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Abrão e Lot separam-se

13 E assim deixaram o Egito e dirigiram-se para o norte, em direção a uma região a sul de Canaã, o Negueve. Ia com Abrão a sua mulher, Lot e tudo o que possuíam. Abrão tinha-se tornado muito rico, não só em gado como em prata e ouro.

E continuou sempre para o norte em direção a Betel, até ao lugar onde tinha acampado primeiramente, entre Betel e Ai. Lá, diante do altar que anteriormente tinha construído, invocou o nome do Senhor.

Lot também tinha enriquecido muito na companhia de Abrão, possuindo igualmente gado em abundância e muitos criados, de tal forma que aquele sítio se tornava muito acanhado para viverem juntos; porque era muito o que ambos tinham. E havia disputas entre os pastores de um e de outro. Os cananeus e os perizeus viviam por ali perto.

Então Abrão decidiu conversar seriamente com Lot sobre o assunto: “Estas contendas entre a nossa gente têm de acabar. Porque a verdade é que somos parentes chegados! Ora é certo que não falta aí terra com espaço bastante para ser ocupada. O melhor portanto é separarmo-nos. Escolhe tu; eu saio daqui, se quiseres ficar. Caso contrário, fico eu e sais tu.”

10 Lot observou então com atenção a bela e fértil planície do Jordão, bem regada que era, antes do Senhor ter destruído Sodoma e Gomorra. Toda aquela região era tão fértil que parecia o próprio jardim do Senhor ou a bela zona de Zoar, quando se entra no Egito. 11 Por isso, Lot escolheu para si toda aquela planície do Jordão, que se encontrava a oriente deles. 12 E assim deixou Abrão e foi para lá com tudo o que tinha, passando a viver no meio daquelas cidades da campina, estabelecendo-se perto de Sodoma. Enquanto Abrão continuou a viver onde estava, na terra de Canaã. 13 A gente que morava naquela região de Sodoma era particularmente perversa. Eram grandes pecadores contra o Senhor.

14 O Senhor dirigiu-se a Abrão, depois que Lot se separou dele: “Olha tão longe quanto puderes em todas as direções. 15 Porque toda essa terra te hei de dar a ti e aos teus descendentes para sempre. 16 E virão a ser tão numerosos que, tal como acontece com os grãos de pó da terra, será impossível contá-los. 17 Começa a percorrer a terra, em todas as direções; explora-a porque virá a ser tua.”

18 Abrão mudou-se novamente; foi viver junto dos carvalhais de Mamre, perto de Hebrom. E levantou aí um altar ao Senhor.

Abrão salva Lot

14 Naquela altura, havia guerra nessa terra; Amrafel rei de Sinar, Arioque rei de Elasar, Quedorlaomer rei de Elão e Tidal rei de Goim estavam em guerra contra Bera rei de Sodoma, Birsa rei de Gomorra, Sinabe rei de Admá, Semeber rei de Zeboim, e contra o rei de Bela, que mais tarde passou a chamar-se Zoar.

Esta última coligação de reis, os de Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Bela, mobilizou os seus exércitos no vale de Sidim, isto é, no vale do mar Salgado[a], porque durante 12 anos tinham estado submetidos a Quedorlaomer, e durante o décimo terceiro ano de sujeição começaram a rebelar-se.

No ano seguinte aconteceu que Quedorlaomer e os seus aliados decidiram começar a castigar duramente várias tribos; os refaítas em Asterote-Carnaim, os zuzitas em Hã, os emitas em Savé-Quiriataim e os horeus no monte Seir, alcançando até a planície de El-Parã no limite do deserto. Depois continuaram a carnificina em En-Mispate, agora chamada Cades, destruindo os amalequitas e também os amorreus que viviam em Hazazom-Tamar.

Foi então que a tal coligação de reis de Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Bela ou Zoar se prepararam para a batalha, no vale de Sidim, contra os outros, que eram Quedorlaomer rei de Elão e os seus aliados. Eram portanto quatro reis contra cinco. 10 Acontecia, aliás, que aquele vale estava cheio de poços de alcatrão. E assim, tendo sido derrotados os exércitos dos reis de Sodoma e de Gomorra, muita gente caiu nesses poços; o resto teve de fugir para as montanhas. 11 As tropas vitoriosas dos outros reis saquearam e pilharam totalmente Sodoma e Gomorra, levaram tudo o que lá havia e deixaram a região. 12 Lot que vivia lá foi também feito prisioneiro e levado com tudo o que tinha.

