu Deus, para matar e para vivificar, para que este envie a mim, para eu restaurar a um homem da sua lepra? Pelo que deveras notai, peço-vos, e vede que busca ocasião contra mim. Sucedeu, porém, que, ouvindo Eliseu, homem de Deus, que o rei de Israel rasgara as suas vestes, mandou dizer ao rei: Por que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel. Veio, pois, Naamã com os seus cavalos e com o seu carro e parou à porta da casa de Eliseu. 10 Então, Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne te tornará, e ficarás purificado. 11 Porém Naamã muito se indignou e se foi, dizendo: Eis que eu dizia comigo: Certamente ele sairá, pôr-se-á em pé, e invocará o nome do Senhor, seu Deus, e passará a sua mão sobre o lugar, e restaurará o leproso. 12 Não são, porventura, Abana e Farpar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não me poderia eu lavar neles e ficar purificado? E voltou-se e se foi com indignação. 13 Então, chegaram-se a ele os seus servos, e lhe falaram, e disseram: Meu pai, se o profeta te dissera alguma grande coisa, porventura, não a farias? Quanto mais, dizendo-te ele: Lava-te e ficarás purificado. 14 Então, desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou, como a carne de um menino, e ficou purificado.

15 Então, voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva, e veio, e pôs-se diante dele, e disse: Eis que tenho conhecido que em toda a terra não Deus, senão em Israel; agora, pois, te peço que tomes uma bênção do teu servo. 16 Porém ele disse: Vive o Senhor, em cuja presença estou, que a não tomarei. E instou com ele para que a tomasse, mas ele recusou. 17 E disse Naamã: Seja assim; contudo, dê-se a este teu servo uma carga de terra de um jugo de mulas; porque nunca mais oferecerá este teu servo holocausto nem sacrifício a outros deuses, senão ao Senhor. 18 Nisso, perdoe o Senhor a teu servo. Quando meu senhor entra na casa de Rimom, para ali adorar, e ele se encosta na minha mão, e eu também me tenha de encurvar na casa de Rimom; quando assim me encurvar na casa de Rimom, nisso, perdoe o Senhor a teu servo. 19 E ele lhe disse: Vai em paz.

E foi-se dele a uma pequena distância.

Geazi é atacado da lepra

20 Então, Geazi, moço de Eliseu, homem de Deus, disse: Eis que meu senhor impediu a este siro Naamã que da sua mão se desse alguma coisa do que trazia; porém, tão certo como vive o Senhor, que hei de correr atrás dele e tomar dele alguma coisa. 21 E foi Geazi em alcance de Naamã; e Naamã, vendo que corria atrás dele, saltou do carro a encontrá-lo e disse-lhe: Vai tudo bem? 22 E ele disse: Tudo vai bem; meu senhor me mandou dizer: Eis que agora mesmo vieram a mim dois jovens dos filhos dos profetas da montanha de Efraim; dá-lhes, pois, um talento de prata e duas mudas de vestes. 23 E disse Naamã: Sê servido tomar dois talentos. E instou com ele e amarrou dois talentos de prata em dois sacos, com duas mudas de vestes; e pô-las sobre dois dos seus moços, os quais os levaram diante dele. 24 E, chegando ele à altura, tomou-os das suas mãos e os depositou na casa; e despediu aqueles homens, e foram-se. 25 Então, ele entrou e pôs-se diante de seu senhor. E disse-lhe Eliseu: De onde vens, Geazi? E disse: Teu servo não foi nem a uma nem a outra parte. 26 Porém ele lhe disse: Porventura, não foi contigo o meu coração, quando aquele homem voltou de sobre o seu carro, a encontrar-te? Era isso ocasião para tomares prata e para tomares vestes, e olivais, e vinhas, e ovelhas, e bois, e servos, e servas? 27 Portanto, a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua semente para sempre. Então, saiu de diante dele leproso, branco como a neve.

Eliseu faz flutuar o ferro de um machado

E disseram os filhos dos profetas a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face nos é estreito. Vamos, pois, até ao Jordão, e tomemos de lá, cada um de nós, uma viga, e façamo-nos ali um lugar, para habitar ali. E disse ele: Ide. E disse um: Serve-te de ires com os teus servos. E disse: Eu irei. E foi com eles; e, chegando eles ao Jordão, cortaram madeira. E sucedeu que, derribando um deles uma viga, o ferro caiu na água; e clamou e disse: Ai! Meu senhor! Porque era emprestado. E disse o homem de Deus: Onde caiu? E, mostrando-lhe ele o lugar, cortou um pau, e o lançou ali, e fez nadar o ferro. E disse: Levanta-o. Então, ele estendeu a sua mão e o tomou.

