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Cântico didático de Asafe.

78 Meu povo, presta atenção ao meu ensino;
abre os ouvidos às palavras da minha boca.
Falarei por parábolas;
explicarei mistérios desde a antiguidade.
Os problemas que os nossos pais enfrentaram
e que servem para nos ensinar a nós;
coisas que ouvimos e sabemos,
que os nossos pais nos contaram.
Também não deixaremos de contar
e de mostrar às gerações futuras
as coisas pelas quais o Senhor deve ser louvado,
o seu poder e todos os seus milagres.
Deus deu o seu testemunho a Jacob,
e estabeleceu a sua Lei em Israel;
mandou que os nossos pais
os dessem a conhecer aos seus filhos.
Para que as gerações futuras os conhecessem;
foi assim que passaram de geração em geração.
Pois era necessário que confiassem em Deus;
não esquecessem as suas obras maravilhosas
e sempre guardassem os seus mandamentos.
Que não fossem como os seus antepassados,
gente teimosa e rebelde,
que não soube entregar o seu coração a Deus
nem submeter-lhe fielmente o seu espírito.

O povo de Efraim, completamente armado,
virou as costas à batalha, tomado de medo.
10 Não se manteve fiel à aliança de Deus
e recusou andar na sua Lei.
11 Esqueceu-se das obras
e dos milagres que fizera na sua frente.
12 E também na frente dos seus pais,
lá no Egito e em Zoã.
13 Dividiu o mar em dois e fê-los passar;
fez com que as águas se amontoassem e atravessaram.
14 De dia guiava-os com uma nuvem branca
e de noite com um clarão de fogo.
15 Fez as rochas abrirem-se para lhes dar água
que correu com a abundância de um rio.
16 Fez com que fontes saíssem das rochas,
donde brotaram caudais de água.

17 Mesmo assim, continuaram a pecar;
não tiveram medo de, ali no deserto,
desafiar o Altíssimo.
18 Queixaram-se, exigindo que Deus lhes desse outra comida,
pois apetecia-lhes carne.
19 Revoltavam-se, dizendo: “Será Deus capaz
de servir-nos à mesa no deserto?
20 É verdade que ele bateu na rocha e dela saiu água;
tanta que formava um rio!
Mas poderá ele dar-nos também pão,
e preparar carne verdadeira para o seu povo?”
21 Ouvindo isto, acendeu-se a ira do Senhor,
que lançou fogo
contra Jacob e também se indignou contra Israel.
22 Pois não creram em Deus,
nem na sua capacidade para os salvar.
23 Isto apesar do Senhor já ter ordenado
que se abrissem as janelas do céu.
24 Fez chover sobre eles o maná,
que era o pão do céu, para se alimentarem.
25 Assim puderam comer a comida dos anjos,
tanta quanto quiseram, até fartar!
26 Contudo, Deus fez que soprasse com força
um vento de oriente e também do sul.
27 Este trouxe sobre eles bandos de aves
que mais pareciam nuvens de pó ou de areia,
como quando se levanta o vento na praia.
28 As aves vieram parar-lhes mesmo às mãos,
ali onde estavam, no meio das suas tendas.
29 E o povo comeu até se fartar;
tiveram o que desejavam.
30 Contudo, mal tinham satisfeito o seu apetite,
ainda tinham aquela comida na boca.
31 A ira de Deus caiu sobre eles
e matou os mais fortes, a elite de Israel!

32 Pois nem mesmo assim deixaram de pecar;
continuaram sem acreditar,
sem ligar aos milagres do Senhor.
33 Por isso, reduziu as suas vidas a dias sem sentido,
a anos cheios de angústia.
34 Sempre que Deus os deixava sentir o terror da morte,
voltavam-se para ele e buscavam-no com ansiedade.
35 Lembravam-se que Deus era como um rochedo firme
e que o Deus altíssimo era o seu Redentor.
36 No entanto, o culto que lhe prestavam era só de boca;
no fundo mentiam-lhe!
37 Os seus corações não eram retos para com Deus;
não foram fiéis à sua aliança.
38 Mas Deus, que é extremamente misericordioso,
perdoou-lhes a sua maldade e não os destruiu;
frequentemente suspendeu o rigor da sua justiça e indignação.
39 Porque se lembrava que eram meros humanos;
mortais que desaparecem num momento,
como um vento que sopra e não volta.

