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Os homens de Gibeá abusam da mulher de um levita

19 Aconteceu também, naqueles dias em que não havia rei em Israel, que houve um homem levita, que, peregrinando aos lados da montanha de Efraim, tomou para si uma mulher concubina, de Belém de Judá. Porém a sua concubina adulterou contra ele, e foi dele para casa de seu pai, a Belém de Judá, e esteve ali alguns dias, a saber, quatro meses. E seu marido se levantou e partiu após ela, para lhe falar conforme o seu coração e para tornar a trazê-la; e o seu moço e um par de jumentos iam com ele, e ela o levou à casa de seu pai, e, vendo-o o pai da moça, alegrou-se ao encontrar-se com ele. E seu sogro, o pai da moça, o deteve e ficou com ele três dias; e comeram, e beberam, e passaram ali a noite. E sucedeu que, ao quarto dia pela manhã, madrugaram, e ele levantou-se para partir; então, o pai da moça disse a seu genro: Conforta o teu coração com um bocado de pão, e depois partireis. Assentaram-se, pois, e comeram ambos juntos, e beberam; e disse o pai da moça ao homem: Peço-te que ainda esta noite queiras passá-la aqui, e alegre-se o teu coração. Porém o homem levantou-se para partir, mas seu sogro o constrangeu a tornar a passar ali a noite. E, madrugando ao quinto dia pela manhã para partir, disse o pai da moça: Ora, conforta o teu coração. E detiveram-se até já declinar o dia e ambos juntos comeram. Então, o homem levantou-se para partir, ele, e a sua concubina, e o seu moço; e disse-lhe seu sogro, o pai da moça: Eis que já o dia se abaixa, e a tarde vem entrando; peço-te que aqui passes a noite; eis que o dia vai acabando; passa aqui a noite, e que o teu coração se alegre; e, amanhã de madrugada, levantai-vos a caminhar, e vai-te para a tua tenda.

10 Porém o homem não quis ali passar a noite, mas levantou-se, e partiu, e veio até defronte de Jebus (que é Jerusalém), e com ele o par de jumentos albardados, como também a sua concubina. 11 Estando, pois, já perto de Jebus, e tendo-se declinado muito o dia, disse o moço a seu senhor: Caminhai agora, e retiremo-nos a esta cidade dos jebuseus e passemos ali a noite. 12 Porém disse-lhe seu senhor: Não nos retiraremos a nenhuma cidade estranha, que não seja dos filhos de Israel; mas passaremos até Gibeá. 13 Disse mais a seu moço: Caminha, e cheguemos a um daqueles lugares e passemos a noite em Gibeá ou em Ramá. 14 Passaram, pois, adiante e caminharam, e o sol se lhes pôs junto a Gibeá, que é cidade de Benjamim. 15 E retiraram-se para lá, para entrarem a passar a noite em Gibeá; e, entrando ele, assentou-se na praça da cidade, porque não houve quem os recolhesse em casa para ali passarem a noite. 16 E eis que um homem velho vinha à tarde do seu trabalho do campo; e era este homem da montanha de Efraim, mas peregrinava em Gibeá; eram, porém, os homens deste lugar filhos de Benjamim. 17 Levantando ele, pois, os olhos, viu a este passageiro na praça da cidade; e disse o velho: Para onde vais e de onde vens? 18 E ele lhe disse: Passamos de Belém de Judá até aos lados da montanha de Efraim, de onde sou, porquanto fui a Belém de Judá; porém, agora, vou à casa do Senhor, e ninguém que me recolha em casa, 19 ainda que há palha e pasto para os nossos jumentos, e também pão e vinho há para mim, e para a tua serva, e para o moço que vem com os teus servos; de coisa nenhuma falta. 20 Então, disse o velho: Paz seja contigo; tudo quanto te faltar fique ao meu cargo; tão somente não passes a noite na praça. 21 E trouxe-o a sua casa e deu pasto aos jumentos; e, lavando-se os pés, comeram e beberam.