Eliseu adivinha os conselhos do rei da Síria

E o rei da Síria fazia guerra a Israel; e consultou com os seus servos dizendo: Em tal e em tal lugar estará o meu acampamento. Mas o homem de Deus enviou ao rei de Israel, dizendo: Guarda-te de passares por tal lugar; porque os siros desceram ali. 10 Pelo que o rei de Israel enviou àquele lugar, de que o homem de Deus lhe falara e de que o tinha avisado, e se guardou ali, não uma nem duas vezes.

11 Então, se turbou com este incidente o coração do rei da Síria, e chamou os seus servos, e lhes disse: Não me fareis saber quem dos nossos é pelo rei de Israel? 12 E disse um dos seus servos: Não, ó rei, meu senhor; mas o profeta Eliseu, que está em Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que tu falas na tua câmara de dormir. 13 E ele disse: Vai e vê onde ele está, para que eu envie e mande trazê-lo. E fizeram-lhe saber, dizendo: Eis que está em Dotã. 14 Então, enviou para lá cavalos, e carros, e um grande exército, os quais vieram de noite e cercaram a cidade.

15 E o moço do homem de Deus se levantou mui cedo e saiu, e eis que um exército tinha cercado a cidade com cavalos e carros; então, o seu moço lhe disse: Ai! Meu senhor! Que faremos? 16 E ele disse: Não temas; porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. 17 E orou Eliseu e disse: Senhor, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. E o Senhor abriu os olhos do moço, e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu. 18 E, como desceram a ele, Eliseu orou ao Senhor e disse: Fere, peço-te, esta gente de cegueira. E feriu-a de cegueira, conforme a palavra de Eliseu. 19 Então, Eliseu lhes disse: Não é este o caminho, nem é esta a cidade; segui-me, e guiar-vos-ei ao homem que buscais. E os guiou a Samaria.

20 E sucedeu que, chegando eles a Samaria, disse Eliseu: Ó Senhor, abre a estes os olhos para que vejam. O Senhor lhes abriu os olhos, para que vissem, e eis que estavam no meio de Samaria. 21 E, quando o rei de Israel os viu, disse a Eliseu: Feri-los-ei, feri-los-ei, meu pai? 22 Mas ele disse: Não os ferirás; feririas tu os que tomasses prisioneiros com a tua espada e com o teu arco? Põe-lhes diante pão e água, para que comam e bebam e se vão para seu senhor. 23 E apresentou-lhes um grande banquete, e comeram e beberam; e os despediu, e foram para seu senhor; e não entraram mais tropas de siros na terra de Israel.

Samaria é cercada

24 E sucedeu, depois disso, que Ben-Hadade, rei da Síria, ajuntou todo o seu exército; e subiu e cercou a Samaria. 25 E houve grande fome em Samaria, porque eis que a cercaram, até que se vendeu uma cabeça de um jumento por oitenta peças de prata, e a quarta parte de um cabo de esterco de pombas, por cinco peças de prata. 26 E sucedeu que, passando o rei pelo muro, uma mulher lhe bradou, dizendo: Acode-me, ó rei, meu senhor. 27 E ele lhe disse: Se o Senhor te não acode, de onde te acudirei eu, da eira ou do lagar? 28 Disse-lhe mais o rei: Que tens? E disse ela: Esta mulher me disse: Dá o teu filho, para que hoje o comamos e amanhã comeremos o meu filho. 29 Cozemos, pois, o meu filho e o comemos; mas, dizendo-lhe eu ao outro dia: Dá o teu filho, para que o comamos, escondeu o seu filho. 30 E sucedeu que, ouvindo o rei as palavras desta mulher, rasgou as suas vestes e ia passando pelo muro; e o povo viu que trazia cilício por dentro, sobre a sua carne.

31 E disse: Assim me faça Deus e outro tanto, se a cabeça de Eliseu, filho de Safate, hoje ficar sobre ele. 32 Estava, então, Eliseu assentado em sua casa, e também os anciãos estavam assentados com ele. E enviou o rei um homem de diante de si; mas, antes que o mensageiro viesse a ele, disse ele aos anciãos: Vistes como o filho do homicida mandou tirar-me a cabeça? Olhai, quando vier o mensageiro, fechai-lhe a porta e empurrai-o para fora com a porta; porventura, não vem o ruído dos pés de seu senhor após ele? 33 E, estando ele ainda falando com eles, eis que o mensageiro descia a ele; e disse o rei: Eis que este mal vem do Senhor; que mais, pois, esperaria do Senhor?