13 Um dos fugitivos, que conseguira escapar, veio contar tudo a Abrão, o hebreu, que vivia nos carvalhais que pertenciam a Mamre, o amorreu, irmão de Escol e de Aner, ambos aliados de Abrão. 14 Quando Abrão soube que Lot tinha sido capturado, juntou todos os homens que tinham nascido ao seu serviço, ao todo 318, e perseguiu as tropas vencedoras mesmo até Dan. 15 Durante a noite atacou-as e derrotou-as, obrigando-as a fugirem, e perseguiu-as até Hoba, a norte de Damasco, 16 recuperando tudo o que os outros tinham pilhado; as riquezas, e em particular Lot, seu parente, e os que viviam com ele, incluindo as mulheres e o povo.

17 Quando Abrão regressava desta vitória contra Quedorlaomer e os reis que eram seus associados, no vale de Savé, hoje chamado o vale do Rei, o rei de Sodoma veio encontrar-se com ele.

18 Melquisedeque, rei de Salém,[b] que era sacerdote do Deus altíssimo, ofereceu-lhe pão e vinho; 19 e abençoou Abrão dizendo assim:

“Que a bênção do Deus altíssimo,
Criador do céu e da Terra, te seja dada, Abrão!
20 E que seja honrado o Deus altíssimo
que te livrou dos teus inimigos!”

Então Abrão deu a Melquisedeque o dízimo de tudo o que trouxera.

21 O rei de Sodoma disse-lhe: “Dá-me o meu povo, que foi capturado, e fica tu com tudo o que eles me roubaram da cidade.”

22 Contudo, Abrão replicou-lhe: “Prometi solenemente ao Deus altíssimo, Criador do céu e da Terra, 23 que não ficarei com coisa nenhuma do que é teu, nem um fio sequer ou uma simples correia de sapato, para que não venhas a dizer: ‘Abrão enriqueceu com o que eu lhe deixei’, 24 exceto, evidentemente, o que estes jovens comeram, e ainda a parte que é devida aos soldados de Aner, Escol e Mamre, meus aliados, que combateram comigo.”

A aliança do Senhor com Abrão

15 Depois disso, o Senhor falou a Abrão numa visão e disse-lhe: “Não temas, Abrão, porque eu sou o teu escudo e terás uma enorme recompensa!” 2-3 Mas Abrão replicou-lhe: “Ó Senhor Deus, para que servirão as tuas bênçãos se eu estou sem filhos. Porque, sem um filho, será o gerente da minha casa Eliezer, de Damasco, quem virá a herdar tudo!”

O Senhor respondeu-lhe: “Não. Nenhum outro será teu herdeiro; porque eu te darei um filho que virá a herdar tudo o que tens!” O Senhor trouxe-o para fora de casa, sob o céu estrelado, e disse-lhe: “Olha para o firmamento e vê se podes contar as estrelas. Pois assim será a tua descendência; serão tantos que nem se poderão contar!” Abrão creu no Senhor e este declarou-o como justo.

E disse-lhe mais: “Eu sou o Senhor que te tirou da cidade de Ur na Caldeia, para te dar para sempre esta terra.”

Abrão replicou-lhe: “Senhor Deus, como hei de eu ter a certeza que realmente ma dás?” Deus disse-lhe que fosse buscar uma bezerra, uma cabra e um carneiro, todos eles de três anos, mais uma rola e um pombinho, 10 que os partisse ao meio e pusesse as duas partes uma diante da outra; mas as aves que as deixasse inteiras. E foi o que Abrão fez. 11 Quando as aves de rapina desciam sobre a carne dos animais, Abrão afugentava-as.

12 Naquela tarde, enquanto o Sol se punha, Abrão caiu num sono profundo e eis que vieram sobre ele trevas densas e assustadoras.

13 Então Deus disse a Abrão: “Ficas a saber, com toda a certeza, que os teus descendentes virão a ser oprimidos e explorados como escravos numa terra estrangeira durante 400 anos. 14 Mas eu castigarei a nação que os vai escravizar e eles acabarão por sair livres, trazendo consigo muita riqueza. 15 Quanto a ti, acabarás a tua vida em paz, numa feliz velhice. 16 Depois de 400 anos os teus descendentes voltarão a esta terra, porque a maldade do povo amorreu que agora vive aqui, só nessa altura terá chegado ao ponto de saturação, exigindo o castigo.”

17 E tendo-se posto o Sol, começou a fazer uma grande escuridão, e Abrão viu no meio da obscuridade uma espécie de forno fumegante e uma tocha de fogo que passava entre as metades dos animais que tinham sido partidos ao meio. 18 O Senhor, nesse mesmo dia, fez uma aliança com Abrão nos seguintes termos: “É à tua descendência que dou esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates; 19 e hão de ficar na dependência deles todos estes povos: os queneus, quenezeus, cadmoneus, 20 hititas, perizeus, refaítas, 21 amorreus, cananeus, girgaseus e os jebuseus.”

Footnotes

  1. 14.3 Também conhecido por mar Morto.
  2. 14.18 Isto é, Jerusalém.

Abrão volta do Egito

13 Subiu, pois, Abrão do Egito para a banda do Sul, ele, e sua mulher, e tudo o que tinha, e com ele Ló. E ia Abrão muito rico em gado, em prata e em ouro. E fez as suas jornadas do Sul até Betel, até ao lugar onde, ao princípio, estivera a sua tenda, entre Betel e Ai; até ao lugar do altar que, dantes, ali tinha feito; e Abrão invocou ali o nome do Senhor. E também Ló, que ia com Abrão, tinha rebanhos, e vacas, e tendas. E não tinha capacidade a terra para poderem habitar juntos, porque a sua fazenda era muita; de maneira que não podiam habitar juntos.

Abrão e Ló separam-se

E houve contenda entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Ló; e os cananeus e os ferezeus habitavam, então, na terra.

E disse Abrão a Ló: Ora, não haja contenda entre mim e ti e entre os meus pastores e os teus pastores, porque irmãos somos. Não está toda a terra diante de ti? Eia, pois, aparta-te de mim; se escolheres a esquerda, irei para a direita; e, se a direita escolheres, eu irei para a esquerda. 10 E levantou Ló os seus olhos e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem-regada, antes de o Senhor ter destruído Sodoma e Gomorra, e era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar. 11 Então, Ló escolheu para si toda a campina do Jordão e partiu Ló para o Oriente; e apartaram-se um do outro. 12 Habitou Abrão na terra de Canaã, e Ló habitou nas cidades da campina e armou as suas tendas até Sodoma. 13 Ora, eram maus os varões de Sodoma e grandes pecadores contra o Senhor.

14 E disse o Senhor a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta, agora, os teus olhos e olha desde o lugar onde estás, para a banda do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente; 15 porque toda esta terra que vês te hei de dar a ti e à tua semente, para sempre. 16 E farei a tua semente como o pó da terra; de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, também a tua semente será contada. 17 Levanta-te, percorre essa terra, no seu comprimento e na sua largura; porque a ti a darei. 18 E Abrão armou as suas tendas, e veio, e habitou nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom; e edificou ali um altar ao Senhor.

Guerra de quatro reis contra cinco

14 E aconteceu, nos dias de Anrafel, rei de Sinar, Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim, que estes fizeram guerra a Bera, rei de Sodoma, a Birsa, rei de Gomorra, a Sinabe, rei de Admá, e a Semeber, rei de Zeboim, e ao rei de Bela (esta é Zoar). Todos estes se ajuntaram no vale de Sidim (que é o mar de Sal). Doze anos haviam servido a Quedorlaomer, mas, ao décimo terceiro ano, rebelaram-se. E, ao décimo quarto ano, veio Quedorlaomer e os reis que estavam com ele e feriram aos refains em Asterote-Carnaim, e aos zuzins em Hã, e aos emins em Savé-Quiriataim, e aos horeus no seu monte Seir, até à campina de Parã, que está junto ao deserto. Depois, tornaram, e vieram a En-Mispate (que é Cades), e feriram toda a terra dos amalequitas e também os amorreus, que habitavam em Hazazom-Tamar. Então, saiu o rei de Sodoma, e o rei de Gomorra, e o rei de Admá, e o rei de Zeboim, e o rei de Bela (esta é Zoar) e ordenaram batalha contra eles no vale de Sidim, contra Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goim, e Anrafel, rei de Sinar, e Arioque, rei de Elasar; quatro reis contra cinco. 10 E o vale de Sidim estava cheio de poços de betume; e fugiram os reis de Sodoma e de Gomorra e caíram ali; e os restantes fugiram para um monte. 11 E tomaram toda a fazenda de Sodoma e de Gomorra e todo o seu mantimento e foram-se.