40 Oh! Quantas vezes ofenderam a Deus no deserto
e na solidão o provocaram!
41 Quantas vezes puseram Deus à prova;
irritaram constantemente o Santo de Israel.
42 Esqueceram-se da força que tem a sua mão;
de tudo o que já tinha feito para livrá-los dos adversários.
43 Esqueceram-se dos milagres que fez no Egito,
e das maravilhas que fez acontecer nos campos de Zoã.
44 Como transformou em sangue as águas dos rios,
de modo que ninguém podia matar a sede.
45 Como mandou grandes enxames de moscas,
que cobriram a terra,
e também rãs que encheram todo o Egito!
46 As lagartas comeram-lhes as plantas
e os gafanhotos levaram o produto de todo o seu trabalho.
47 Destruiu-lhes as vinhas e as figueiras bravas com a saraiva.
48 Também o gado foi morto pelo granizo
e os rebanhos desvastados pelos raios.
49 Soltou sobre eles a intensidade
de toda a sua severidade e indignação;
mandou-lhes angústias.
50 Deu livre curso à sua cólera, não lhes poupou a vida;
deixou-os entregues às doenças e às pestes.
51 Tirou a vida ao filho mais velho das famílias egípcias,
aqueles que constituíam os descendentes de Cam.
52 Contudo, conduziu o seu povo através do deserto,
como um pastor que leva o rebanho.
53 Guiou-os com segurança,
para não terem de recear coisa alguma;
aos adversários do seu povo, porém, o mar os cobriu.
54 Conduziu-os até à entrada daquela terra santa,
que lhes tinha destinado;
até ao monte que, com o seu poder, lhes tinha reservado.
55 Expulsou as nações que ocupavam essa terra
e repartiu-a por cada uma das tribos de Israel.

56 Contudo, continuaram a revoltar-se,
e puseram à prova o Deus altíssimo;
recusaram obedecer aos seus mandamentos.
57 Desviaram-se de Deus e foram-lhe infiéis
e foram desobedientes como os seus pais;
portaram-se como um arco cuja flecha se vira contra o atirador.
58 Fizeram suscitar a cólera de Deus,
levantando altares a outros deuses
e fazendo imagens para adorarem.
59 Ao ouvir isto Deus ficou altamente indignado
e rejeitou Israel.
60 Por isso, abandonou a sua morada em Silo,
onde habitara no meio dos homens.
61 Permitiu que a sua arca,
que representava a sua força e esplendor, fosse capturada pelo inimigo.
62 Deixou que o seu povo fosse chacinado,
porque estava intensamente irado.
63 Os seus jovens foram mortos pelo fogo
e as raparigas calaram as canções de noivado,
antes de atingirem a idade do casamento.
64 Os sacerdotes foram assassinados
e as suas viúvas não puderam chorá-los.

65 Até que o Senhor se levantou,
como se despertasse dum sono,
ou como um guerreiro que recobra os sentidos,
depois de uma noite de festa.
66 Dispersou os seus inimigos,
que se puseram em fuga,
entregues a um desprezo permanente.
67 Depois o Senhor entendeu por bem
não considerar a família de José, a tribo de Efraim.
68 Em seu lugar escolheu a tribo de Judá
e o monte Sião que ele amava.
69 Ali construiu um célebre templo,
como a Terra que estabeleceu para sempre.
70 Também escolheu David para o servir,
quando este era pastor de ovelhas.
71 David deixou as ovelhas e os cordeirinhos,
para ser o pastor de Jacob, o povo de Deus,
e de Israel, a sua propriedade.
72 Ele conduziu esse rebanho do Senhor,
com integridade de coração e mãos hábeis.

Salmo de Asafe.

79 Ó Deus, a tua terra foi ocupada por nações pagãs.
Profanaram o teu santo templo;
reduziram-no a um montão de ruínas.
Deram os cadáveres dos teus servos
por alimento às aves e aos animais da terra.
O seu sangue correu por Jerusalém, como se fosse água,
e nem sequer houve alguém para os enterrar.
Tornámo-nos alvo da zombaria dos nossos vizinhos.

Até quando, Senhor, ficarás zangado connosco?
Continuará para sempre acesa a tua indignação?
Deixa cair a tua cólera sobre as nações pecadoras,
que não te conhecem,
e sobre os povos que não querem invocar o teu nome,
mas não sobre nós.
Porque eles destruíram Jacob, o teu povo,
e invadiram as suas moradas.

Não te lembres dos nossos pecados passados.
Que a tua profunda compaixão venha depressa
ao encontro das nossas necessidades,
pois estamos muito abatidos.
Ajuda-nos, ó Deus, nosso Salvador!
Ajuda-nos pela honra do teu nome!
Livra-nos e perdoa os nossos pecados,
por amor do teu nome!
10 Porque hão de dizer os povos estrangeiros:
“Onde está o Deus deles?”

Senhor, vinga publicamente o extermínio do teu povo.
11 Ouve o suspiro dos presos e dos condenados à morte,
segundo a grandeza do teu poder.
12 Vinga-te sete vezes das nações vizinhas
que te injuriaram e ofenderam, Senhor.
13 E assim nós, o teu povo, as tuas ovelhas,
te louvaremos para sempre, de geração em geração.

Salmo de Asafe. Segundo a melodia “Os lírios”. Para o diretor do coro.

80 Ó Pastor de Israel,
inclina os teus ouvidos à minha súplica,
tu que guias o teu povo como um rebanho,
tu que habitas entre os querubins,
mostra o teu poder, faz brilhar a tua glória.
Revela todo o poder que tens para salvar
diante de todos os que são teus,
diante de Efraim, de Benjamim e de Manassés.