Eliseu prediz a abundância de víveres

Então, disse Eliseu: Ouvi a palavra do Senhor; assim diz o Senhor: Amanhã, quase a este tempo, uma medida de farinha haverá por um siclo, e duas medidas de cevada, por um siclo, à porta de Samaria. Porém um capitão, em cuja mão o rei se encostava, respondeu ao homem de Deus e disse: Eis que, ainda que o Senhor fizesse janelas no céu, poder-se-ia fazer isso? E ele disse: Eis que o verás com os teus olhos, porém daí não comerás.

E quatro homens leprosos estavam à entrada da porta, os quais disseram uns aos outros: Para que estaremos nós aqui até morrermos? Se dissermos: Entremos na cidade, há fome na cidade, e morreremos aí; e, se ficarmos aqui, também morreremos; vamos nós, pois, agora, e demos conosco no arraial dos siros; se nos deixarem viver, viveremos, e, se nos matarem, tão somente morreremos. E levantaram-se ao crepúsculo, para irem ao arraial dos siros; e, chegando à entrada do arraial dos siros, eis que não havia ali ninguém. Porque o Senhor fizera ouvir no arraial dos siros ruído de carros e ruído de cavalos, como o ruído de um grande exército; de maneira que disseram uns aos outros: Eis que o rei de Israel alugou contra nós os reis dos heteus e os reis dos egípcios, para virem contra nós. Pelo que se levantaram, e fugiram no crepúsculo, e deixaram as suas tendas, e os seus cavalos, e os seus jumentos, e o arraial como estava; e fugiram para salvarem a sua vida. Chegando, pois, estes leprosos à entrada do arraial, entraram numa tenda, e comeram, e beberam, e tomaram dali prata, e ouro, e vestes, e foram, e os esconderam; então, voltaram, e entraram em outra tenda, e dali também tomaram alguma coisa, e a esconderam.

Então, disseram uns para os outros: Não fazemos bem; este dia é dia de boas-novas, e nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, algum mal nos sobrevirá; pelo que agora vamos e o anunciemos à casa do rei. 10 Vieram, pois, e bradaram aos porteiros da cidade, e lhes anunciaram, dizendo: Fomos ao arraial dos siros, e eis que lá não havia ninguém, nem voz de homem, porém, só cavalos atados, e jumentos atados, e as tendas como estavam dantes. 11 E chamaram os porteiros, e estes o anunciaram dentro da casa do rei. 12 E o rei se levantou de noite e disse aos seus servos: Agora, vos farei saber o que é que os siros nos fizeram; bem sabem eles que esfaimados estamos; pelo que saíram do arraial, a esconder-se pelo campo, dizendo: Quando saírem da cidade, então, os tomaremos vivos e entraremos na cidade. 13 Então, um dos seus servos respondeu e disse: Tomem-se, pois, cinco dos cavalos do resto que ficou aqui dentro, pois toda a multidão dos israelitas que ficaram aqui de resto terá a mesma sorte da multidão dos israelitas que pereceram; enviemo-los e vejamos. 14 Tomaram, pois, dois cavalos de carro; e o rei os enviou após o exército dos siros, dizendo: Ide e vede. 15 E foram após eles até ao Jordão, e eis que todo o caminho estava cheio de vestes e de aviamentos, que os siros, apressando-se, lançaram fora; e voltaram os mensageiros e o anunciaram ao rei.

16 Então, saiu o povo e saqueou o arraial dos siros; e havia uma medida de farinha por um siclo, e duas medidas de cevada, por um siclo, conforme a palavra do Senhor. 17 E pusera o rei à porta o capitão em cuja mão se encostava; e o povo o atropelou na porta, e ele morreu, como falara o homem de Deus, o que falou quando o rei descera a ele. 18 Porque assim sucedeu como o homem de Deus falara ao rei, dizendo: Amanhã, quase a este tempo, haverá duas medidas de cevada por um siclo, e uma medida de farinha, por um siclo, à porta de Samaria. 19 E aquele capitão respondera ao homem de Deus e disse: Eis que, ainda que o Senhor fizesse janelas no céu, poder-se-ia isso fazer conforme essa palavra? E o homem de Deus dissera: Eis que o verás com os teus olhos, porém daí não comerás. 20 E assim lhe sucedeu, porque o povo o atropelou à porta, e ele morreu.

A sunamita volta para a sua terra

E falou Eliseu àquela mulher cujo filho vivificara, dizendo: Levanta-te, e vai-te, tu e a tua família, e peregrina onde puderes peregrinar; porque o Senhor chamou a fome, a qual também virá à terra por sete anos. E levantou-se a mulher e fez conforme a palavra do homem de Deus; porque foi ela com a sua família e peregrinou na terra dos filisteus sete anos. E sucedeu que, ao cabo dos sete anos, a mulher voltou da terra dos filisteus e saiu a clamar ao rei pela sua casa e pelas suas terras.