22 Estando eles alegrando o seu coração, eis que os homens daquela cidade (homens que eram filhos de Belial) cercaram a casa, batendo à porta; e falaram ao velho, senhor da casa, dizendo: Tira para fora o homem que entrou em tua casa, para que o conheçamos. 23 E o homem, senhor da casa, saiu a eles e disse-lhes: Não, irmãos meus! Ora, não façais semelhante mal; já que este homem entrou em minha casa, não façais tal loucura. 24 Eis que a minha filha virgem e a concubina dele tirarei para fora; humilhai-as a elas e fazei delas o que parecer bem aos vossos olhos; porém a este homem não façais loucura semelhante. 25 Porém aqueles homens não o quiseram ouvir; então, aquele homem pegou da sua concubina e lha tirou para fora; e eles a conheceram, e abusaram dela toda a noite até pela manhã, e, subindo a alva, a deixaram. 26 E, ao romper da manhã, veio a mulher, e caiu à porta da casa daquele homem, onde estava seu senhor, e ficou ali até que se fez claro.

27 E, levantando-se seu senhor pela manhã, e abrindo as portas da casa, e saindo a seguir o seu caminho, eis que a mulher, sua concubina, jazia à porta da casa, com as mãos sobre o limiar. 28 E ele lhe disse: Levanta-te, e vamo-nos, porém não respondeu; então, pô-la sobre o jumento, e levantou-se o homem, e foi-se para o seu lugar. 29 Chegando, pois, à sua casa, tomou um cutelo, e pegou na sua concubina, e a despedaçou com os seus ossos em doze partes e enviou-os por todos os termos de Israel. 30 E sucedeu que cada um que tal via dizia: Nunca tal se fez, nem se viu desde o dia em que os filhos de Israel subiram da terra do Egito, até ao dia de hoje; ponderai isto no coração, considerai e falai.

Os israelitas vingam o ultraje feito ao levita

20 Então, todos os filhos de Israel saíram, e a congregação se ajuntou, como se fora um só homem, desde Dã até Berseba, como também a terra de Gileade, ao Senhor, em Mispa. E, dos cantos de todo o povo, se apresentaram de todas as tribos de Israel na congregação do povo de Deus quatrocentos mil homens de pé que arrancavam a espada. (Ouviram, pois, os filhos de Benjamim que os filhos de Israel haviam subido a Mispa.) E disseram os filhos de Israel: Falai, como sucedeu esta maldade? Então, respondeu o homem levita, marido da mulher que fora morta, e disse: Cheguei com a minha concubina a Gibeá, cidade de Benjamim, para passar a noite; e os cidadãos de Gibeá se levantaram contra mim, e cercaram a casa de noite, e intentaram matar-me, e violaram a minha concubina, de maneira que morreu. Então, peguei na minha concubina, e fi-la em pedaços, e a enviei por toda a terra da herança de Israel, porquanto fizeram tal malefício e loucura em Israel. Eis que todos sois filhos de Israel; dai aqui a vossa palavra e conselho. Então, todo o povo se levantou como um só homem, dizendo: Nenhum de nós irá à sua tenda nem nenhum de nós se retirará à sua casa. Porém isto é o que faremos a Gibeá: procederemos contra ela por sorte. 10 E tomaremos dez homens de cem de todas as tribos de Israel, e cem de mil, e mil de dez mil, para tomarem mantimento para o povo, para que, vindo eles a Gibeá de Benjamim, lhe façam conforme toda a loucura que tem feito em Israel. 11 Assim, ajuntaram-se contra esta cidade todos os homens de Israel, aliados como um só homem.