Faz-nos voltar de novo para ti, ó Deus!
Faz resplandecer a tua face sobre nós e seremos salvos!

Ó Senhor, Deus dos exércitos,
continuarás indignado, rejeitando a oração do teu povo?
Tens-nos sustentado com abundância de tristeza e lágrimas.
Transformaste-nos num objeto de desprezo para os nossos vizinhos;
os nossos inimigos riem de nós, entre si.

Faz-nos voltar de novo para ti, ó Deus dos exércitos!
Faz resplandecer a tua face sobre nós e seremos salvos!

Trouxeste-nos do Egito
como se fôssemos uma delicada planta de videira;
tiraste da terra os povos pagãos para nos plantares.
Limpaste o terreno e preparaste o solo;
criámos raízes e enchemos a terra.
10 Os montes cobriram-se com a sombra das nossas habitações;
a nossa força cresceu como ramos de cedros gigantes.
11 Estendemo-nos desde o grande rio;
do Eufrates até ao mar.

12 Porque deixastes que os nossos muros fossem derrubados?
Toda a gente que passa pelos nossos campos tira o que quer.
13 O javali e todos os animais selvagens
nos devoram e nos devastam.
14 Ó Deus dos exércitos, volta-te para nós!
Olha dos céus, vê a nossa aflição e visita esta vinha.
15 Sim, protege esta videira que tu próprio plantaste,
que regaste e criaste.

16 Fomos queimados e cortados pelos nossos inimigos.
Que eles pereçam pela tua desaprovação!
17 Seja a tua mão sobre o homem da tua destra,
sobre o filho do homem que fortaleceste para ti!
18 E nunca mais te abandonaremos;
Guarda a nossa vida e invocaremos o teu nome.

19 Ó Senhor, Deus dos exércitos,
faz resplandecer a tua face sobre nós e seremos salvos!

Salmo de Asafe. Segundo a melodia Gittit[a]. Para o diretor do coro.

81 Cantem para Deus com toda a alegria!
Ele é quem nos dá a força.
Cantem louvores ao Deus de Jacob!
Cantem com acompanhamento de instrumentos;
com tambores, com a harpa suave e com a lira.

Toquem a trombeta!
Venham participar nas festas da lua nova e da lua cheia,
que é a nossa grande festa[b]!
Porque tudo isto foi ordenado por Deus,
foi mandado pelo Deus de Jacob.
Para lembrança, entre os descendentes de José,
do tempo em que saíram do Egito.

Ali ouvimos uma voz desconhecida, que disse:

“Tirarei dos seus ombros aquele fardo;
as suas mãos ficarão livres de tarefas pesadas.
Clamaste na tua angústia e eu te livrei;
respondi-te, do lugar oculto dos trovões.
Provei a tua fé em Meribá,
quando te queixaste de falta de água. (Pausa)
Ouve, povo meu, o meu solene aviso.
Ah! Israel, se tu me ouvisses!
Eu tinha-te dito:
‘Nunca adorarás outros deuses;
não prestarás culto a ídolos.
10 Pois eu sou o Senhor teu Deus que te tirou do Egito.
Experimenta abrir a tua boca
e verás como te encherei das minhas bênçãos.’

11 Mas o meu povo não quis ouvir-me;
Israel rejeitou-me.
12 Por isso, os deixarei entregues a si mesmos
e aos desejos dos seus corações.

13 Ah! Se o meu povo me tivesse escutado,
e tivesse aceitado andar nos meus caminhos!
14 Como teria rapidamente subjugado os seus inimigos!
Como me teria oposto aos seus adversários!
15 Os que desprezam o Senhor ter-se-iam sujeitado;
teriam sido vencidos para sempre.
16 Eu teria sustentado Israel com o trigo mais fino;
tê-lo-ia satisfeito com o delicioso mel que escorre da rocha.”

Salmo de Asafe.

82 Deus levantou-se na assembleia celeste.
Ele julga os juízes:

“Até quando continuarão a julgar sem justiça
e a considerar as pessoas segundo as aparências? (Pausa)
Saiam em defesa dos órfãos e dos pobres;
em favor dos aflitos e necessitados.
Livrem os miseráveis e os infelizes
das mãos dos homens perversos que os oprimem.

Eles não sabem nada da justiça divina;
nada percebem e andam como cegos.
Os fundamentos da sociedade estão abalados.

Eu tenho-vos dito que vocês são deuses,
que são filhos do Deus altíssimo.
Mas perante a morte vocês são simples humanos;
hão de morrer um dia,
como os grandes da sociedade.”

Levanta-te, ó Deus, e julga a Terra,
pois todos os povos te pertencem!

Footnotes

  1. 81.0 Melodia Gittit. Também conhecida como melodia tocada por uma lira específica ou Os Lagares.
  2. 81.3 Festa das Tendas ou Festa dos Tabernáculos.

