Add parallel Print Page Options

Profecia contra Tiro

23 Esta é a mensagem para Tiro: Chorem, ó navios de Társis que regressam a casa vindos de terras distantes! Chorem pelo vosso porto, porque desapareceu! Os rumores preocupantes que vos tinham chegado aos ouvidos em Chipre eram afinal certos! Pesa por toda a parte um silêncio de morte. A calma reina no vosso porto, onde antes fervilhava a agitação dos barcos que vinham de Sídon. Traziam mercadorias de além dos mares do Egito e do Nilo e vocês eram os donos do comércio dos mares e do mundo.

Envergonha-te, Sídon, a fortaleza do mar! É o mar quem agora te diz: “Não tive dores de parto, nem dei à luz; não criei meninos, nem eduquei meninas!” Quando o Egito ouvir as notícias acerca de Tiro, haverá grande tristeza.

Fujam a chorar para Társis, habitantes das costas marítimas! Estas ruínas silenciosas é tudo quanto resta da vossa terra que pulsava de alegria. Que triste história a vossa! Pensem só em todos os colonos que mandaram para terras tão longínquas! E afinal quem foi que trouxe tamanho desastre sobre Tiro, a cidade edificadora de impérios, a sede do comércio mundial? Foi o Senhor dos exércitos quem o ordenou, para destruir o vosso orgulho e opor a altivez dos homens.

10 Façam-se ao mar, ó barcos de Társis, naveguem porque o vosso porto desapareceu! 11 O Senhor estende a sua mão sobre os mares; faz tremer as nações da Terra. Ele falou contra esta grande cidade comercial, para desfazer a sua força.

12 Diz ele: “Nunca mais, ó desonrada virgem, filha de Sídon, te alegrarás e serás forte. Ainda que fujas para Chipre, nem por isso encontrarás repouso.”

13 Serão os caldeus e não os assírios, quem entregará Tiro aos animais selvagens. Sitiá-la-ão, arrasarão as suas fortalezas, farão dela um montão de ruínas.

14 Uivem, navios que cruzam os oceanos, porque o vosso porto de abrigo foi destruído!

15 Durante 70 anos, Tiro será esquecida. E então, nos dias doutro rei, a cidade voltará de novo à vida. Ao fim dos 70 anos, acontecerá a Tiro o que diz a Canção da Prostituta:

16 “Toma a harpa, e percorre a cidade,
ó prostituta esquecida!
Toca o melhor que puderes e canta sem parar,
para que se lembrem de ti!”

17 Sim, após 70 anos, o Senhor fará reviver Tiro, mas não será diferente do que era antes! Tornará aos seus maus caminhos por onde andava em todo o mundo. 18 Contudo, virá o tempo em que todos os seus grandes negócios trarão benefícios para o Senhor! Eles não serão entesourados, mas usados na aquisição do melhor alimento e da melhor roupa para aqueles que vivem na presença do Senhor!

A devastação da Terra

24 Vejam! O Senhor está a transtornar a Terra e a fazer dela uma vasta destruição! Reparem como a está a esvaziar inteiramente da sua população e a espalhá-la!

Sacerdotes e povo,
servos e senhores,
escravas e patroas,
gente que compra e que vende,
gente que empresta e que pede emprestado,
banqueiros e financeiros,
ninguém será poupado.

A Terra ficará completamente vazia e será pilhada, foi o Senhor quem o disse. Porque a Terra sofre por causa dos pecados do povo; vai perdendo vitalidade, as searas murcham, os céus recusam a chuva. A Terra foi profanada pelos seus habitantes. O povo transgrediu as leis de Deus, violaram os seus preceitos e quebraram a aliança eterna. Por essa razão, caiu sobre eles a maldição de Deus; são abandonados e destruídos pela seca; poucos resistirão a isto tudo.

Todas as alegrias da vida desaparecerão; as vindimas cessarão e não haverá mais vinho novo; mesmo os que tinham um carácter folgazão não farão mais do que suspirar e gemer. Não se ouvirão mais os sons melodiosos da harpa e o ritmo alegre dos tambores. Acabaram-se os dias de alegria. Não haverá mais folguedos de vinho; as bebidas fortes se farão amargas na boca.