12 E as tribos de Israel enviaram homens por toda a tribo de Benjamim, dizendo: Que maldade é esta que se fez entre vós? 13 Dai-nos, pois, agora, aqueles homens filhos de Belial, que estão em Gibeá, para que os matemos e tiremos de Israel o mal; porém os filhos de Benjamim não quiseram ouvir a voz de seus irmãos, os filhos de Israel. 14 Antes, os filhos de Benjamim se ajuntaram das cidades em Gibeá, para saírem a pelejar contra os filhos de Israel. 15 E contaram-se naquele dia os filhos de Benjamim, das cidades, vinte e seis mil homens que arrancavam a espada, afora os moradores de Gibeá, de que se contaram setecentos homens escolhidos. 16 Entre todo este povo havia setecentos homens escolhidos, canhotos, os quais todos atiravam com a funda uma pedra a um cabelo e não erravam. 17 E contaram-se dos homens de Israel, afora os de Benjamim, quatrocentos mil homens que arrancavam da espada, e todos eles, homens de guerra. 18 E levantaram-se os filhos de Israel, e subiram a Betel, e perguntaram a Deus, e disseram: Quem dentre nós subirá primeiro a pelejar contra Benjamim? E disse o Senhor: Judá subirá primeiro.

19 Levantaram-se, pois, os filhos de Israel pela manhã e acamparam-se contra Gibeá. 20 E os homens de Israel saíram à peleja contra Benjamim; e ordenaram os homens de Israel contra eles a peleja ao pé de Gibeá. 21 Então, os filhos de Benjamim saíram de Gibeá e derribaram por terra, naquele dia, vinte e dois mil homens de Israel. 22 Porém esforçou-se o povo dos homens de Israel, e tornaram a ordenar a peleja no lugar onde no primeiro dia a tinham ordenado. 23 E subiram os filhos de Israel, e choraram perante o Senhor até à tarde, e perguntaram ao Senhor, dizendo: Tornar-me-ei a chegar à peleja contra os filhos de Benjamim, meu irmão? E disse o Senhor: Subi contra ele.

O levita e a sua concubina

19 Na época em que Israel não tinha rei, houve um levita que morava nas montanhas de Efraim. Esse homem tinha uma concubina que era da cidade de Belém, no território de Judá. Certo dia a concubina se irritou com o levita e regressou para a casa de seu pai, em Belém de Judá. A mulher permaneceu com seu pai durante quatro meses. Depois de um tempo, o levita foi procurar a mulher, queria falar com ela para que voltasse de novo com ele. O levita levou seus servos e seus jumentos até a casa do pai da mulher. Ao chegar ao lugar, o pai da mulher saiu muito contente para saudar o levita e o convidou para ficar ali. O levita ficou na casa do seu sogro durante três dias. Ali bebeu, comeu e dormiu.

No quarto dia, o levita levantou-se cedo e começou a preparar a viagem, mas o pai da mulher disse:

—Coma alguma coisa antes de viajar, então poderá sair tranquilo.

Então sentaram-se os dois e comeram e beberam juntos, e o pai da mulher disse ao levita:

—Fique esta noite conosco e divirta-se.

O levita se levantou para partir mas o sogro insistiu tanto que ele ficou mais uma noite.

No quinto dia, o levita levantou cedo e começou a preparar a viagem, mas o sogro disse:

—Coma alguma coisa, fique até a tarde.

E novamente comeram e beberam juntos.

O levita, a mulher e o servos se levantaram para partir, mas o sogro disse:

—Já é tarde, é melhor que fique esta noite, pois está muito escuro para viajar. Permaneça esta noite e fique à vontade. Amanhã poderão sair cedo para a sua casa.

10 Mas o levita não queria ficar, portanto, saiu com a mulher e os jumentos. Naquela noite chegaram até a cidade de Jebus, que é o outro nome de Jerusalém.

11 Já era muito tarde e o servos disseram ao levita:

—SENHOR, vamos entrar nesta cidade e passar aqui a noite.

12 O levita respondeu:

—Não! Não podemos entrar em uma cidade que não é de Israel. Temos que ir até a cidade de Gibeá[a]. 13 Sigamos andando até chegar a Gibeá ou Ramá e ali passaremos a noite.