A salvação que Deus concedeu a Israel. A rebelião contra ele. Deus escolheu Judá e Davi para pastorear Israel

Masquil de Asafe

78 Escutai a minha lei, povo meu; inclinai os ouvidos às palavras da minha boca. Abrirei a boca numa parábola; proporei enigmas da antiguidade, os quais temos ouvido e sabido, e nossos pais no-los têm contado. Não os encobriremos aos seus filhos, mostrando à geração futura os louvores do Senhor, assim como a sua força e as maravilhas que fez.

Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e pôs uma lei em Israel, e ordenou aos nossos pais que a fizessem conhecer a seus filhos, para que a geração vindoura a soubesse, e os filhos que nascessem se levantassem e a contassem a seus filhos; para que pusessem em Deus a sua esperança e se não esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos e não fossem como seus pais, geração contumaz e rebelde, geração que não regeu o seu coração, e cujo espírito não foi fiel para com Deus.

Os filhos de Efraim, armados e trazendo arcos, retrocederam no dia da peleja. 10 Não guardaram o concerto de Deus e recusaram andar na sua lei. 11 E esqueceram-se das suas obras e das maravilhas que lhes fizera ver, 12 maravilhas que ele fez à vista de seus pais na terra do Egito, no campo de Zoã. 13 Dividiu o mar, e os fez passar por ele; fez com que as águas parassem como num montão. 14 De dia os guiou com uma nuvem, e toda a noite, com um clarão de fogo. 15 Fendeu as penhas no deserto e deu-lhes de beber como de grandes abismos. 16 Fez sair fontes da rocha e fez correr as águas como rios.

17 E ainda prosseguiram em pecar contra ele, provocando ao Altíssimo na solidão. 18 E tentaram a Deus no seu coração, pedindo carne para satisfazerem o seu apetite. 19 E falaram contra Deus e disseram: Poderá Deus, porventura, preparar-nos uma mesa no deserto? 20 Eis que feriu a penha, e águas correram dela; rebentaram ribeiros em abundância; poderá também dar-nos pão ou preparar carne para o seu povo?

21 Pelo que o Senhor os ouviu e se indignou; e acendeu um fogo contra Jacó, e furor também subiu contra Israel, 22 porquanto não creram em Deus, nem confiaram na sua salvação, 23 posto que tivesse mandado às altas nuvens, e tivesse aberto as portas dos céus, 24 e fizesse chover sobre eles o maná para comerem, e lhes tivesse dado do trigo do céu. 25 Cada um comeu o pão dos poderosos; ele lhes mandou comida com abundância. 26 Fez soprar o vento do Oriente nos céus e trouxe o Sul com a sua força. 27 E choveu sobre eles carne como pó, e aves de asas como a areia do mar. 28 E as fez cair no meio do seu arraial, ao redor de suas habitações. 29 Então, comeram e se fartaram bem; pois lhes satisfez o desejo. 30 Não refrearam o seu apetite. Ainda lhes estava a comida na boca, 31 quando a ira de Deus desceu sobre eles, e matou os mais fortes deles, e feriu os escolhidos de Israel.

32 Com tudo isto, ainda pecaram e não deram crédito às suas maravilhas. 33 Pelo que consumiu os seus dias na vaidade e os seus anos, na angústia. 34 Pondo-os ele à morte, então, o procuravam; e voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. 35 E lembravam-se de que Deus era a sua rocha, e o Deus Altíssimo, o seu Redentor. 36 Todavia, lisonjeavam-no com a boca e com a língua lhe mentiam. 37 Porque o seu coração não era reto para com ele, nem foram fiéis ao seu concerto. 38 Mas ele, que é misericordioso, perdoou a sua iniquidade e não os destruiu; antes, muitas vezes desviou deles a sua cólera e não deixou despertar toda a sua ira, 39 porque se lembrou de que eram carne, um vento que passa e não volta.

40 Quantas vezes o provocaram no deserto e o ofenderam na solidão! 41 Voltaram atrás, e tentaram a Deus, e duvidaram do Santo de Israel. 42 Não se lembraram do poder da sua mão, nem do dia em que os livrou do adversário; 43 como operou os seus sinais no Egito e as suas maravilhas no campo de Zoã; 44 e converteu em sangue os seus rios e as suas correntes, para que não pudessem beber. 45 E lhes mandou enxames de moscas que os consumiram, e rãs que os destruíram. 46 Deu, também, ao pulgão a sua novidade, e o seu trabalho, aos gafanhotos. 47 Destruiu as suas vinhas com saraiva, e os seus sicômoros, com pedrisco. 48 Também entregou o seu gado à saraiva, e aos coriscos, os seus rebanhos. 49 E atirou para o meio deles, quais mensageiros de males, o ardor da sua ira: furor, indignação e angústia. 50 Abriu caminho à sua ira; não poupou a alma deles à morte, nem a vida deles à pestilência. 51 E feriu todo primogênito no Egito, primícias da sua força nas tendas de Cam, 52 mas fez com que o seu povo saísse como ovelhas e os guiou pelo deserto, como a um rebanho. 53 E os guiou com segurança, e não temeram; mas o mar cobriu os seus inimigos.

