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Lamentação sobre Tiro

27 Veio a mim a palavra do Senhor. “Homem mortal, dirige esta lamentação, em voz alta, a Tiro. Ó poderoso porto do mar, centro mundial de comércio, eis o que o Senhor Deus te diz: Clamas a toda a gente: ‘Sou a mais bela cidade do mundo!’ Na verdade, estendeste os teus limites para além do mar. Os teus arquitetos fizeram de ti uma glória. És como aqueles belos barcos da mais escolhida faia de Senir; trouxeram um cedro do Líbano para o teu mastro. Os teus remos são de carvalho de Basã, o convés é de pinho da costa do sul de Chipre, revestido do mais precioso mármore. As velas são do mais fino linho do Egito; as cobertas, no convés, esplendorosamente tingidas de escarlate e de púrpura de Elisá.

Os teus marinheiros vêm de Sídon e de Arvade; ó Tiro, os teus pilotos são uma gente muito sábia. Hábeis e velhos carpinteiros de Gebal encarregavam-se das reparações. Marinheiros, barcos e gentes de toda a Terra viam-se no teu porto, com mercadorias, para negociar contigo.

10 O teu exército incluía homens da Pérsia, de Lude e de Pute; era para ti uma honra teres os seus escudos e capacetes pendurados nas tuas paredes. 11 As sentinelas eram escolhidas entre a gente de Arvade e Heleque, e os vigias das torres eram de Gamade. Lá estão os seus escudos, alinhados e pendurados nas paredes, para dar mais brilho à tua glória.

12 De Társis vinha toda a espécie de mercadorias, para serem transacionadas nos teus mercados; prata, ferro, estanho e chumbo. 13 Negociantes da Grécia[a], de Tubal e de Meseque traziam escravos, e também vasos de bronze. 14 De Togarma vinham às tuas feiras com cavalos e com mulas.

15 Também de Dedã[b] vinham mercadores. Em muitas cidades costeiras tinhas o monopólio absoluto do comércio e pagavam-te com ébano e marfim. 16 Aram enviava mercadores para negociarem as tuas mercadorias. Traziam, para te vender, esmeraldas e tinta de púrpura, bordados, linho fino, coral e rubis. 17 Judá e a terra onde era antes o reino de Israel enviavam comerciantes com trigo de Minite e também com mel, azeite e bálsamo. 18 Vinham também de Damasco, com vinho de Helbom e com branca lã de Saar, negociar contigo. 19 Dan e Javã, da região de Uzal, trocaram pelos teus artigos ferro trabalhado, canela e cana-de-açúcar, 20 enquanto Dedã exibia caríssimos panos para selas.

21 Os árabes e os ricos príncipes mercadores de Quedar trouxeram-te cordeiros, carneiros e bodes. 22 Os negociantes de Sabá e Ramá vinham com toda a espécie de especiarias, com joalharia e ouro. 23 Gentes de Harã, Cané, Éden, Sabá, Assur e Quilmade eram marchantes nas tuas feiras. 24 Negociavam contigo toda a sorte de artigos, tecidos de azul, bordados, carpetes de cores preciosas, tudo muito bem embalado em baús de madeira de cedro, seguramente amarrados com cordas.

25 Os navios de Társis eram as tuas caravanas; tinhas armazéns, para além do mar, cheios até ao teto! 26 Mas os teus governantes levaram o barco do governo para dentro dum furacão. O vosso poderoso navio anda à deriva, empurrado pelos fortes ventos orientais. 27 Afundar-te-ás no coração dos mares! Tudo se perderá! Tesouros, riquezas, marinheiros e pilotos, construtores navais, mercadores, militares e todo o povo! Tudo se afundará no mar no dia da vossa vasta ruína!

28 As povoações mais próximas estremecerão ao ouvirem os teus pilotos gritando de terror. 29 Os teus marinheiros que andavam fora, em viagem no mar, ao chegar a terra, 30 chorarão amargamente e atirarão pó sobre a cabeça, em sinal de desespero, e revolver-se-ão nas cinzas. 31 Raparão as cabeças, em sinal de luto, e vestir-se-ão com pano de saco, chorando em voz alta e com coração partido.