14 Eles continuaram andando e o sol se ocultou quando chegaram a Gibeá, no território de Benjamim. 15 Então entraram em Gibeá para passar a noite ali. Chegaram até a praça e sentaram-se, mas ninguém aproximou-se para convidá-los a passar a noite em sua casa. 16 Um ancião que voltava de trabalhar no campo chegou à praça da cidade. O ancião era da região montanhosa de Efraim, mas estava vivendo como forasteiro em Gibeá. O povo de Gibeá era da tribo de Benjamim. 17 O ancião viu o levita na praça e disse:

—Para onde o senhor vai e de onde vem?

18 O levita respondeu:

—Viemos de Belém de Judá e vamos para a parte mais distante da região montanhosa de Efraim. Eu sou de Efraim, faz dias que saí de Belém de Judá e agora vou para minha casa[b] mas ninguém nos ofereceu alojamento até agora. 19 Temos palha e grãos para os jumentos e há pão suficiente e vinho para os três que viajamos. Não precisamos de nada.

20 O ancião disse:

—Não pode passar a noite na praça. É bem-vindo na minha casa, eu me encarregarei de tudo o que precisar.

21 Então o ancião levou os três viajantes para a sua casa, deu comida aos jumentos e depois eles lavaram seus pés, comeram e beberam.

22 Quando todos estavam muito alegres, uns homens muito maus rodearam a casa e bateram na porta dizendo:

—Tire o homem que tem em sua casa, queremos ter relações sexuais com ele.

23 O dono da casa saiu e disse:

—Não façam essa maldade. Este homem é um convidado na minha casa.[c] Não cometam esse pecado terrível. 24 Vejam, aqui está a minha filha que nunca teve relações sexuais, e também está aqui a concubina deste homem. Podem fazer o que quiserem com elas, mas não cometam esse pecado terrível contra este homem.

25 Mas os homens não lhe fizeram caso. Então o levita foi buscar sua mulher e a obrigou a sair. Os homens a obrigaram a ter relações sexuais e abusaram dela a noite toda. De madrugada a deixaram ir embora. 26 A mulher foi para a casa do ancião e caiu prostrada na porta. Ela ficou ali até o amanhecer. 27 De manhã, o levita abriu a porta para sair e viu a mulher ali estendida no chão. 28 O levita disse à mulher:

—Levante-se e vamos.

Mas a mulher não respondeu, pois estava morta.

Então o levita levantou a mulher e a pôs sobre o jumento para continuar a viagem. 29 Quando chegaram em casa, o levita pegou uma faca e cortou a mulher em doze pedaços. Depois enviou um pedaço para cada uma das doze tribos de Israel. 30 Todos os que viam aquilo diziam:

—Nunca antes tinha acontecido alguma coisa assim em Israel. Nunca tínhamos visto algo parecido desde que saímos do Egito. Temos que pensar nisto e decidir o que vamos fazer.

A guerra entre Israel e Benjamim

20 Todos os israelitas saíram como um só homem, desde Dã até Berseba, e de Gileade[d]. Toda a congregação se reuniu perante o SENHOR, em Mispá. Todos os líderes de todas as tribos de Israel chegaram para a reunião. Cada um tinha seu lugar na reunião do povo de Deus. Ao todo havia 400.000 soldados com espadas. Os homens da tribo de Benjamim souberam da reunião dos israelitas em Mispá. Na reunião, os israelitas disseram ao levita:

—Conte-nos como esta coisa tão terrível aconteceu.

O levita respondeu:

—Eu cheguei com minha concubina à cidade de Gibeá, no território de Benjamim. Ali passamos a noite. Mas durante a noite os homens da cidade chegaram à casa onde eu estava. Rodearam a casa porque queriam me matar, abusaram da minha mulher e depois ela morreu. Depois eu trouxe a minha mulher e a cortei em pedaços e enviei um pedaço a cada uma das tribos de Israel para que todos ficassem sabendo desta atrocidade que os homens da tribo de Benjamim fizeram contra nós. Agora peço a vocês, israelitas, que decidam o que devemos fazer.