54 E conduziu-os até ao limite do seu santuário, até este monte que a sua destra adquiriu, 55 e expulsou as nações de diante deles, e, dividindo suas terras, lhas deu por herança, e fez habitar em suas tendas as tribos de Israel.

56 Contudo, tentaram, e provocaram o Deus Altíssimo, e não guardaram os seus testemunhos. 57 Mas tornaram atrás e portaram-se aleivosamente como seus pais; viraram-se como um arco traiçoeiro, 58 pois lhe provocaram a ira com os seus altos e despertaram-lhe o zelo com as suas imagens de escultura. 59 Deus ouviu isto e se indignou; e sobremodo aborreceu a Israel, 60 pelo que desamparou o tabernáculo em Siló, a tenda que estabelecera como sua morada entre os homens, 61 e deu a sua força ao cativeiro, e a sua glória, à mão do inimigo, 62 e entregou o seu povo à espada, e encolerizou-se contra a sua herança. 63 Aos seus jovens, consumiu-os o fogo, e as suas donzelas não tiveram festa nupcial. 64 Os seus sacerdotes caíram à espada, e suas viúvas não se lamentaram.

65 Então, o Senhor despertou como de um sono, como um valente que o vinho excitasse. 66 E feriu os seus adversários, que fugiram, e os pôs em perpétuo desprezo. 67 Além disto, rejeitou a tenda de José e não elegeu a tribo de Efraim. 68 Antes, elegeu a tribo de Judá, o monte Sião, que ele amava. 69 E edificou o seu santuário como aos lugares elevados, como a terra que fundou para sempre. 70 Também elegeu a Davi, seu servo, e o tirou dos apriscos das ovelhas. 71 De após as ovelhas pejadas o trouxe, para apascentar a Jacó, seu povo, e a Israel, sua herança. 72 Assim, os apascentou, segundo a integridade do seu coração, e os guiou com a perícia de suas mãos.

A assolação de Jerusalém. Oração por socorro

Salmo de Asafe

79 Ó Deus, as nações entraram na tua herança; contaminaram o teu santo templo; reduziram Jerusalém a montões de pedras. Deram os cadáveres dos teus servos por comida às aves dos céus e a carne dos teus santos, às alimárias da terra. Derramaram o sangue deles como água ao redor de Jerusalém, e não houve quem os sepultasse. Estamos feitos o opróbrio dos nossos vizinhos, o escárnio e a zombaria dos que estão à roda de nós.

Até quando, Senhor? Indignar-te-ás para sempre? Arderá o teu zelo como fogo? Derrama o teu furor sobre nações que te não conhecem e sobre os reinos que não invocam o teu nome. Porque devoraram a Jacó e assolaram as suas moradas.

Não te lembres das nossas iniquidades passadas; apressa-te e antecipem-se-nos as tuas misericórdias, pois estamos muito abatidos. Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome; e livra-nos e perdoa os nossos pecados, por amor do teu nome. 10 Por que diriam os gentios: Onde está o seu Deus? Torne-se manifesta entre as nações, à nossa vista, a vingança do sangue derramado dos teus servos.

11 Chegue à tua presença o gemido dos presos; segundo a grandeza do teu braço, preserva aqueles que estão sentenciados à morte. 12 E aos nossos vizinhos, deita-lhes no regaço, setuplicadamente, a sua injúria com que te injuriaram, Senhor. 13 Assim, nós, teu povo e ovelhas de teu pasto, te louvaremos eternamente; de geração em geração cantaremos os teus louvores.

O salmista suplica a Deus que livre a sua vinha dos que a destroem

Para o cantor-mor, sobre Sosanim Edute. Salmo de Asafe

80 Ó pastor de Israel, dá ouvidos; tu, que guias a José como a um rebanho, que te assentas entre os querubins, resplandece. Perante Efraim, Benjamim e Manassés, desperta o teu poder e vem salvar-nos. Faze-nos voltar, ó Deus; faze resplandecer o teu rosto, e seremos salvos.

Ó Senhor, Deus dos Exércitos, até quando te indignarás contra a oração do teu povo? Tu os sustentas com pão de lágrimas e lhes dás a beber lágrimas em abundância. Tu nos pões por objeto de contenção entre os nossos vizinhos; e os nossos inimigos zombam de nós entre si. Faze-nos voltar, ó Deus dos Exércitos; faze resplandecer o teu rosto, e seremos salvos.

Trouxeste uma vinha do Egito; lançaste fora as nações e a plantaste. Preparaste-lhe lugar, e fizeste com que ela aprofundasse raízes; e, assim, encheu a terra. 10 Os montes cobriram-se com a sua sombra, e como os cedros de Deus se tornaram os seus ramos. 11 Ela estendeu a sua ramagem até ao mar, e os seus ramos, até ao rio. 12 Por que quebraste, então, os seus valados, de modo que todos os que passam por ela a vindimam? 13 O javali da selva a devasta, e as feras do campo a devoram.