10 A cidade está um caos. Cada casa, cada loja, está trancada a cadeado para impedir os assaltos. 11 Nas ruas formam-se ajuntamentos de gente que pede vinho. A alegria é verdadeiramente uma coisa bem rara; o contentamento foi banido da Terra. 12 A cidade foi deixada em ruínas; as portas de entrada foram derrubadas. 13 Assim será na terra, entre todas as nações, como quando se usa a vara na oliveira ou se buscam os restos das uvas após a colheita.

14 No entanto, todos esses que foram poupados gritarão e cantarão de alegria. Os que estão no ocidente, do lado do mar, louvarão a majestade do Senhor. 15 Por isso, glorifiquem o Senhor desde o oriente! Nas costas marítimas proclamem o seu nome! Ele é o Senhor, o Deus de Israel! 16 Ouvimos cantar desde as extremidades da Terra: “Glória ao justo!”

Contudo, o meu coração está pesado de tristeza, porque o mal ainda prevalece e a desonestidade reina por toda a parte. 17 O terror, a cova e a armadilha é o que vocês merecem, ó habitantes da Terra. 18 Quando fugirem dos gritos de terror, cairão numa cova; se escaparem da cova, serão apanhados numa armadilha, porque esta destruição que vos cai em cima vem do céu. Até em baixo a Terra treme! 19 Toda a Terra está profundamente perturbada e caótica; tudo está ao abandono e perdido. 20 Ela cambaleia como um embriagado; parece uma tenda sacudida sob uma forte tempestade. Cairá e não mais se levantará, porque os seus pecados são de extrema gravidade.

21 Nesse dia, o Senhor castigará os exércitos celestes, nos céus, assim como os reis orgulhosos na Terra. 22 Serão cercados e feitos prisioneiros, postos numa masmorra até serem julgados e condenados. 23 O Senhor dos exércitos porá o seu trono em Sião e governará gloriosamente em Jerusalém, na presença dos anciãos do povo. A sua glória será de tal maneira intensa que o esplendor do Sol e da Lua se esvanecerá.

O louvor ao Senhor

25 Ó Senhor, eu honrarei e louvarei o teu nome, porque és o meu Deus e fazes coisas tão maravilhosas! Coisas que planeaste há muito tempo e que realizaste agora tal como tinhas predito! Tornaste poderosas cidades em montões de ruínas. As mais poderosas fortalezas foram feitas num amontoado de pedregulhos. Em terras distantes, luxuosos palácios desapareceram e nunca mais serão reedificados. Por isso, fortes nações tremerão de medo na tua presença; nações cruéis obedecerão e glorificarão o teu nome.

Mas para os pobres és um refúgio na tempestade, uma sombra no calor, a sua defesa contra gente sem misericórdia que contra eles investe como a chuva torrencial contra um muro de terra! Tal como a terra seca e quente é resfriada pela sombra das nuvens, assim esfriarás o orgulho desses povos tiranos.

Aqui no monte Sião, em Jerusalém, o Senhor dos exércitos dará uma festa maravilhosa para todos os habitantes do mundo; um banquete excecional com deliciosa comida, carne escolhida, da melhor, e vinho do mais antigo, do mais puro. Por esse tempo, ele tirará a sombra de melancolia, a máscara de morte com que toda a gente na Terra anda encoberta. Aniquilará a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todos os rostos e fará desaparecer, de toda a Terra, a afronta que o seu povo tem suportado. Porque assim falou o Senhor. Nesse dia, o povo proclamará: “Este é o nosso Deus, aquele por quem esperávamos e ele nos salvou! Este é o Senhor em quem nós confiámos. Na sua salvação nos alegraremos e teremos satisfação!”

10 A mão do Senhor ficará sobre o monte Sião e Moabe será esmagada como se fosse palha pisada que fica a apodrecer. 11 Deus os empurrará e os afastará como o nadador que estende as mãos para nadar. Acabará com o seu orgulho e com todos os seus atos malvados. 12 As altas muralhas de Moabe serão demolidas e feitas em pó.

Uma canção de louvor

26 Ouçam como eles cantam! Naquele dia, toda a terra de Judá cantará este cântico:

A nossa cidade é bem forte!
Estamos protegidos pelas muralhas da salvação de Deus!
Abram os portões para que por eles entre o povo reto
que se mantém leal.
Tu conservarás em paz
aquele cuja mente está firme em ti, porque confia em ti!
Confiem sempre no Senhor,
porque o Senhor é a rocha eterna!
Ele humilha o altivo
e derriba a orgulhosa cidade até ao pó.
Ela é pisada pelos pobres,
calcada pelos indefesos.