Ora, o rei falava a Geazi, moço do homem de Deus, dizendo: Conta-me, peço-te, todas as grandes obras que Eliseu tem feito. E sucedeu que, contando ele ao rei como vivificara a um morto, eis que a mulher cujo filho vivificara clamou ao rei pela sua casa e pelas suas terras; então, disse Geazi: Ó rei, meu senhor, esta é a mulher, e este o seu filho, a quem Eliseu vivificou. E o rei perguntou à mulher, e ela lho contou; então, o rei lhe deu um eunuco, dizendo: Faze-lhe restituir tudo quanto era seu e todas as rendas das terras, desde o dia em que deixou a terra até agora.

Hazael mata a Ben-Hadade

Depois, veio Eliseu a Damasco, estando Ben-Hadade, rei da Síria, doente; e lho anunciaram, dizendo: O homem de Deus é chegado aqui. Então, o rei disse a Hazael: Toma um presente na tua mão, e vai a encontrar-te com o homem de Deus, e pergunta por ele ao Senhor, dizendo: Hei de eu sarar desta doença? Foi, pois, Hazael encontrar-se com ele e tomou um presente na sua mão, a saber, de tudo que era bom de Damasco, quarenta camelos carregados; e veio, e se pôs diante dele, e disse: Teu filho Ben-Hadade, rei da Síria, me enviou a ti, a dizer: Sararei eu desta doença? 10 E Eliseu lhe disse: Vai e dize-lhe: Certamente, não sararás. Porque o Senhor me tem mostrado que certamente morrerá. 11 E afirmou a sua vista e fitou os olhos nele, até se envergonhar; e chorou o homem de Deus. 12 Então, disse Hazael: Por que chora meu senhor? E ele disse: Porque sei o mal que hás de fazer aos filhos de Israel; porás fogo às suas fortalezas, e os seus jovens matarás à espada, e os seus meninos despedaçarás, e as suas pejadas fenderás. 13 E disse Hazael: Pois que é teu servo, que não é mais do que um cão, para fazer tão grande coisa? E disse Eliseu: O Senhor me tem mostrado que tu hás de ser rei da Síria. 14 Então, partiu de Eliseu e veio a seu senhor, o qual lhe disse: Que te disse Eliseu? E disse ele: Disse-me que certamente sararás. 15 E sucedeu, ao outro dia, que tomou um cobertor, e o molhou na água, e o estendeu sobre o seu rosto, e morreu. E Hazael reinou em seu lugar.

O reinado de Jeorão

16 E, no ano quinto de Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, reinando ainda Josafá em Judá, começou a reinar Jeorão, filho de Josafá, rei de Judá. 17 Era ele da idade de trinta e dois anos quando começou a reinar e oito anos reinou em Jerusalém. 18 E andou no caminho dos reis de Israel, como também fizeram os da casa de Acabe, porque tinha por mulher a filha de Acabe, e fez o que era mal aos olhos do Senhor. 19 Porém o Senhor não quis destruir a Judá por amor de Davi, seu servo, como lhe tinha dito que lhe daria para sempre uma lâmpada a seus filhos.

20 Nos seus dias, se revoltaram os edomitas contra o mando de Judá e puseram sobre si um rei. 21 Pelo que Jeorão passou a Zair, e todos os carros com ele; e ele se levantou de noite e feriu os edomitas que estavam ao redor dele e os capitães dos carros; e o povo foi para as suas tendas. 22 Todavia, os edomitas ficaram revoltados contra o mando de Judá até ao dia de hoje; então, também se revoltou Libna no mesmo tempo.

23 O mais dos atos de Jeorão e tudo quanto fez, porventura, não estão escritos no livro das Crônicas dos Reis de Judá? 24 E Jeorão dormiu com seus pais e foi sepultado com seus pais na Cidade de Davi; e Acazias, seu filho, reinou em seu lugar.

O reinado de Acazias

25 No ano doze de Jorão filho de Acabe, rei de Israel, começou a reinar Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá. 26 Era Acazias de vinte e dois anos de idade quando começou a reinar e reinou um ano em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Atalia, filha de Onri, rei de Israel. 27 E andou no caminho da casa de Acabe e fez mal aos olhos do Senhor, como a casa de Acabe, porque era genro da casa de Acabe. 28 E foi com Jorão, filho de Acabe, a Ramote-Gileade, à peleja contra Hazael, rei da Síria; e os siros feriram Jorão. 29 Então, voltou o rei Jorão para se curar em Jezreel das feridas que os siros lhe fizeram em Ramá, quando pelejou contra Hazael, rei da Síria; e desceu Acazias, filho de Jeorão, rei de Judá, para ver a Jorão, filho de Acabe, em Jezreel, porquanto estava doente.