14 Oh! Deus dos Exércitos, volta-te, nós te rogamos, atende dos céus, e vê, e visita esta vinha, 15 e a videira que a tua destra plantou, e o sarmento que fortificaste para ti! 16 Está queimada pelo fogo, está cortada; pereceu pela repreensão da tua face. 17 Seja a tua mão sobre o varão da tua destra, sobre o filho do homem, que fortificaste para ti. 18 Deste modo, não nos iremos de após ti; guarda-nos em vida, e invocaremos o teu nome. 19 Faze-nos voltar, Senhor, Deus dos Exércitos; faze resplandecer o teu rosto, e seremos salvos.

Deus repreende a Israel pela sua ingratidão e rebelião

Salmo de Asafe para o cantor-mor, sobre Gitite

81 Cantai alegremente a Deus, nossa fortaleza; celebrai o Deus de Jacó. Tomai o saltério e trazei o adufe, a harpa suave e o alaúde. Tocai a trombeta na Festa da Lua Nova, no tempo marcado para a nossa solenidade. Porque isto é um estatuto para Israel, e uma ordenança do Deus de Jacó. Ordenou-o em José por testemunho, quando saíra contra a terra do Egito, onde ouvi uma língua que não entendia. Tirei de seus ombros a carga; as suas mãos ficaram livres dos cestos. Clamaste na angústia, e te livrei; respondi-te do lugar oculto dos trovões; provei-te nas águas de Meribá. (Selá)

Ouve-me, povo meu, e eu te admoestarei. Ah! Israel, se me ouvisses! Não haverá entre ti deus alheio, nem te prostrarás ante um deus estranho. 10 Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito; abre bem a tua boca, e ta encherei.

11 Mas o meu povo não quis ouvir a minha voz, e Israel não me quis.

12 Pelo que eu os entreguei aos desejos do seu coração, e andaram segundo os seus próprios conselhos. 13 Ah! Se o meu povo me tivesse ouvido! Se Israel andasse nos meus caminhos! 14 Em breve eu abateria os seus inimigos e voltaria a minha mão contra os seus adversários. 15 Os que aborrecem ao Senhor ter-se-lhe-iam sujeitado, e o tempo dele seria eterno. 16 E eu o sustentaria com o trigo mais fino e o saciaria com o mel saído da rocha.

O salmista repreende os juízes por causa da sua injustiça

Salmo de Asafe

82 Deus está na congregação dos poderosos; julga no meio dos deuses. Até quando julgareis injustamente e respeitareis a aparência da pessoa dos ímpios? (Selá) Defendei o pobre e o órfão; fazei justiça ao aflito e necessitado. Livrai o pobre e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios.

Eles nada sabem, nem entendem; andam em trevas; todos os fundamentos da terra vacilam.

Eu disse: Vós sois deuses, e vós outros sois todos filhos do Altíssimo. Todavia, como homens morrereis e caireis como qualquer dos príncipes.

Levanta-te, ó Deus, julga a terra, pois te pertencem todas as nações!

Deus e o seu povo

Poema de Asafe.

Escute, meu povo, o meu ensino,
    preste atenção ao que eu lhe digo.
Vou lhe contar uma história,
    falar de provérbios antigos.
Coisas que ouvimos e aprendemos
    e que os nossos pais nos ensinaram.
Não esconderemos essas coisas dos nossos filhos;
    iremos passá-las às gerações seguintes.
Louvaremos sempre ao SENHOR
    e falaremos do seu poder e das maravilhas que ele fez.

Ele fez uma aliança com Jacó,
    e deu os seus mandamentos ao povo de Israel.
E ordenou aos nossos antepassados
    que os ensinassem aos seus filhos.
Os seus filhos ficariam conhecendo-os
    e, por sua vez, eles os ensinariam aos filhos deles
    que ainda não tinham nascido.
Assim eles porão a sua confiança em Deus;
    nunca esquecerão o que ele fez
    e serão obedientes aos seus mandamentos.
Eles não se revoltarão contra Deus
    como fizeram os seus antepassados,
que não obedeceram a Deus
    e foram rebeldes e teimosos.

Os homens da tribo de Efraim armados com arcos e flechas
    fugiram no dia da batalha.
10 Eles não foram fiéis à aliança que fizeram com Deus,
    recusaram-se a obedecer aos seus ensinos.
11 Esqueceram-se do que Deus tinha feito por eles,
    das maravilhas que ele tinha lhes mostrado.
12 Eles esqueceram os milagres que Deus tinha feito à vista dos seus antepassados
    na terra do Egito, na região de Zoã.
13 Deus dividiu o mar e ajudou o povo a atravessá-lo,
    contendo as águas como se fosse uma barragem.
14 Todos os dias Deus os guiava com uma nuvem,
    e todas as noites os conduzia pela luz do fogo.
15 Ele partiu as rochas no deserto
    e lhes deu água para beber das profundezas da terra.
16 Deus fez a água sair da rocha
    e correr como um rio.