Para os justos o caminho não é trabalhoso e escarpado,
porque Deus lhes suaviza a estrada à sua frente.
É através do caminho dos teus juízos que nós esperamos em ti, ó Senhor!
O nosso maior desejo é glorificar o teu nome!
Durante toda a noite te procuro;
fervorosamente te busco, ó Deus!
Só quando a tua justiça for aplicada na Terra
é que as gentes deixarão a maldade e farão o que é reto.
10 Ainda que te mostres bom para com os maus,
isso não os fará serem mais justos.
Até na terra de retidão continuam a praticar a maldade
e não atentam para a tua grandeza, ó Senhor!
11 Não ligam às tuas ameaças,
nem lhes interessa que o teu punho já esteja estendido.
Mostra-lhes o teu zelo para com o teu povo e talvez isso os envergonhe.
Sim, os teus adversários arderão com o fogo que lhes reservas!

12 Senhor, dás-nos a paz,
porque tudo o que temos e somos vem de ti!
13 Ó Senhor, nosso Deus, em tempos,
outros senhores, que não tu, tiveram domínio sobre nós,
mas agora é só a ti que adoramos.
14 Aqueles que antes servimos morreram;
foram-se e nunca voltarão à vida.
Vieste contra eles e os destruíste;
já há muito que estão esquecidos.
15 Tu, Senhor, tornaste esta nação muito grande
e assim manifestaste a tua glória.
Aumentaste largamente as fronteiras da nossa terra!

16 Senhor, na sua tristeza eles te procuraram;
quando o teu castigo estava sobre eles,
fizeram-te uma oração no seu íntimo.
17 Como nos fez falta a tua presença, Senhor!
Sofremos como uma mulher grávida que grita quando dá à luz
e se torce com as dores de parto.
18 Nós também nos torcemos em agonia,
mas foi tudo em vão.
Nenhuma salvação veio à Terra,
nem nasceram novos habitantes do mundo.

19 Mas os vossos mortos tornarão a viver
e também o meu cadáver ressuscitará!
Os que habitam no pó despertarão e cantarão de alegria,
porque a luz da vida, da parte de Deus,
descerá sobre eles como o orvalho.

20 Vai para casa, meu povo, e fecha-te no quarto! Esconde-te por um pouco de tempo, até que a cólera do Senhor contra os teus inimigos tenha passado. 21 Vejam! O Senhor já vem dos céus para castigar os povos da Terra pelos seus pecados. A Terra não esconderá mais os seus assassinos. O culpado será encontrado e castigado.

A libertação de Israel

27 Naquele dia, o Senhor tomará a sua terrível e aguda espada para castigar o monstro marinho[a], a veloz serpente, e matará esse tortuoso dragão do mar.

No dia da libertação de Israel será cantado este hino:

“Israel é a minha vinha;
eu, o Senhor, cuidarei dela para que dê bom fruto;
cada dia a regarei;
dia e noite vigiarei para a guardar dos seus inimigos.
A minha ira contra Israel já passou.
Se encontrar espinhos e sarças perturbando-a,
hei de queimá-los.
A menos que esses meus inimigos se rendam
e peçam a paz e a minha proteção.”

Virá o tempo em que Jacob criará raízes, crescerá, desabrochará, florescerá e encherá a terra com os seus frutos!

Terá Deus castigado Israel tanto como os seus inimigos? Não! Porque os seus inimigos foram literalmente devastados, mas Israel foi punido apenas por algum tempo e exilado para longe da sua terra como se tivesse sido soprado por um vento tempestuoso do leste. E porque fez Deus isso? Foi para tirar os seus pecados, para o despojar de todos os seus ídolos, de todos os seus altares de idolatria; altares onde nunca mais se adorará, postes ídolos de Achera e altares de incenso que não ficarão mais de pé. 10 As suas cidades fortes, rodeadas de muralhas, ficarão vazias e silenciosas, as casas abandonadas e as ervas crescerão nas ruas, porque não serão pisadas; haverá bezerros pastando, por toda a parte, comendo os seus ramos e rebentos.