Ló é levado cativo

12 Também tomaram a Ló, que habitava em Sodoma, filho do irmão de Abrão, e a sua fazenda e foram-se. 13 Então, veio um que escapara e o contou a Abrão, o hebreu; ele habitava junto dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol e irmão de Aner; eles eram confederados de Abrão. 14 Ouvindo, pois, Abrão que o seu irmão estava preso, armou os seus criados, nascidos em sua casa, trezentos e dezoito, e os perseguiu até Dã. 15 E dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus criados, e os feriu, e os perseguiu até Hobá, que fica à esquerda de Damasco. 16 E tornou a trazer toda a fazenda e tornou a trazer também a Ló, seu irmão, e a sua fazenda, e também as mulheres, e o povo. 17 E o rei de Sodoma saiu-lhes ao encontro (depois que voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele) no vale de Savé, que é o vale do Rei.

Melquisedeque abençoa a Abrão

18 E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo. 19 E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; 20 e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo. 21 E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as almas e a fazenda toma para ti. 22 Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma: Levantei minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra, 23 e juro que, desde um fio até à correia dum sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão; 24 salvo tão somente o que os jovens comeram e a parte que toca aos varões que comigo foram, Aner, Escol e Manre; estes que tomem a sua parte.

Deus anima a Abrão e promete-lhe um filho

15 Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a Abrão em visão, dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão. Então, disse Abrão: Senhor Jeová, que me hás de dar? Pois ando sem filhos, e o mordomo da minha casa é o damasceno Eliézer. Disse mais Abrão: Eis que me não tens dado semente, e eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro. E eis que veio a palavra do Senhor a ele, dizendo: Este não será o teu herdeiro; mas aquele que de ti será gerado, esse será o teu herdeiro. Então, o levou fora e disse: Olha, agora, para os céus e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente. E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça.

Disse-lhe mais: Eu sou o Senhor, que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te a ti esta terra, para a herdares. E disse ele: Senhor Jeová, como saberei que hei de herdá-la? E disse-lhe: Toma-me uma bezerra de três anos, e uma cabra de três anos, e um carneiro de três anos, e uma rola, e um pombinho. 10 E trouxe-lhe todos estes, e partiu-os pelo meio, e pôs cada parte deles em frente da outra; mas as aves não partiu. 11 E as aves desciam sobre os cadáveres; Abrão, porém, as enxotava.

12 E, pondo-se o sol, um profundo sono caiu sobre Abrão; e eis que grande espanto e grande escuridão caíram sobre ele. 13 Então, disse a Abrão: Saibas, decerto, que peregrina será a tua semente em terra que não é sua; e servi-los-á e afligi-la-ão quatrocentos anos. 14 Mas também eu julgarei a gente à qual servirão, e depois sairão com grande fazenda. 15 E tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado. 16 E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia.

Deus faz um pacto com Abrão

17 E sucedeu que, posto o sol, houve escuridão; e eis um forno de fumaça e uma tocha de fogo que passou por aquelas metades. 18 Naquele mesmo dia, fez o Senhor um concerto com Abrão, dizendo: À tua semente tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates, 19 e o queneu, e o quenezeu, e o cadmoneu, 20 e o heteu, e o ferezeu, e os refains, 21 e o amorreu, e o cananeu, e o girgaseu, e o jebuseu.

Abrão e Ló se separam

13 Abrão e a sua esposa saíram do Egito levando tudo o que tinham e foram para o sul de Canaã. Eles também levaram Ló junto. Abrão tinha se tornado um homem rico em gado, prata e ouro. Depois saiu do sul de Canaã em direção a Betel até chegar ao lugar onde tinha acampado antes, entre Betel e Ai, e onde tinha construído um altar. E ali Abrão adorou ao SENHOR.

Ló acompanhava Abrão em todas essas viagens. E levava com ele muitas ovelhas e vacas e tendas para toda a sua família e os seus servos. Abrão e Ló tinham tantos animais que a terra não produzia comida suficiente para todos. Então os pastores de Abrão começaram a discutir com os pastores de Ló. Além deles, também viviam naquelas terras os cananeus e os ferezeus.

Então Abrão disse a Ló:

—Nós somos da mesma família, por isso não deve haver disputas entre nós, ou entre os nossos pastores. Este país é muito grande. Peço que se separe de mim. Escolha o lugar que quiser. Se for para a esquerda, eu irei para a direita; se for para a direita, eu irei para a esquerda.