32 Isto é o que dirão ao lamentarem-se: ‘Onde é que no mundo houve uma cidade tão portentosa como esta cidade de Tiro, reduzida ao silêncio da morte, no meio dos mares? 33 As tuas mercadorias davam satisfação às necessidades de muitas nações. Reis das extremidades da Terra alegravam-se com as coisas que lhes mandavas. 34 Agora aí estás, jazendo morta no fundo do abismo. Todas as tuas mercadorias e toda a tua população pereceu contigo. 35 Todos os habitantes das terras ao longo da costa ficam a meditar no que te aconteceu, ainda meio incrédulos. Os seus reis estão arrepiados e desfiguram o rosto com apreensão. 36 Os homens de negócio das nações abanam a cabeça, constatando que tiveste um destino desgraçado e que nunca, nunca mais tornarás a ser o que foste!’ ”

Profecia contra o rei de Tiro

28 Eis aqui outra mensagem que me foi dada da parte do Senhor. “Homem mortal, diz ao governador de Tiro: Assim diz o Senhor Deus: És tão orgulhoso que pensas que és um deus e que te sentas no trono de um deus no meio dos mares. Mas não passas de um mero ser humano; não és nenhum deus; de nada te vale andares a pretender seres como um deus. Julgas-te mais sábio do que Daniel e que não há segredo que não saibas. Na verdade, soubeste usar a tua sabedoria e o teu entendimento para obteres grandes fortunas em ouro, prata e muitos outros tesouros. Sim, a tua sabedoria tornou-te tão rico como orgulhoso!

Por isso, te diz o Senhor Deus: Visto que andas a pretender ser tão sábio como um deus, um exército inimigo, terror das nações, repentinamente sacará das suas espadas contra a tua maravilhosa sabedoria e manchará o teu esplendor! Levar-te-á ao poço do inferno e morrerás como alguém ferido por golpes mortais, aí na tua ilha no meio dos oceanos. Continuarás depois a gabar-te que és um deus? Pelo menos, para esses invasores não és tido por um deus, não! Eles sabem que não passas de um simples homem! 10 Morrerás como um pagão às mãos de estrangeiros. Sou eu, o Senhor Deus, quem diz isto!”

11 Recebi ainda mais esta mensagem da parte do Senhor: 12 “Homem mortal, chora pelo rei de Tiro. Diz-lhe estas palavras da parte do Senhor Deus: Eras a perfeição em sabedoria e beleza. 13 Moravas no Éden, o jardim de Deus, e cobrias-te de toda a espécie de pedras preciosas, rubis, topázios, diamantes, berilos, ónix, jaspe, safiras, carbúnculos, esmeraldas, e ainda te cobrias de ouro. Tudo te foi dado quando foste criado. 14 Nomeei-te querubim com a missão de proteger; tinhas acesso ao monte santo de Deus e deslocavas-te por entre pedras reluzentes como fogo.

15 Eras perfeito em tudo o que fazias, desde o dia em que foste criado até à altura em que foi encontrado o mal em ti. 16 A tua grande riqueza encheu o teu interior de violência e pecaste. Por isso, te expulsei da montanha de Deus, como qualquer pecador comum. Destruí-te, ó querubim protetor! Tirei-te para fora das pedras de fogo! 17 O teu coração estava cheio de orgulho, por causa da tua beleza, e deixaste que a tua sabedoria se corrompesse com o esplendor que tinhas. Foi por essa razão que te derrubei e expus à curiosidade dos reis. 18 Sujaste a tua santidade com a luxúria e a ganância. Então fiz sair fogo das tuas ações, que te consumiu a ti próprio e te reduziu a cinzas, à vista de toda a gente. 19 Todos os que te conhecem estão espantados perante aquilo em que te tornaste. És uma ilustração do que pode ser o terror. Estás destruído para sempre!”

Profecia contra Sídon

20 Então recebi outra mensagem da parte do Senhor: 21 “Homem mortal, volta-te na direção da cidade de Sídon e profetiza contra ela. 22 Diz-lhes assim: Esta é a palavra do Senhor Deus: Sou teu inimigo, ó Sídon, e revelarei o meu poder sobre ti. Quando te destruir e der a conhecer o que é a minha santidade, ao castigar-te, todos os que assistirem a isso dar-se-ão conta de que eu sou o Senhor. 23 Enviarei contra ti a peste mais um exército para te destruir; os feridos serão liquidados pelas tropas inimigas no meio das ruas, por toda a parte. Nessa altura, reconhecerás que eu sou o Senhor!