11 O meu povo é como os ramos quebrados e secos duma árvore que servem apenas para arder sob uma panela de comida. São uma nação de loucos, um povo insensato e sem entendimento, porque se desviaram de Deus. Por isso, aquele que os criou não terá misericórdia deles, nem lhes mostrará piedade.

12 Contudo, naquele dia o Senhor os juntará, um a um, colhendo-os como plantas selecionadas dum campo cujos limites são o rio Eufrates e as fronteiras do Egito. 13 Nesse dia, ouvir-se-á tocar a grande trombeta e muitos que estavam já destinados a morrer no meio dos seus inimigos, na Assíria e no Egito, serão salvos e trazidos para Jerusalém, para adorarem o Senhor no monte santo.

Footnotes

  1. 27.1 Em hebraico, leviatan. Criatura de grandes dimensões, de identificação incerta, que tem sido caracterizada como dragão, serpente marinha ou polvo gigante. Neste caso, poderá querer referir-se, de forma espiritual, a Satanás, tendo em conta a comparação com a serpente no Jardim do Éden.

A ruína e restauração de Tiro

23 Peso de Tiro. Uivai, navios de Társis, porque está assolada, a ponto de não haver nela casa nenhuma, e de ninguém mais entrar nela; desde a terra de Quitim lhes foi isto revelado. Calai-vos, moradores da ilha, vós a quem encheram os mercadores de Sidom, navegando pelo mar. E a sua provisão era a semente do Canal, que vinha com as muitas águas, e a ceifa do Nilo; e ela era a feira das nações. Envergonha-te, ó Sidom, porque o mar, a fortaleza do mar, fala, dizendo: Eu não tive dores de parto, nem dei à luz, nem ainda criei jovens, nem eduquei donzelas. Como com as novas do Egito, assim haverá dores quando se ouvirem as de Tiro. Passai a Társis e uivai, moradores da ilha. É esta a vossa cidade, que andava pulando de alegria? Cuja antiguidade vem de dias remotos? Pois levá-la-ão os seus próprios pés para longe andarem a peregrinar.

Quem formou este desígnio contra Tiro, a cidade coroada, cujos mercadores são príncipes e cujos negociantes são os mais nobres da terra? O Senhor dos Exércitos formou este desígnio para denegrir a soberba de todo o ornamento e envilecer os mais nobres da terra. 10 Passa como o Nilo pela tua terra, ó filha de Társis; já não há cinto ao redor de ti. 11 Ele estendeu a mão sobre o mar e turbou os reinos; o Senhor deu mandado contra Canaã, para que se destruíssem as suas fortalezas. 12 E disse: Nunca mais pularás de alegria, ó oprimida donzela, filha de Sidom; levanta-te, passa a Quitim e mesmo ali não terás descanso.

13 Vede a terra dos caldeus, povo que ainda não era povo; a Assíria a fundou para os que moravam no deserto; levantaram as suas fortalezas e edificaram os seus paços, mas já está arruinada de todo. 14 Uivai, navios de Társis, porque é destruída a vossa força. 15 E sucederá, naquele dia, que Tiro será posta em esquecimento por setenta anos, conforme os dias de um rei; mas, no fim de setenta anos, Tiro será como a canção de uma prostituta. 16 Toma a harpa, rodeia a cidade, ó prostituta entregue ao esquecimento; toca bem, canta e repete a ária, para que haja memória de ti. 17 Porque será no fim de setenta anos que o Senhor visitará a Tiro, e ela tornará à sua ganância de prostituta e terá comércio com todos os reinos que há sobre a face da terra. 18 E será consagrado ao Senhor o seu comércio e a sua ganância de prostituta; não se entesourará, nem se fechará; mas o seu comércio será para os que habitam perante o Senhor, para que comam suficientemente e tenham vestes duráveis.

Predição do castigo dos israelitas e o seu bom efeito. A promessa de livramento e da ruína dos seus inimigos. Cântico de louvor pela misericórdia de Deus

24 Eis que o Senhor esvazia a terra, e a desola, e transtorna a sua superfície, e dispersa os seus moradores. E o que suceder ao povo sucederá ao sacerdote; ao servo, como ao seu senhor; à serva, como à sua senhora; ao comprador, como ao vendedor; ao que empresta, como ao que toma emprestado; ao que dá usura, como ao que paga usura. De todo se esvaziará a terra e de todo será saqueada, porque o Senhor pronunciou esta palavra. A terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra. Na verdade, a terra está contaminada por causa dos seus moradores, porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos e quebram a aliança eterna. Por isso, a maldição consome a terra, e os que habitam nela serão desolados; por isso, serão queimados os moradores da terra, e poucos homens restarão. Pranteia o mosto, e enfraquece a vide; e suspirarão todos os alegres de coração. Cessou o folguedo dos tamboris, acabou o ruído dos que pulam de prazer, e descansou a alegria da harpa. Com canções não beberão vinho; a bebida forte será amarga para os que a beberem. 10 Demolida está a cidade vazia, todas as casas fecharam, ninguém já pode entrar. 11 Há lastimoso clamor nas ruas por causa do vinho; toda a alegria se escureceu, desterrou-se o gozo da terra. 12 Na cidade, só ficou a desolação, e, com estalidos, se quebra a porta. 13 Porque será no interior da terra, no meio destes povos, como a sacudidura da oliveira e como os rabiscos, quando está acabada a vindima.

14 Estes alçarão a sua voz e cantarão com alegria; por causa da glória do Senhor clamarão desde o mar. 15 Por isso, glorificai ao Senhor nos vales e nas ilhas do mar, ao nome do Senhor, Deus de Israel. 16 Dos confins da terra ouvimos cantar: glória ao Justo; mas eu digo: emagreço, emagreço, ai de mim! Os pérfidos tratam perfidamente; sim, os pérfidos tratam perfidamente. 17 O temor, e a cova, e o laço vêm sobre ti, ó morador da terra. 18 E será que aquele que fugir da voz do temor cairá na cova, e o que subir da cova, o laço o prenderá; porque as janelas do alto se abriram, e os fundamentos da terra tremem. 19 De todo será quebrantada a terra, de todo se romperá e de todo se moverá a terra. 20 De todo vacilará a terra como o ébrio e será movida e removida como a choça de noite; e a sua transgressão se agravará sobre ela, e cairá e nunca mais se levantará.

21 E será que, naquele dia, o Senhor visitará os exércitos do alto na altura e os reis da terra, sobre a terra. 22 E serão amontoados como presos em uma masmorra, e serão encerrados em um cárcere, e serão visitados depois de muitos dias. 23 E a lua se envergonhará, e o sol se confundirá quando o Senhor dos Exércitos reinar no monte Sião e em Jerusalém; e, então, perante os seus anciãos haverá glória.

25 Ó Senhor, tu és o meu Deus; exaltar-te-ei e louvarei o teu nome, porque fizeste maravilhas; os teus conselhos antigos são verdade e firmeza. Porque da cidade fizeste um montão de pedras, e da cidade forte, uma ruína, e do paço dos estranhos, que não seja mais cidade e jamais se torne a edificar. Pelo que te glorificará um povo poderoso, e a cidade das nações formidáveis te temerá. Porque foste a fortaleza do pobre e a fortaleza do necessitado na sua angústia; refúgio contra a tempestade e sombra contra o calor; porque o sopro dos opressores é como a tempestade contra o muro. Como o calor em lugar seco, tu abaterás o ímpeto dos estranhos; como se abranda o calor pela sombra da espessa nuvem, assim o cântico dos tiranos será humilhado.

E o Senhor dos Exércitos dará, neste monte, a todos os povos uma festa com animais gordos, uma festa com vinhos puros, com tutanos gordos e com vinhos puros, bem purificados. E destruirá, neste monte, a máscara do rosto com que todos os povos andam cobertos e o véu com que todas as nações se escondem. Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor Jeová as lágrimas de todos os rostos, e tirará o opróbrio do seu povo de toda a terra; porque o Senhor o disse. E, naquele dia, se dirá: Eis que este é o nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele nos salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos; na sua salvação, exultaremos e nos alegraremos. 10 Porque a mão do Senhor descansará neste monte; mas Moabe será trilhado debaixo dele, como se trilha a palha no monturo. 11 E Moabe estenderá as mãos por entre eles, como as estende o nadador para nadar; mas o Senhor abaterá a sua altivez, apesar da perícia das suas mãos. 12 E abaixará as altas fortalezas dos teus muros e abatê-las-á, e derribá-las-á por terra, até ao pó.

26 Naquele dia, se entoará este cântico na terra de Judá: Uma forte cidade temos, a quem Deus pôs a salvação por muros e antemuros. Abri as portas, para que entre nela a nação justa, que observa a verdade. Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti. Confiai no Senhor perpetuamente; porque o Senhor Deus é uma rocha eterna. Porque ele abate os que habitam em lugares sublimes, e a cidade exaltada humilhará até ao chão, e a derribará até ao pó. O pé a pisará: os pés dos aflitos e os passos dos pobres.

O caminho do justo é todo plano; tu retamente pesas o andar do justo. Até no caminho dos teus juízos, Senhor, te esperamos; no teu nome e na tua memória está o desejo da nossa alma. Com minha alma te desejei de noite e, com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça. 10 Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão, ele pratica a iniquidade e não atenta para a majestade do Senhor. 11 Senhor, a tua mão está exaltada, mas nem por isso a veem; vê-la-ão, porém confundir-se-ão por causa do zelo que tens do teu povo; e o fogo consumirá os teus adversários. 12 Senhor, tu nos darás a paz, porque tu és o que fizeste em nós todas as nossas obras. 13 Ó Senhor, Deus nosso, outros senhores têm tido domínio sobre nós; mas, por ti só, nos lembramos do teu nome. 14 Morrendo eles, não tornarão a viver; falecendo, não ressuscitarão; por isso, os visitaste, e destruíste, e apagaste toda a sua memória. 15 Tu, Senhor, aumentaste esta gente, tu aumentaste esta gente, fizeste-te glorioso; mas longe os lançaste, para todos os confins da terra.

16 Senhor, no aperto, te visitaram; vindo sobre eles a tua correção, derramaram a sua oração secreta. 17 Como a mulher grávida, quando está próxima a sua hora, tem dores de parto e dá gritos nas suas dores, assim fomos nós por causa da tua face, ó Senhor! 18 Bem concebemos nós e tivemos dores de parto, mas isso não foi senão vento; livramento não trouxemos à terra, nem caíram os moradores do mundo. 19 Os teus mortos viverão, os teus mortos ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no pó, porque o teu orvalho, ó Deus, será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos.

20 Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. 21 Porque eis que o Senhor sairá do seu lugar para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniquidade; e a terra descobrirá o seu sangue e não encobrirá mais aqueles que foram mortos.

27 Naquele dia, o Senhor castigará com a sua dura espada, grande e forte, o leviatã, a serpente veloz, e o leviatã, a serpente tortuosa, e matará o dragão que está no mar.

Naquele dia, haverá uma vinha de vinho tinto; cantai-lhe. Eu, o Senhor, a guardo e, a cada momento, a regarei; para que ninguém lhe faça dano, de noite e de dia a guardarei. Não há indignação em mim; quem me poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Ou que se apodere da minha força e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.

Dias virão em que Jacó lançará raízes, e florescerá e brotará Israel, e encherão de fruto a face do mundo. Porventura, feriu-o ele como feriu aos que o feriram? Ou matou-o ele assim como matou aos que por ele foram mortos? Com medida contendeste com ela quando a rejeitaste; ele a tirou com o seu vento forte, no tempo do vento leste. Por isso, se expiará a iniquidade de Jacó, e este será todo o fruto de se haver tirado o seu pecado; quando ele fizer a todas as pedras do altar como pedras de cal feitas em pedaços, os bosques e as imagens do sol não poderão ficar em pé. 10 Porque a cidade forte está solitária, uma habitação rejeitada e abandonada como um deserto; ali, pastarão os bezerros, e ali se deitarão, e devorarão os seus ramos. 11 Quando os seus ramos se secarem, serão quebrados; vindo as mulheres, os acenderão, porque este povo não é povo de entendimento; por isso, aquele que o fez não se compadecerá dele e aquele que o formou não lhe mostrará nenhum favor.

12 E será, naquele dia, que o Senhor padejará o seu fruto desde as correntes do rio até o rio do Egito; e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um. 13 E será, naquele dia, que se tocará uma grande trombeta, e os que andavam perdidos pela terra da Assíria e os que foram desterrados para a terra do Egito tornarão a vir e adorarão ao Senhor no monte santo, em Jerusalém.