17 Mesmo assim os nossos antepassados continuaram pecando contra Deus;
    se revoltaram contra o Altíssimo no deserto.
18 Decidiram pôr Deus à prova,
    pedindo-lhe a comida que queriam.
19 Duvidaram dele, dizendo:
    “Alguma vez será Deus capaz de nos dar comida no deserto?
20 Sabemos que ele bateu na rocha
    e fez sair dela rios de água,
    mas vamos ver se ele também nos pode dar pão e carne”.
21 O SENHOR ouviu o que eles disseram
    e ficou furioso com o povo de Jacó,
    ficou irritado contra Israel,
22 porque eles não confiaram em Deus,
    nem creram que ele podia salvá-los.
23 Apesar disso, ele deu ordens às nuvens,
    abriu as portas dos céus
24 e fez chover maná para o povo comer;
    deu-lhes o pão do céu.
25 As pessoas comeram o pão dos anjos.
    Deus enviou-lhes comida em abundância.
26 Depois Deus enviou do céu o vento leste
    e pelo seu poder fez soprar o vento sul.
27 Fez chover carne sobre eles,
    fez cair tantas aves como a areia do mar.
28 Deus fê-las cair no meio do acampamento,
    em volta das tendas.
29 Eles comeram até ficarem mais do que satisfeitos,
    e assim Deus fez o que eles desejavam.
30 Mas quando ainda não tinham se fartado,
    quando ainda tinham a comida na boca,
31 Deus mostrou a sua ira matando os mais fortes,
    os jovens de Israel.

32 Mesmo depois desses milagres, eles ainda continuaram pecando
    e não acreditando que Deus podia fazer maravilhas.
33 Por isso Deus destruiu as suas vidas
    como um sopro e como um terror repentino.
34 Mas sempre que Deus matava alguns,
    os outros corriam para ele,
    se convertiam e regressavam para Deus.
35 Se lembravam, então, que Deus era quem os protegia,
    que o Deus Altíssimo era quem os resgatava.
36 Tentavam enganar a Deus com os seus louvores,
    tudo o que saía da boca deles era falso.
37 O coração deles não era sincero,
    nem eram fiéis à sua aliança.
38 Mas Deus tinha misericórdia deles,
    perdoava-lhes os seus pecados e não os destruía.
Muitas vezes conteve a sua ira
    para não destruí-los.
39 Deus se lembrava de que eles eram mortais,
    um vento que passa e não volta mais.

40 Quantas vezes eles se revoltaram contra Deus!
    Quantas vezes Deus ficou triste por causa deles!
41 Muitas vezes puseram à prova a sua paciência,
    afligiram o Santo de Israel.
42 Eles se esqueceram do seu poder,
    das vezes que ele os salvou do perigo.
43 Eles se esqueceram dos sinais poderosos que Deus fez no Egito,
    e dos milagres na região de Zoã.
44 Deus transformou os rios em sangue,
    e os egípcios não puderam beber dessa água;
45 mandou milhares de moscas para atormentá-los,
    e rãs para arruiná-los;
46 enviou insetos para arruinarem as plantações,
    e gafanhotos para comer as colheitas;
47 destruiu as vinhas com granizo
    e as figueiras com pedaços de gelo;
48 destruiu também o gado com o granizo,
    e os rebanhos com os raios;
49 soltou a sua fúria e indignação,
    descarregou contra os egípcios a sua ira ardente,
    e enviou os seus anjos destruidores.
50 Deus dirigiu toda a sua ira contra eles,
    os matou com uma praga,
    e não os salvou da morte.
51 Ele matou todos os filhos mais velhos do Egito,
    fez morrer todo primeiro filho da família de Cam[a].
52 Depois, Deus levou o povo de Israel para o deserto,
    conduziu o seu povo como um pastor conduz o seu rebanho.
53 Deus os conduziu com toda a segurança para eles não terem medo,
    mas afundou os seus inimigos no mar.
54 Deus levou o seu povo à sua terra santa,
    ao monte que ele mesmo conquistou com o seu poder,
55 e expulsou dessa terra as nações que lá estavam.
    Depois, distribuiu a terra pelo seu povo como sua herança,
    e instalou as tribos de Israel nas tendas dessas nações.

56 Mas os israelitas puseram o Deus Altíssimo à prova, revoltando-se contra ele,
    e desobedecendo aos seus mandamentos.
57 Rebelaram-se contra ele, foram infiéis como os seus pais,
    desleais como um bumerangue.
58 Provocaram a ira de Deus ao construir altares para adorar outros deuses.
    Causaram-lhe ciúmes fazendo estátuas de deuses falsos.
59 Quando Deus soube disso, ficou furioso
    e rejeitou Israel completamente.
60 Deus abandonou o lugar de adoração que havia em Siló[b],
    a tenda onde ele habitava entre os seres humanos.
61 Permitiu que o inimigo capturasse a arca da aliança,
    o símbolo do seu poder e da sua glória.
62 Deixou que o seu povo fosse morto à espada,
    pois estava irritado com o povo que lhe pertencia.
63 Os jovens foram consumidos pelo fogo
    e as noivas não puderam se casar.
64 Os sacerdotes foram mortos à espada,
    e as suas viúvas não puderam chorar por eles.