10 Ló olhou em volta e viu que para o sul do vale do Jordão, até Zoar, havia muita água. Era como o jardim do SENHOR, como a terra do Egito. Isto foi antes do SENHOR ter destruído Sodoma e Gomorra. 11 Ló escolheu todo o vale do Jordão e partiu em direção ao leste. Assim se separaram um do outro. 12 Abrão ficou na terra de Canaã e Ló foi viver entre as cidades do vale do Jordão. Ló montou o seu acampamento perto de Sodoma. 13 Os habitantes de Sodoma eram muito maus e pecavam contra o SENHOR.

14 Depois de Ló ter se separado de Abrão, o SENHOR disse a Abrão:

—Do lugar onde está, olhe ao seu redor: olhe para o norte, para o sul, para o leste e para o oeste. 15 Toda a terra que vê vou dá-la a você e à sua descendência para sempre. 16 A sua descendência será tão numerosa como o pó da terra. Assim como ninguém pode contar o pó da terra, também ninguém poderá contar a sua descendência. 17 Agora caminhe por toda esta terra, percorra todo o seu comprimento e a sua largura, porque é a você que eu a darei.

18 Então Abrão levantou o seu acampamento e foi viver perto dos grandes carvalhos de Mamré, em Hebrom. Ali construiu um altar e o dedicou ao SENHOR.

A captura e o resgate de Ló

14 Naquele tempo os reis Anrafael da Suméria, Arioque de Elasar, Quedorlaomer de Elam e Tidal de Goim, fizeram guerra contra os reis Bera de Sodoma, Birsa de Gomorra, Sinabe de Admá, Semeber de Zeboim e o rei de Bela (também chamada Zoar).

Estes últimos cinco juntaram as suas forças no vale de Sidim, que agora se chama mar Morto. Durante doze anos eles estiveram sujeitos a Quedorlaomer, mas no décimo terceiro ano, eles se revoltaram. No décimo quarto ano, Quedorlaomer e os reis que estavam com ele, vieram e derrotaram os refains em Asterote-Carnaim, os zuzins em Ham, os emins em Shavé-Quiriataim e os horeus nas montanhas de Edom. Eles os perseguiram até El-Parã[a], que fica perto do deserto. Quando regressavam, Quedorlaomer e os seus aliados chegaram a En-Mispate (também chamada Cades) e destruíram tudo o que encontraram na terra dos amalequitas. Eles também derrotaram os amorreus que viviam em Hazazom-Tamar.

Então estes cinco reis: o rei de Sodoma, o rei de Gomorra, o rei de Admá, o rei de Zeboim e o rei de Bela (também chamada Zoar), foram e prepararam as suas forças para a batalha no vale de Sidim contra estes quatro reis: o rei Quedorlaomer de Elam, o rei Tidal de Goim, o rei Amerafel da Suméria e o rei Arioque de Elasar.

10 Nesse tempo, o vale de Sidim estava cheio de poços de betume. Quando os reis de Sodoma e Gomorra fugiram com os seus exércitos, alguns dos seus homens caíram nesses poços, mas outros escaparam para os montes. 11 Então Quedorlaomer e os seus aliados levaram toda a comida e os bens de Sodoma e Gomorra, e foram embora dali. 12 Ló, o sobrinho de Abrão, também vivia em Sodoma. Por isso, ele foi apanhado e levado preso. Levaram também o que ele possuía. 13 Mas um homem que tinha escapado foi contar tudo a Abrão, o hebreu, que vivia perto dos grandes carvalhos de Mamré, o amorreu. Mamré era irmão de Escol e de Aner, e eles eram aliados de Abrão.

14 Quando Abrão ouviu que o seu sobrinho tinha sido capturado, ele reuniu trezentos e dezoito homens bem treinados, que tinham nascido na sua casa, e saiu em perseguição dos inimigos até Dã. 15 Durante a noite, Abrão e os seus servos atacaram e derrotaram os seus inimigos e os perseguiram até Hobá, que fica ao norte de Damasco. 16 Abrão recuperou tudo o que o inimigo tinha levado, e libertou o seu sobrinho Ló e tudo o que ele tinha, assim como também as mulheres e todos os outros prisioneiros.

17 Quando Abrão regressava, depois de ter derrotado Quedorlaomer e os seus aliados, o rei de Sodoma foi ao seu encontro no vale de Savé, que agora se chama “vale do Rei”.

Melquisedeque

18 Também Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, trouxe vinho e pão e 19 abençoou Abrão dizendo:

—Abrão, que o Deus Altíssimo,
    Criador do céu e da terra, abençoe você.
20 E louvado seja o Deus Altíssimo,
    que lhe deu esta vitória sobre os seus inimigos.