24 Israel nunca mais terá vizinhos maldosos que a firam como espinheiros e silvas com os seus espinhos pontiagudos e dolorosos. E todos saberão que eu sou o Senhor Deus!

25 Assim diz o Senhor Deus: O povo de Israel poderá de novo viver na sua própria terra, a terra que dei ao seu pai Jacob; hei de tornar a juntá-los das terras onde os espalhei e as nações de todo o mundo verão a minha santidade efetivada entre o meu povo. 26 Este viverá seguro no seu país, construirá os seus lares, plantará as suas vinhas. Quando, enfim, castigar as nações vizinhas que tanto os desprezaram, então elas verificarão que eu sou realmente o Senhor, seu Deus!”

Profecia contra o Egito

29 No dia 12 do décimo mês[c], do décimo ano da prisão do rei Jeconias, veio até mim a mensagem do Senhor. “Homem mortal, vira-te para o Egito e profetiza contra o seu rei, o Faraó, e contra todo o seu povo. Comunica-lhes o que o Senhor Deus diz: Sou teu inimigo, ó Faraó, rei do Egito, poderoso monstro marinho que te estendes no meio dos teus rios. Tu disseste: ‘É meu, o Nilo! Criei-o para mim próprio!’ Por isso, te porei anzóis no nariz e tirar-te-ei para fora da terra com peixes colados às tuas escamas. Deixar-te-ei morrer no deserto, não só a ti, mas também a todo o teu peixe, sem mesmo serem enterrados. Servirás de alimento aos animais selvagens e aos pássaros. Então todos os habitantes do Egito saberão que eu sou o Senhor!

A tua força, com a qual Israel contava, falhou. Israel apoiou-se em ti, mas eras um bordão já rachado. Ao pegar-te com a mão, acabaste por te partir, rasgaste-lhe o ombro, deixaste-o incapaz de se mexer.

Por isso, te diz o Senhor Deus: Trarei um exército contra ti, ó Egito, que destruirá tanto as pessoas como os animais. A terra do Egito há de tornar-se numa região desolada e os seus habitantes dar-se-ão conta de que eu sou o Senhor, e que fiz tal coisa.

Tu dizes: ‘O Nilo é meu! Fui eu quem o fiz!’ 10 Por isso, estou contra ti e contra o teu rio; arrasarei completamente a tua terra, desde Migdol até Assuão e até aos confins de Cuche[d]. 11 Durante 40 anos não passará vivalma por lá, seja gente, sejam animais! Ninguém viverá ali! 12 Farei do Egito uma desolação, rodeada de nações desoladas. As suas cidades manter-se-ão em ruínas durante 40 anos. Mandarei os egípcios exilados para outras terras.

13 No entanto, o Senhor Deus diz: Passados esses 40 anos, tornarei a trazer os egípcios das nações para onde foram banidos. 14 Restaurarei as riquezas do Egito e farei com que regressem à região de Patros, no sul do Egito, à sua terra natal. 15 Contudo, não passará dum país de menor importância, sem projeção. Será apenas mais uma nação subdesenvolvida; nunca mais se levantará acima das outras; jamais atingirá a importância que tinha antes.

16 Israel nunca mais esperará que lhes venha ajuda da parte do Egito. Sempre que pensar em tal coisa, logo se lembrará do pecado que antes cometeu, ao confiar em tal auxílio. E Israel saberá que só eu sou o Senhor Deus!”

Nabucodonozor levará consigo todas as riquezas egípcias como compensação

17 No vigésimo sétimo ano[e] do cativeiro do rei Jeconias, no primeiro dia do primeiro mês[f], veio até mim esta mensagem da parte do Senhor: 18 “Homem mortal, o exército do rei Nabucodonozor da Babilónia combateu duramente contra Tiro. As cabeças dos soldados tornaram-se calvas; os seus ombros esfolaram-se e empolaram[g]. Nabucodonozor não recebeu por isso nenhuma compensação nem pôde pagar ao exército por todo esse trabalho. 19 Por isso, diz o Senhor Deus, lhe será dada a terra do Egito. O rei Nabucodonozor levará consigo todas as riquezas egípcias como compensação, 20 pois tem trabalhado para mim durante estes 13 anos em Tiro, diz o Senhor Deus.