Então todos os que estavam ali se levantaram ao mesmo tempo e disseram:

—Nenhum de nós voltará para a nossa tenda ou casa. O que devemos fazer é lançar a sorte para ver quem deverá atacar Gibeá. 10 Vamos escolher de entre todas as tribos de Israel dez homens de cada cem, cem homens de cada mil e mil homens de cada dez mil para que consigam alimentos para o exército. Depois o exército irá a Gibeá, no território de Benjamim, para castigar esse povo por esta ofensa que cometeram contra Israel.

11 Todos os homens de Israel reuniram-se na cidade de Gibeá e estavam de acordo sobre o que tinham que fazer. 12 As tribos de Israel enviaram homens à tribo de Benjamim com uma mensagem. A mensagem dizia:

—Que crime é este que alguns de vocês cometeram? 13 Entreguem-nos os criminosos de Gibeá para que os matemos. Temos que limpar esse mal de Israel.

Mas os homens da tribo de Benjamim não prestaram atenção à mensagem dos seus irmãos de Israel. 14 Os homens da tribo de Benjamim saíram das suas casas para reunirem-se em Gibeá. Todos foram a Gibeá para lutar contra os homens de Israel. 15 Ao todo haviam 26.000 soldados com espadas entre os homens de Benjamim. Além disso em Gibeá havia 700 homens treinados para a batalha 16 e 700 homens treinados para combater com sua mão esquerda. Cada um deles podia usar a funda com tanta precisão que podiam lançar uma pedra e acertar um cabelo sem falhar.

17 Da sua parte, os israelitas tinham 400.000 guerreiros prontos para combater. 18 Todos se preparam e foram a Betel. Ali pediram a Deus que lhes mostrasse qual tribo de Israel deveria atacar primeiro a tribo de Benjamim. O SENHOR disse a eles que os homens da tribo de Judá seriam os primeiros.

19 Na manhã seguinte, os israelitas levantaram seu acampamento perto da cidade de Gibeá. 20 Os homens de Israel se prepararam para combater e foram lutar contra o exército de Benjamim em Gibeá. 21 Também os homens da tribo de Benjamim foram combater e nesse dia mataram 22.000 homens de Israel na batalha.

22 Os homens de Israel foram se lamentar perante o SENHOR até o anoitecer. Pediram ao SENHOR que lhes dissesse se deveriam combater novamente contra os seus irmãos do exército de Benjamim. 23 O SENHOR respondeu que deviam combater de novo. Então os homens de Israel se animaram e foram combater como haviam feito da primeira vez.

Footnotes

  1. 19.12 Gibeá Gibeá ficava a uns poucos quilômetros ao norte de Jebus (Jerusalém).
  2. 19.18 minha casa De acordo com a LXX. O TM tem: “a casa do SENHOR”.
  3. 19.23 Este homem (…) minha casa Nesta época era costume proteger e cuidar dos convidados.
  4. 20.1 Gileade Território ao leste do rio Jordão.

O levita e a sua concubina

19 Naqueles dias em que Israel não tinha rei, um levita foi morar bem longe, na região montanhosa de Efraim. Ele arranjou uma jovem de Belém de Judá para ser a sua concubina. Porém ela brigou com ele e voltou para a casa do seu pai, em Belém. E ficou lá durante quatro meses. Então o homem resolveu ir a Belém atrás dela, para tentar convencê-la a voltar. Ele foi com o seu empregado e levou dois jumentos. E a moça o recebeu na casa do seu pai. Quando o pai da moça viu o levita, recebeu-o com alegria e insistiu para que ficasse na sua casa. E ele ficou ali três dias. Assim o casal tomou as suas refeições e passou as noites ali. No quarto dia eles se levantaram cedo e se aprontaram para ir embora. Mas o pai da moça disse ao levita:

— Coma alguma coisa antes de ir e assim você se sentirá melhor. Você pode ir mais tarde.

Então os dois homens se sentaram, e comeram, e beberam juntos. Aí o pai da moça disse:

— Por favor, fique mais uma noite e divirta-se.

O homem se levantou para sair, mas o pai da moça insistiu muito que ele ficasse. E assim o levita passou outra noite ali. No quinto dia, bem cedo, ele se levantou para ir, mas o pai da moça pediu:

— Por favor, coma alguma coisa. Espere até mais tarde.

E os dois homens comeram juntos.

Quando o homem, a moça e o empregado iam saindo, o pai disse:

— Olhe! Agora já é quase noite. É melhor você ficar para passar a noite aqui. Logo vai ficar escuro. Fique aqui e divirta-se. Amanhã você poderá se levantar cedo e viajar de volta para casa.

10-11 Mas o levita não quis passar lá mais outra noite e partiu de viagem com a sua concubina, levando dois jumentos arreados. Já era quase noite quando chegaram perto da cidade de Jebus, isto é, Jerusalém. Então o empregado disse ao patrão:

— Por que não paramos e passamos a noite nesta cidade dos jebuseus?

12 Mas o patrão respondeu:

— Não vamos parar numa cidade onde o povo não é israelita. Vamos continuar até Gibeá. 13 É melhor a gente andar mais um pouco e passar a noite em Gibeá ou Ramá.

14 Então passaram pela cidade de Jebus e continuaram a viagem. O sol já se havia escondido quando eles chegaram a Gibeá, cidade da tribo de Benjamim. 15 Aí saíram da estrada para passar a noite na cidade. O levita chegou e se sentou na praça. Mas ninguém o convidou para dormir na sua casa.

16 E aconteceu que passou por ali um velho que estava voltando do seu trabalho na roça. Ele era da região montanhosa de Efraim, mas estava morando em Gibeá. O povo dali era da tribo de Benjamim. 17 O velho viu o viajante na praça e perguntou:

— De onde você é? Para onde vai?

18 O levita respondeu:

— Eu estou viajando de Belém de Judá para bem longe, para a região montanhosa de Efraim, onde moro. Fui a Belém e agora estou voltando para casa, mas ninguém me ofereceu hospedagem para esta noite. 19 Nós temos alimento e palha para os jumentos, e pão e vinho para mim, para a minha concubina e para o meu empregado. Temos tudo o que precisamos.

20 O velho disse:

— Venham comigo; vocês serão bem-recebidos na minha casa. Eu cuidarei de vocês. Por favor, não passem a noite na praça.

21 Então ele os levou para a sua casa e deu de comer aos jumentos. Os seus hóspedes lavaram os pés, comeram e beberam.

22 Enquanto eles conversavam alegremente, alguns homens imorais daquela cidade cercaram a casa e começaram a bater na porta. E disseram ao velho:

— Traga para fora o homem que está na sua casa! Nós queremos ter relações com ele.

23 Aí o velho saiu e disse:

— Não, meus amigos! Por favor, não façam essa coisa tão má e tão imoral! Este homem é meu hóspede. 24 Olhem! Estão aqui a minha filha virgem e a concubina dele. Eu vou pôr as duas para fora, e vocês poderão fazer com elas o que quiserem. Mas não façam essa coisa horrível com este homem!

25 Mas eles não quiseram ouvi-lo. Então o levita pegou a sua concubina, a pôs para fora e a entregou a eles. E eles a forçaram, e abusaram dela a noite toda, e só a deixaram de manhã.

26 Ao amanhecer a mulher veio e caiu na frente da casa onde o seu marido estava. E ficou ali até clarear o dia. 27 De manhã o marido se levantou para continuar a viagem. Quando abriu a porta, achou a sua concubina caída em frente da casa, com as mãos na soleira da porta. 28 Aí lhe disse:

— Levante-se! Vamos embora!

