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Jesus Cristo é o Filho de Deus

Anteriormente Deus falou aos nossos antepassados de muitas maneiras por intermédio dos profetas. Agora, nos tempos em que vivemos, falou-nos através do seu Filho, a quem deu todas as coisas e por meio de quem criou tudo o que existe. Este reflete a glória de seu Pai e é a imagem perfeita da sua pessoa. Ele mantém todo o universo pela autoridade da sua palavra. Tendo morrido para nos purificar da culpa dos nossos pecados, sentou-se à direita do Deus glorioso, nos lugares celestiais.

Cristo é superior aos anjos

É assim muito superior aos anjos, como prova o nome excelso que Deus lhe deu. Deus nunca disse a nenhum anjo:

“Tu és meu Filho;
hoje tornei-me teu Pai.”[a]

Também não se referia a nenhum anjo quando disse:

“Eu serei para ele Pai
e ele será meu Filho.”[b]

E doutra vez, quando Deus trouxe o seu Filho primogénito à Terra, disse:

“Que todos os anjos de Deus o adorem.”

É verdade que Deus alude aos anjos dizendo:

“É ele que faz dos seus anjos espíritos
e os seus ministros eficazes como fogo.”[c]

Mas referindo-se ao Filho diz:

“O teu trono, ó Deus, dura para sempre.
A justiça é aquilo que faz a força do teu reino.
Tu amas a justiça e aborreces o mal.
Por isso Deus, o teu Deus, derramou sobre ti
mais óleo de alegria do que sobre os teus companheiros.”[d]

10 E ainda:

“Senhor, foste tu quem fundou a Terra.
Fizeste o universo com as tuas mãos.
11 Contudo, isso um dia desaparecerá,
mas tu ficas para sempre.
E todos acabarão, como roupa velha.
12 Tu os enrolarás como vestuário;
e eles serão trocados, como se faz com uma peça de roupa.
Tu, porém, és sempre o mesmo;
os teus anos não têm fim.”[e]

13 Deus nunca disse a um anjo:

“Senta-te à minha direita,
até que ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.”[f]

14 É que os anjos são apenas espíritos enviados para servir a favor daqueles que vão receber a salvação.

Avisos

Por isso, devemos prestar muita atenção à verdade que já temos ouvido. Se não, corremos o risco de nos desviarmos dela. Porque se a palavra da Lei vinda por intermédio de anjos se mostrou tão válida que todos os que lhe desobedeceram foram castigados, como escaparemos nós se ficarmos indiferentes a essa tão grande salvação, que nos foi anunciada pelo próprio Senhor, e depois transmitida por aqueles que a ouviram? Além disso, Deus mesmo tem apoiado esses testemunhos através de sinais, de milagres e de várias manifestações do seu poder, e por dons da parte do Espírito Santo, concedidos segundo a sua vontade.

Jesus, o Homem

Além disso, o mundo futuro, de que falamos nas nossas pregações, não é pelos anjos que há de ser dirigido. Porque há uma passagem das Escrituras em que se diz:

“Que é o homem, para que te preocupes com ele?
E quem é o filho do homem, para que te lembres dele?
E apesar disso, fizeste-o um pouco mais baixo que os anjos,
e coroaste-o de honra e glória,
puseste tudo sob os seus pés.”[g]

Contudo, não vemos que essas coisas estejam, de facto, realizadas e que tudo esteja submetido ao ser humano. Vemos, sim, Jesus, o qual por um pouco de tempo foi mesmo inferior aos anjos, dignificado agora com toda a glória e honra, por causa de ter sofrido a morte por nós; morte essa que, pela bondade de Deus, experimentou a favor de toda a humanidade. 10 Porque Deus tinha planeado permitir que Jesus sofresse e por esse meio levasse muitos filhos a Deus, a quem pertence tudo, pois tudo criou. Esse sofrimento tornou Jesus o seu perfeito Salvador.

11 Nós que fomos purificados por Jesus temos agora o mesmo Pai que ele. E é por isso que ele não se envergonha de nos chamar irmãos, 12 dizendo:

“Declararei o teu nome perante os meus irmãos;
falarei de ti perante a assembleia do povo.”[h]

13 E noutra ocasião disse também:

“Porei a minha confiança em Deus.”[i]

E disse também:

“Aqui estou eu, com os filhos que Deus me deu.”[j]

14 E visto que nós, seus filhos, somos seres humanos, também ele se tornou carne e sangue. Pois só como ser humano poderia passar pela morte e esmagar a força daquele que tinha o poder da morte, o Diabo, 15 libertando todos aqueles que tinham a sua vida inteiramente subjugada pelo medo da morte.

16 Todos sabemos que não é aos anjos que ele ajuda, mas aos da descendência de Abraão. 17 Por isso, era necessário que Jesus fosse em tudo semelhante aos seus irmãos e que, por consequência, pudesse ser nosso fiel sumo sacerdote, cheio de compaixão. Assim, ele pôde oferecer um sacrifício que tira os pecados do povo. 18 Tendo ele mesmo sido sujeitado à tentação, e passado pelo sofrimento, pode assim socorrer aqueles que passam pela prova da tentação!