21 Naquele dia farei desabrochar o poder na casa de Israel e deixarei que tu, Ezequiel, lhe dirijas de novo a palavra. Então todos entenderão que eu sou o Senhor!”

Footnotes

  1. 27.13 Em hebraico, Javã. Primeira referência em Gn 10.2.
  2. 27.15 A LXX traduz por Rodes.
  3. 29.1 Mês de Tebet. Entre a lua nova do mês de dezembro e o mês de janeiro.
  4. 29.10 Embora nalgumas traduções bíblicas apareça como Etiópia, Cuche estava localizada a sul do Egito, numa área que envolve hoje parte da Etiópia e do Sudão.
  5. 29.17 Seria o ano 571 a.C.
  6. 29.17 Mês de Abibe ou Nisan. Entre a lua nova do mês de março e o mês de abril.
  7. 29.18 A calvície e os ombros esfolados são efeitos do carregar grandes quantidades de terra necessárias à construção de valados e rampas, e também provavelmente uma tentativa frustrada de construção duma ponte para a ilha-fortaleza.

A lamentação sobre Tiro

27 E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Tu, pois, ó filho do homem, levanta uma lamentação sobre Tiro. E dize a Tiro, que habita nas estradas do mar e negocia com os povos em muitas ilhas: Assim diz o Senhor Jeová: Ó Tiro, tu dizes: Eu sou perfeita em formosura. No coração dos mares estão os teus termos; os que te edificaram aperfeiçoaram a tua formosura. Fabricaram todos os teus conveses de faias de Senir; trouxeram cedros do Líbano para fazerem mastros para ti. Fizeram os teus remos de carvalhos de Basã; a companhia dos assírios fez os teus bancos de marfim das ilhas dos quiteus. Linho fino bordado do Egito era a tua cortina, para te servir de vela; azul e púrpura das ilhas de Elisá eram a tua cobertura. Os moradores de Sidom e de Arvade foram os teus remeiros; os teus sábios, ó Tiro, que se achavam em ti, esses foram os teus pilotos. Os anciãos de Gebal e seus sábios foram em ti os que consertavam as tuas fendas; todos os navios do mar e os marinheiros se acharam em ti, para tratarem dos teus negócios.

10 Os persas, e os lídios, e os de Pute eram, no teu exército, os teus soldados; escudos e capacetes penduraram em ti; eles fizeram a tua beleza. 11 Os filhos de Arvade e o teu exército estavam sobre os teus muros em redor, e os gamaditas, sobre as tuas torres; penduravam os seus escudos nos teus muros em redor; eles aperfeiçoavam a tua formosura.