E Abrão deu a Melquisedeque a décima parte de tudo o que tinha obtido na batalha. 21 Depois disso, o rei de Sodoma disse a Abrão:

—Você pode ficar com todos os bens. Só me entregue as pessoas que libertou do inimigo.

22 Mas Abrão disse ao rei de Sodoma:

—Jurei ao SENHOR, o Deus Altíssimo, o Criador do céu e da terra, 23 que não aceitarei nada do que é seu, nem sequer um só fio de um cordão das suas sandálias, para que não diga: “Fui eu que fiz Abrão rico”. 24 Só levarei os homens com quem vim e só aceitarei o que eles já comeram. Quanto a Aner, Escol e Mamre, eles sim devem receber a parte deles.

A aliança de Deus com Abrão

15 Depois disto, o SENHOR falou com Abrão numa visão e lhe disse:

—Abrão, não tenha medo.
    Eu sou o seu protetor,
    a sua recompensa será muito grande.

Mas Abrão lhe disse:

—Ó Senhor DEUS, nada que me possa dar me dará alegria, pois não tenho filhos. Quando eu morrer, o herdeiro de tudo o que tenho será o meu escravo Eliézer, de Damasco. O Senhor não me deu nenhum filho; por isso o meu escravo será quem herdará tudo o que tenho!

Mas o SENHOR lhe disse:

—O seu herdeiro não vai ser ele. Você terá um filho e será ele quem herdará tudo o que você tem.

E Deus saiu com Abrão para fora da tenda e lhe disse:

—Olhe para o céu e conte as estrelas, se puder. Os seus descendentes serão tão numerosos como as estrelas.

Abrão acreditou no SENHOR e, por causa da sua fé, Deus o aceitou como justo[b]. E Deus lhe disse:

—Eu sou o SENHOR, que tirou você da cidade de Ur, da terra dos caldeus, para lhe dar esta terra como herança.

Então Abrão perguntou:

—Ó Senhor DEUS, como posso ter certeza de que esta terra será minha?

E Deus lhe respondeu:

—Você deverá me trazer uma bezerra, uma cabra, e um carneiro. Todos de três anos de idade. Traga também uma rola e um pombinho.

10 Abrão trouxe os animais, os cortou ao meio e colocou cada metade uma na frente da outra. Mas ele não cortou as aves. 11 Mais tarde vieram alguns abutres para comerem a carne dos animais mortos, mas Abrão os afastou.

12 Ao anoitecer, Abrão ficou com muito sono e veio sobre ele uma escuridão terrível que o encheu de medo. 13 E Deus lhe disse:

—Pode ter certeza de que os seus descendentes serão imigrantes num país que não é deles. Nesse país, eles serão feitos escravos e maltratados durante quatrocentos anos. 14 Mas eu castigarei a nação que os irá escravizar, e os seus descendentes sairão de lá livres e com grandes riquezas. 15 Quanto a você, viverá muitos anos e depois se juntará aos seus antepassados em paz. 16 Depois de quatro gerações, os seus descendentes retornarão aqui, pois a maldade dos amorreus ainda não chegou ao ponto de serem castigados.

17 Quando se fez noite e estava tudo escuro, apareceu um braseiro fumegante e uma tocha acesa passando entre os animais cortados ao meio.[c]

18 Nesse dia o SENHOR fez a seguinte aliança com Abrão:

—Darei esta terra aos seus descendentes, desde o ribeiro do Egito[d] até o grande rio Eufrates, 19 a terra dos queneus, dos quenezeus, dos cadmoneus, 20 dos heteus, dos ferezeus, dos refains, 21 dos amorreus, dos cananeus, dos girgaseus e dos jebuseus.

Footnotes

  1. 14.6 El-Parã Possível referência à população de Elate, ao extremo sul de Israel, perto do mar Vermelho.
  2. 15.6 Deus (…) justo ou “Deus atribuiu-lhe justiça” ou “Deus considerou a sua fé como prova de que ele era fiel”.
  3. 15.17 uma tocha (…) ao meio Isso confirmava e selava a aliança que Deus tinha feito com Abrão já que essa era a maneira como as pessoas faziam um pacto naquela época. Eles caminhavam pelo meio dos pedaços dos animais que tinham sido cortados em duas metades. Depois eles faziam um juramento. Eles falavam algo parecido como isto: “Que aconteça comigo o mesmo se eu não cumprir o nosso acordo”. Ver Jr 34.17-20.
  4. 15.18 ribeiro do Egito Não é o rio Nilo, mas se refere ao “ribeiro de El-Arish”.