Porém não teve resposta. Então pôs o corpo dela atravessado sobre o jumento e seguiu viagem para casa. 29 Quando chegou lá, entrou, pegou uma faca e cortou o corpo da concubina em doze pedaços. Depois mandou um pedaço para cada uma das doze tribos de Israel. 30 E todos os que viam isso diziam:

— Nunca vimos uma coisa assim! Nunca houve uma coisa igual a essa, desde o tempo em que os israelitas saíram do Egito! Pensem! O que vamos fazer agora?

Planos para castigar os moradores de Gibeá

20 Por causa disso todo o povo de Israel, desde Dã, no Norte, até Berseba, no Sul, e Gileade, no Leste, se reuniu em Mispa. Eles se reuniram na presença de Deus, o Senhor, como se fossem uma só pessoa. Os chefes de todas as tribos de Israel estavam presentes nessa reunião do povo de Deus. Havia quatrocentos mil homens a pé, treinados para a guerra. E o povo de Benjamim soube que todos os outros israelitas haviam subido até Mispa e que eles queriam saber como aquele crime havia sido cometido.

Então o levita, marido da mulher assassinada, explicou:

— Cheguei com a minha concubina a Gibeá, no território da tribo de Benjamim, para passar a noite. Os homens de Gibeá vieram de noite e cercaram a casa. Eles queriam me matar. Em vez disso abusaram da minha concubina, e ela morreu. Então eu peguei o corpo dela, cortei em pedaços e mandei um pedaço para cada uma das doze tribos de Israel. Aquela gente cometeu um crime horrível no meio do nosso povo. Todos vocês que estão aqui são israelitas. Vamos resolver agora o que fazer.

Todo o povo de Israel se levantou ao mesmo tempo e disse:

— Nenhum de nós, nem os que moram em casas, nem os que moram em barracas, voltará para casa. Vamos escolher alguns homens para atacar Gibeá. 10 A décima parte dos homens de Israel vai arranjar comida para os que vão lutar. Os outros vão castigar os moradores de Gibeá pelo crime horrível que cometeram em Israel.

11 Então todo o povo de Israel se reuniu como se fosse uma só pessoa para atacar a cidade de Gibeá. 12 As tribos israelitas mandaram que mensageiros fossem por toda a tribo de Benjamim e dissessem:

— Que crime horrível vocês cometeram! 13 Exigimos que vocês nos entreguem agora esses homens imorais para que nós os matemos. Assim tiraremos esse mal do meio do povo de Israel.

Mas o povo de Benjamim não deu atenção aos outros israelitas. 14 Eles saíram de todas as suas cidades e foram para Gibeá a fim de lutar contra o resto do povo de Israel. 15 Naquele dia eles convocaram das suas cidades vinte e seis mil soldados. Depois os moradores de Gibeá reuniram mais setecentos homens especialmente escolhidos, 16 que eram canhotos. Qualquer um deles podia atirar com funda uma pedra num fio de cabelo, sem nunca errar. 17 E os outros israelitas que iam lutar contra a tribo de Benjamim reuniram quatrocentos mil soldados treinados.

A guerra contra a tribo de Benjamim

18 Os israelitas foram ao lugar de adoração, em Betel, e ali perguntaram a Deus:

— Qual das nossas tribos atacará primeiro a tribo de Benjamim?

E o Senhor respondeu:

— A tribo de Judá.

19 Na manhã seguinte os israelitas subiram e acamparam perto da cidade de Gibeá. 20 Saíram para combater contra a tribo de Benjamim e puseram os soldados em posição de ataque, de frente para a cidade. 21 Então o exército de Benjamim saiu da cidade. E, antes de terminar o dia, eles mataram vinte e dois mil soldados israelitas. 22-23 Aí o povo de Israel foi para o lugar de adoração e, na presença do Senhor, chorou até a tarde. E eles perguntaram ao Senhor:

— Devemos ir combater outra vez os nossos irmãos da tribo de Benjamim?

E Deus respondeu:

— Sim.

Então o exército israelita se animou de novo. E eles puseram os seus soldados em posição de combate novamente, no mesmo lugar em que haviam lutado no dia anterior.