12 Társis negociava contigo, por causa da abundância de toda casta de fazenda; com prata, ferro, estanho e chumbo negociavam em tuas feiras. 13 Javã, Tubal e Meseque eram teus mercadores; com escravos e objetos de bronze fizeram negócios contigo. 14 Das casas de Togarma traziam às tuas feiras cavalos, e cavaleiros, e machos. 15 Os filhos de Dedã eram os teus mercadores; muitas ilhas eram o mercado da tua mão; dentes de marfim e madeira preta tornavam a dar-te em presente. 16 A Síria negociava contigo por causa da multidão das tuas obras; esmeralda, e púrpura, e obra bordada, e seda, e corais, e cristais traziam às tuas feiras. 17 Judá e a terra de Israel eram os teus mercadores; com o trigo de Minite, e confeitos, e mel, e azeite, e bálsamo fizeram negócios contigo. 18 Damasco negociava contigo, por causa da multidão das tuas obras, por causa da multidão de toda sorte de fazenda, com vinho de Helbom e lã branca. 19 Também Dã e Javã, o caminhante, traficavam nas tuas feiras; ferro polido, casca e cana aromática entravam no teu negócio. 20 Dedã negociava contigo com panos preciosos para carros. 21 Arábia e todos os príncipes de Quedar, eram eles os mercadores de tua mão, com cordeiros, e carneiros, e bodes; nessas coisas negociavam contigo. 22 Os mercadores de Sabá e Raamá, eram eles os teus mercadores; em todos os mais refinados aromas, e em toda pedra preciosa, e em ouro negociavam nas tuas feiras. 23 Harã, e Cane, e Éden, os mercadores de Sabá, Assur e Quilmade negociavam contigo. 24 Estes eram teus mercadores em toda sorte de mercadorias, em fardos de jacinto e de bordados, e em cofres de roupas preciosas, amarrados com cordas e feitos de cedro. 25 Os navios de Társis eram as tuas caravanas, por causa do teu negócio; e te encheste e te glorificaste muito no meio dos mares. 26 Os teus remeiros te conduziram sobre grandes águas; o vento oriental te quebrantou no meio dos mares. 27 As tuas fazendas, as tuas feiras, o teu negócio, os teus marinheiros, os teus pilotos, os que consertavam as tuas fendas, os que faziam os teus negócios e todos os teus soldados, que estão em ti, juntamente com toda a tua congregação, que está no meio de ti, cairão no meio dos mares no dia da tua queda. 28 Ao estrondo da gritaria dos teus pilotos tremerão os arrabaldes. 29 E todos os que pegam no remo, os marinheiros, e todos os pilotos do mar descerão de seus navios e na terra pararão. 30 E farão ouvir a sua voz sobre ti, e gritarão amargamente, e lançarão pó sobre a cabeça, e na cinza se revolverão. 31 E se farão inteiramente calvos por tua causa, e se cingirão de panos de saco, e chorarão sobre ti com amargura de alma, com amarga lamentação. 32 E levantarão uma lamentação sobre ti no seu pranto e lamentarão sobre ti, dizendo: Quem foi como Tiro, como a que está reduzida ao silêncio no meio do mar? 33 Quando as tuas mercadorias eram exportadas pelos mares, fartaste a muitos povos; com a multidão da tua fazenda e do teu negócio, enriqueceste os reis da terra. 34 No tempo em que foste quebrantada nos mares, nas profundezas das águas, caíram os teus negócios e toda a tua congregação no meio de ti. 35 Todos os moradores das ilhas foram cheios de espanto por tua causa; e os seus reis tremeram em grande maneira e foram perturbados no seu rosto. 36 Os mercadores dentre os povos assobiaram sobre ti; tu te tornaste em grande espanto, e nunca mais serás para sempre.

Profecia contra o rei de Tiro

28 E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, dize ao príncipe de Tiro: Assim diz o Senhor Jeová: Visto como se eleva o teu coração, e dizes: Eu sou Deus e sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares (sendo tu homem e não Deus); e estimas o teu coração como se fora o coração de Deus, eis que mais sábio és que Daniel, não há segredo algum que se possa esconder de ti; pela tua sabedoria e pelo teu entendimento alcançaste o teu poder e adquiriste ouro e prata nos teus tesouros; pela extensão da tua sabedoria no teu comércio, aumentaste o teu poder; e eleva-se o teu coração por causa do teu poder, portanto, assim diz o Senhor Jeová: Pois que estimas o teu coração como se fora o coração de Deus, eis que eu trarei sobre ti estranhos, os mais formidáveis dentre as nações, os quais desembainharão as suas espadas contra a formosura da tua sabedoria e mancharão o teu resplendor. À cova te farão descer, e morrerás da morte dos traspassados no meio dos mares. Dirás ainda diante daquele que te matar: Eu sou Deus? Mas tu és homem e não Deus na mão do que te traspassa. 10 Da morte dos incircuncisos morrerás, por mãos dos estranhos; porque eu o falei, diz o Senhor Jeová.

Lamentação sobre o rei de Tiro

11 Veio mais a mim a palavra do Senhor, dizendo: 12 Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro e dize-lhe: Assim diz o Senhor Jeová: Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. 13 Estavas no Éden, jardim de Deus; toda pedra preciosa era a tua cobertura: a sardônia, o topázio, o diamante, a turquesa, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo, a esmeralda e o ouro; a obra dos teus tambores e dos teus pífaros estava em ti; no dia em que foste criado, foram preparados. 14 Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. 15 Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti. 16 Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim protetor, entre pedras afogueadas. 17 Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti. 18 Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a ti, e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te veem. 19 Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; em grande espanto te tornaste e nunca mais serás para sempre.