Jesus é superior a Moisés

Portanto, meus irmãos, a quem Deus separou para si e a quem chamou para participarem da vida celestial, atentem para o enviado de Deus, o sumo sacerdote da fé que proclamamos, o qual cumpriu fielmente a missão que Deus lhe designou, tal como Moisés serviu fielmente na casa de Deus. Mas Jesus é muito superior a Moisés, da mesma maneira que o homem que constrói uma casa tem mais mérito do que a própria casa. Se é verdade que não há casa que não tenha sido construída por alguém, não menos verdade é que quem construiu tudo o que existe foi Deus.

É bem certo que Moisés serviu com toda a fidelidade na casa de Deus,[k] mas o que ele fez foi um serviço, o de anunciar aquilo que haveria de ser revelado mais tarde. Mas Cristo é fiel e responsável como Filho sobre a sua própria casa, a qual casa somos nós próprios, se conservarmos a nossa confiança até ao fim, assim como a exultação da esperança nele.

Aviso contra a incredulidade

Portanto, o Espírito Santo nos avisa, como está escrito:

“Se hoje ouvirem a sua voz,
não endureçam os vossos corações,
como fizeram na rebelião,
durante o tempo de prova no deserto.
Ali os vossos pais tentaram a minha paciência
e duvidaram de mim,
mesmo depois de terem visto tudo o que eu fiz.
10 Durante quarenta anos andei desgostoso com esta geração.
É um povo que erra constantemente;
eles não conheceram os meus caminhos.
11 Por isso, jurei, na minha cólera:
não entrarão no meu descanso.”[l]

12 Tomem então cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês se afaste para longe do Deus vivo, levado pelo seu coração mau e incrédulo. 13 Pelo contrário, procurem encorajar-se uns aos outros, enquanto dura esse tempo de “hoje”, a fim de que ninguém endureça o seu coração pelo engano do pecado. 14 Porque se mantivermos firmemente, até ao fim, a nossa confiança no Senhor, como quando nos tornámos cristãos, participamos de tudo o que pertence a Cristo. 15 Então, não esqueçamos este aviso:

“Se hoje ouvirem a sua voz,
não endureçam os vossos corações,
como fizeram na rebelião.”[m]

16 E quem foram esses que, depois de ouvirem Deus falar-lhes, o provocaram? Não foram porventura os que por meio de Moisés saíram do Egito? 17 E não foram esses que durante quarenta anos tanto exasperaram a Deus e pecaram, tendo os seus cadáveres ficado ali no deserto? 18 E não foi a eles que Deus declarou, com juramento, que não haveriam de entrar no seu descanso? Pois foram esses mesmos que lhe desobedeceram. 19 Vemos pois que não puderam entrar por causa da sua incredulidade.

Cristo, como o Filho de Deus, é superior aos anjos

Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas; feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.

Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho? E, quando outra vez introduz no mundo o Primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. E, quanto aos anjos, diz: O que de seus anjos faz ventos e de seus ministros, labareda de fogo. Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino. Amaste a justiça e aborreceste a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros. 10 E: Tu, Senhor, no princípio, fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos; 11 eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão, 12 e, como um manto, os enrolarás, e, como uma veste, se mudarão; mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão. 13 E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra, até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés? 14 Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?

Cristo, como Filho do Homem, é superior aos anjos e sumo sacerdote idôneo e compassivo

Portanto, convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que temos ouvido, para que, em tempo algum, nos desviemos delas. Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram; testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?

Porque não foi aos anjos que sujeitou o mundo futuro, de que falamos; mas, em certo lugar, testificou alguém, dizendo: Que é o homem, para que dele te lembres? Ou o filho do homem, para que o visites? Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos, de glória e de honra o coroaste e o constituíste sobre as obras de tuas mãos. Todas as coisas lhe sujeitaste debaixo dos pés. Ora, visto que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou que lhe não esteja sujeito. Mas, agora, ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas; vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos.

10 Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse, pelas aflições, o Príncipe da salvação deles. 11 Porque, assim o que santifica como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos, 12 dizendo: Anunciarei o teu nome a meus irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da congregação. 13 E outra vez: Porei nele a minha confiança. E outra vez: Eis-me aqui a mim e aos filhos que Deus me deu.

14 E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo, 15 e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão. 16 Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão. 17 Pelo que convinha que, em tudo, fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. 18 Porque, naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.

Cristo é superior a Moisés. O perigo da incredulidade e da desobediência

Pelo que, irmãos santos, participantes da vocação celestial, considerai a Jesus Cristo, apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão, sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi Moisés em toda a sua casa. Porque ele é tido por digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a edificou. Porque toda casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus. E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar; mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim.

Portanto, como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais o vosso coração, como na provocação, no dia da tentação no deserto, onde vossos pais me tentaram, me provaram e viram, por quarenta anos, as minhas obras. 10 Por isso, me indignei contra esta geração e disse: Estes sempre erram em seu coração e não conheceram os meus caminhos. 11 Assim, jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso. 12 Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. 13 Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado. 14 Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim. 15 Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como na provocação.

16 Porque, havendo-a alguns ouvido, o provocaram; mas não todos os que saíram do Egito por meio de Moisés. 17 Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi, porventura, com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? 18 E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes? 19 E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade.