Isaías 26-27
O Livro
Uma canção de louvor
26 Ouçam como eles cantam! Naquele dia, toda a terra de Judá cantará este cântico:
A nossa cidade é bem forte!
Estamos protegidos pelas muralhas da salvação de Deus!
2 Abram os portões para que por eles entre o povo reto
que se mantém leal.
3 Tu conservarás em paz
aquele cuja mente está firme em ti, porque confia em ti!
4 Confiem sempre no Senhor,
porque o Senhor é a rocha eterna!
5 Ele humilha o altivo
e derriba a orgulhosa cidade até ao pó.
6 Ela é pisada pelos pobres,
calcada pelos indefesos.
7 Para os justos o caminho não é trabalhoso e escarpado,
porque Deus lhes suaviza a estrada à sua frente.
8 É através do caminho dos teus juízos que nós esperamos em ti, ó Senhor!
O nosso maior desejo é glorificar o teu nome!
9 Durante toda a noite te procuro;
fervorosamente te busco, ó Deus!
Só quando a tua justiça for aplicada na Terra
é que as gentes deixarão a maldade e farão o que é reto.
10 Ainda que te mostres bom para com os maus,
isso não os fará serem mais justos.
Até na terra de retidão continuam a praticar a maldade
e não atentam para a tua grandeza, ó Senhor!
11 Não ligam às tuas ameaças,
nem lhes interessa que o teu punho já esteja estendido.
Mostra-lhes o teu zelo para com o teu povo e talvez isso os envergonhe.
Sim, os teus adversários arderão com o fogo que lhes reservas!
12 Senhor, dás-nos a paz,
porque tudo o que temos e somos vem de ti!
13 Ó Senhor, nosso Deus, em tempos,
outros senhores, que não tu, tiveram domínio sobre nós,
mas agora é só a ti que adoramos.
14 Aqueles que antes servimos morreram;
foram-se e nunca voltarão à vida.
Vieste contra eles e os destruíste;
já há muito que estão esquecidos.
15 Tu, Senhor, tornaste esta nação muito grande
e assim manifestaste a tua glória.
Aumentaste largamente as fronteiras da nossa terra!
16 Senhor, na sua tristeza eles te procuraram;
quando o teu castigo estava sobre eles,
fizeram-te uma oração no seu íntimo.
17 Como nos fez falta a tua presença, Senhor!
Sofremos como uma mulher grávida que grita quando dá à luz
e se torce com as dores de parto.
18 Nós também nos torcemos em agonia,
mas foi tudo em vão.
Nenhuma salvação veio à Terra,
nem nasceram novos habitantes do mundo.
19 Mas os vossos mortos tornarão a viver
e também o meu cadáver ressuscitará!
Os que habitam no pó despertarão e cantarão de alegria,
porque a luz da vida, da parte de Deus,
descerá sobre eles como o orvalho.
20 Vai para casa, meu povo, e fecha-te no quarto! Esconde-te por um pouco de tempo, até que a cólera do Senhor contra os teus inimigos tenha passado. 21 Vejam! O Senhor já vem dos céus para castigar os povos da Terra pelos seus pecados. A Terra não esconderá mais os seus assassinos. O culpado será encontrado e castigado.
A libertação de Israel
27 Naquele dia, o Senhor tomará a sua terrível e aguda espada para castigar o monstro marinho[a], a veloz serpente, e matará esse tortuoso dragão do mar.
2 No dia da libertação de Israel será cantado este hino:
“Israel é a minha vinha;
3 eu, o Senhor, cuidarei dela para que dê bom fruto;
cada dia a regarei;
dia e noite vigiarei para a guardar dos seus inimigos.
4 A minha ira contra Israel já passou.
Se encontrar espinhos e sarças perturbando-a,
hei de queimá-los.
5 A menos que esses meus inimigos se rendam
e peçam a paz e a minha proteção.”
6 Virá o tempo em que Jacob criará raízes, crescerá, desabrochará, florescerá e encherá a terra com os seus frutos!
7 Terá Deus castigado Israel tanto como os seus inimigos? 8 Não! Porque os seus inimigos foram literalmente devastados, mas Israel foi punido apenas por algum tempo e exilado para longe da sua terra como se tivesse sido soprado por um vento tempestuoso do leste. 9 E porque fez Deus isso? Foi para tirar os seus pecados, para o despojar de todos os seus ídolos, de todos os seus altares de idolatria; altares onde nunca mais se adorará, postes ídolos de Achera e altares de incenso que não ficarão mais de pé. 10 As suas cidades fortes, rodeadas de muralhas, ficarão vazias e silenciosas, as casas abandonadas e as ervas crescerão nas ruas, porque não serão pisadas; haverá bezerros pastando, por toda a parte, comendo os seus ramos e rebentos.
11 O meu povo é como os ramos quebrados e secos duma árvore que servem apenas para arder sob uma panela de comida. São uma nação de loucos, um povo insensato e sem entendimento, porque se desviaram de Deus. Por isso, aquele que os criou não terá misericórdia deles, nem lhes mostrará piedade.
12 Contudo, naquele dia o Senhor os juntará, um a um, colhendo-os como plantas selecionadas dum campo cujos limites são o rio Eufrates e as fronteiras do Egito. 13 Nesse dia, ouvir-se-á tocar a grande trombeta e muitos que estavam já destinados a morrer no meio dos seus inimigos, na Assíria e no Egito, serão salvos e trazidos para Jerusalém, para adorarem o Senhor no monte santo.
Footnotes
- 27.1 Em hebraico, leviatan. Criatura de grandes dimensões, de identificação incerta, que tem sido caracterizada como dragão, serpente marinha ou polvo gigante. Neste caso, poderá querer referir-se, de forma espiritual, a Satanás, tendo em conta a comparação com a serpente no Jardim do Éden.
Isaías 26-27
Almeida Revista e Corrigida 2009
26 Naquele dia, se entoará este cântico na terra de Judá: Uma forte cidade temos, a quem Deus pôs a salvação por muros e antemuros. 2 Abri as portas, para que entre nela a nação justa, que observa a verdade. 3 Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti. 4 Confiai no Senhor perpetuamente; porque o Senhor Deus é uma rocha eterna. 5 Porque ele abate os que habitam em lugares sublimes, e a cidade exaltada humilhará até ao chão, e a derribará até ao pó. 6 O pé a pisará: os pés dos aflitos e os passos dos pobres.
7 O caminho do justo é todo plano; tu retamente pesas o andar do justo. 8 Até no caminho dos teus juízos, Senhor, te esperamos; no teu nome e na tua memória está o desejo da nossa alma. 9 Com minha alma te desejei de noite e, com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça. 10 Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende a justiça; até na terra da retidão, ele pratica a iniquidade e não atenta para a majestade do Senhor. 11 Senhor, a tua mão está exaltada, mas nem por isso a veem; vê-la-ão, porém confundir-se-ão por causa do zelo que tens do teu povo; e o fogo consumirá os teus adversários. 12 Senhor, tu nos darás a paz, porque tu és o que fizeste em nós todas as nossas obras. 13 Ó Senhor, Deus nosso, outros senhores têm tido domínio sobre nós; mas, por ti só, nos lembramos do teu nome. 14 Morrendo eles, não tornarão a viver; falecendo, não ressuscitarão; por isso, os visitaste, e destruíste, e apagaste toda a sua memória. 15 Tu, Senhor, aumentaste esta gente, tu aumentaste esta gente, fizeste-te glorioso; mas longe os lançaste, para todos os confins da terra.
16 Senhor, no aperto, te visitaram; vindo sobre eles a tua correção, derramaram a sua oração secreta. 17 Como a mulher grávida, quando está próxima a sua hora, tem dores de parto e dá gritos nas suas dores, assim fomos nós por causa da tua face, ó Senhor! 18 Bem concebemos nós e tivemos dores de parto, mas isso não foi senão vento; livramento não trouxemos à terra, nem caíram os moradores do mundo. 19 Os teus mortos viverão, os teus mortos ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no pó, porque o teu orvalho, ó Deus, será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos.
20 Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. 21 Porque eis que o Senhor sairá do seu lugar para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniquidade; e a terra descobrirá o seu sangue e não encobrirá mais aqueles que foram mortos.
27 Naquele dia, o Senhor castigará com a sua dura espada, grande e forte, o leviatã, a serpente veloz, e o leviatã, a serpente tortuosa, e matará o dragão que está no mar.
2 Naquele dia, haverá uma vinha de vinho tinto; cantai-lhe. 3 Eu, o Senhor, a guardo e, a cada momento, a regarei; para que ninguém lhe faça dano, de noite e de dia a guardarei. 4 Não há indignação em mim; quem me poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. 5 Ou que se apodere da minha força e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.
6 Dias virão em que Jacó lançará raízes, e florescerá e brotará Israel, e encherão de fruto a face do mundo. 7 Porventura, feriu-o ele como feriu aos que o feriram? Ou matou-o ele assim como matou aos que por ele foram mortos? 8 Com medida contendeste com ela quando a rejeitaste; ele a tirou com o seu vento forte, no tempo do vento leste. 9 Por isso, se expiará a iniquidade de Jacó, e este será todo o fruto de se haver tirado o seu pecado; quando ele fizer a todas as pedras do altar como pedras de cal feitas em pedaços, os bosques e as imagens do sol não poderão ficar em pé. 10 Porque a cidade forte está solitária, uma habitação rejeitada e abandonada como um deserto; ali, pastarão os bezerros, e ali se deitarão, e devorarão os seus ramos. 11 Quando os seus ramos se secarem, serão quebrados; vindo as mulheres, os acenderão, porque este povo não é povo de entendimento; por isso, aquele que o fez não se compadecerá dele e aquele que o formou não lhe mostrará nenhum favor.
12 E será, naquele dia, que o Senhor padejará o seu fruto desde as correntes do rio até o rio do Egito; e vós, ó filhos de Israel, sereis colhidos um a um. 13 E será, naquele dia, que se tocará uma grande trombeta, e os que andavam perdidos pela terra da Assíria e os que foram desterrados para a terra do Egito tornarão a vir e adorarão ao Senhor no monte santo, em Jerusalém.
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