Profecia contra Sidom

20 E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 21 Filho do homem, dirige o rosto contra Sidom e profetiza contra ela, 22 e dize: Assim diz o Senhor Jeová: Eis-me contra ti, ó Sidom, e serei glorificado no meio de ti; e saberão que eu sou o Senhor, quando nela executar juízos e nela me santificar. 23 Porque enviarei contra ela a peste e o sangue nas suas ruas, e os traspassados cairão no meio dela, estando a espada em roda contra ela; e saberão que eu sou o Senhor. 24 E a casa de Israel nunca mais terá espinho que a pique, nem espinho que cause dor, de qualquer que ao redor deles os roubam; e saberão que eu sou o Senhor Jeová. 25 Assim diz o Senhor Jeová: Quando eu congregar a casa de Israel dentre os povos entre os quais estão espalhados e eu me santificar entre eles, perante os olhos das nações, então, habitarão na sua terra que dei a meu servo, a Jacó. 26 E habitarão nela seguros, e edificarão casas, e plantarão vinhas; sim, habitarão seguros, quando eu executar juízos contra todos os que roubam nos seus contornos; e saberão que eu sou o Senhor, seu Deus.

Profecia contra o Egito

29 No décimo ano, no décimo mês, no dia doze do mês, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, dirige o rosto contra Faraó, rei do Egito, e profetiza contra ele e contra todo o Egito. Fala e dize: Assim diz o Senhor Jeová: Eis-me contra ti, ó Faraó, rei do Egito, grande dragão, que pousas no meio dos teus rios e que dizes: O meu rio é meu, e eu o fiz para mim. Mas eu porei anzóis em teus queixos e prenderei o peixe dos teus rios às tuas escamas; e todo peixe dos teus rios se pegará às tuas escamas. E te deixarei no deserto, a ti e a todo peixe dos teus rios; sobre a face do campo cairás, não serás recolhido nem ajuntado; aos animais da terra e às aves do céu te dei por mantimento. E saberão todos os moradores do Egito que eu sou o Senhor, porque se tornaram um bordão de cana para a casa de Israel. Tomando-te eles pela mão, te quebraste e lhes rasgaste todo o ombro; e, encostando-se eles a ti, te quebraste, tornando imóveis todos os seus lombos. Portanto, assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu trarei sobre ti a espada e separarei de ti homem e animal.

E a terra do Egito se tornará em assolação e deserto; e saberão que eu sou o Senhor. Porque disseste: O rio é meu, e eu o fiz, 10 portanto, eis que eu estou contra ti e contra os teus rios; e tornarei a terra do Egito em desertas e assoladas solidões, desde Migdol até Sevene, até aos confins da Etiópia. 11 Não passará por ela pé de homem, nem pé de animal passará por ela, nem será habitada quarenta anos. 12 Porquanto tornarei a terra do Egito em assolação no meio das terras assoladas; e as suas cidades no meio das cidades desertas se tornarão em assolação por quarenta anos; e espalharei os egípcios entre as nações e os derramarei pelas terras.

13 Mas assim diz o Senhor Jeová: Ao cabo de quarenta anos, ajuntarei os egípcios dentre os povos entre os quais foram espalhados. 14 E removerei o cativeiro dos egípcios e os farei voltar à terra de Patros, à terra de sua origem; e serão ali um reino baixo. 15 Mais baixo se fará do que os outros reinos e nunca mais se exalçará sobre as nações; porque os diminuirei, para que não dominem sobre as nações. 16 E não terá mais da casa de Israel a confiança para lhes trazer à lembrança a sua iniquidade, quando olharem para trás deles; antes, saberão que eu sou o Senhor Jeová.

17 E sucedeu que, no ano vinte e sete, no mês primeiro, no primeiro dia do mês, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 18 Filho do homem, Nabucodonosor, rei de Babilônia, fez com que o seu exército prestasse um grande serviço contra Tiro; toda cabeça se tornou calva, e todo ombro se pelou, e não houve paga de Tiro para ele, nem para o seu exército, pelo serviço que prestou contra ela. 19 Portanto, assim diz o Senhor Jeová: Eis que eu darei a Nabucodonosor, rei de Babilônia, a terra do Egito; e levará a sua multidão, e tomará o seu despojo, e roubará a sua presa, e isso será a paga para o seu exército. 20 Por paga do seu trabalho, com que serviu contra ela, lhe dei a terra do Egito, visto que trabalharam por mim, diz o Senhor Jeová. 21 Naquele dia, farei brotar o poder na casa de Israel e te darei abrimento da boca no meio deles; e saberão que eu sou o Senhor.