65 Então o Senhor despertou como de um sono profundo,
    como um guerreiro que acorda da sua bebedeira.
66 Obrigou os seus inimigos a fugirem,
    derrotados e humilhados para sempre.
67 Também rejeitou os descendentes de José,
    não escolheu a tribo de Efraim.
68 No lugar deles, escolheu a tribo de Judá,
    e o seu amado monte Sião.
69 Construiu o seu santuário para existir para sempre,
    um santuário alto como o céu e firme como a terra.
70 Deus escolheu o seu servo Davi,
    tirando-o do curral das ovelhas.
71 Deus o tirou de onde ficava cuidando dos rebanhos
    e o colocou como pastor de Jacó, o seu povo,
    o povo de Israel, a sua herança.
72 E Davi cuidou deles com honestidade,
    com sabedoria conduziu o povo de Deus.

Deus salva o seu povo

Salmo de Asafe.

Ó Deus, as nações
    invadiram o seu povo.
Destruíram o seu templo sagrado
    e deixaram Jerusalém em ruínas.
Deixaram os corpos dos seus servos
    para alimento das aves do céu;
os corpos dos seus fiéis
    para serem devorados pelas feras selvagens.
O sangue do seu povo corria como água por toda a cidade de Jerusalém;
    e não havia ninguém para enterrar os mortos.
Somos desprezados pelos nossos vizinhos;
    os países que nos rodeiam zombam de nós.

SENHOR, até quando ficará indignado conosco?
    Deixará que a sua ira nos queime para sempre?
Derrame a sua ira sobre as nações que não o conhecem,
    sobre os povos que não o adoram.
Pois foram eles que destruíram Jacó,
    que deixaram em ruínas o país.
Não nos castigue pelos pecados dos nossos antepassados.
    Mostre-nos depressa a sua compaixão,
    pois estamos sem nenhuma força.

Ó nosso Deus e Salvador, ajude-nos!
    Salve-nos para glória do seu nome;
    perdoe os nosso pecados por causa da sua honra.
10 Não deixe que os outros povos nos perguntem:
    “Onde está agora o seu Deus?”
Deixe-nos ver o castigo
    daqueles que derramam o sangue dos seus servos.
11 Ouça os lamentos dos prisioneiros,
    mostre todo o seu poder e salve os condenados à morte.

12 Ó Senhor, castigue as nações vizinhas sete vezes mais do que elas nos fizeram!
    Castigue-as pelos insultos com que o ofenderam!
13 Nós somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho,
    sempre o louvaremos.
De geração em geração
    lhe cantaremos louvores.

Venha nos salvar!

Ao diretor do coro. À melodia de “Os Lírios da Aliança”. Salmo de Asafe.

Ouça-nos, ó Pastor de Israel!
    Escute-nos, ó Senhor, que guia o povo de José!
O Senhor está sentado no trono, entre os querubins;
    por favor, revele a sua glória
diante de Efraim, Benjamim e Manassés.
Mostre o seu poder,
    e venha nos salvar.

Aceite-nos de novo, ó Deus,
    mostre-nos a sua bondade e salve-nos.

Ó SENHOR, Deus Todo-Poderoso,
    até quando ficará irado com o seu povo?
    Quando vai ouvir as suas orações?
Fez o seu povo chorar em vez de comer,
    e deu para ele beber um copo cheio de lágrimas.
Fez com que as nações vizinhas nos atacassem,
    e que os nossos inimigos zombassem de nós.

Aceite-nos de novo, ó Deus Todo-Poderoso,
    mostre-nos a sua bondade e salve-nos.

Do Egito, o Senhor trouxe uma videira,
    expulsou as nações e plantou a sua videira.
Limpou o terreno,
    e a videira lançou raízes e encheu a terra.
10 Os montes ficaram cobertos pela sua sombra,
    e os seus ramos cobriram os cedros mais altos.
11 Os seus ramos se estenderam até o Mar,
    e os seus rebentos, até o rio Eufrates.

12 Senhor, por que derrubou os muros que protegiam a sua vinha?
    Agora todos os que passam por ela apanham as suas uvas.
13 Os javalis da floresta destroem a sua vinha,
    e os animais selvagens a devoram.

14 Ó Deus Todo-Poderoso, volte para nós.
    Olhe para a sua videira desde lá do céu e tome conta dela.
15 É a videira que plantou com as suas próprias mãos,
    o rebento[c] que cultivou para ser seu.
16 A sua videira foi queimada pelo fogo como se fosse lixo;
    mostre a sua ira e destrua aqueles que a queimaram.
17 Proteja de novo o seu povo escolhido[d],
    o povo que fez crescer como se fosse um homem[e].
18 Nunca mais nos afastaremos do Senhor,
    deixe-nos viver e louvaremos o seu nome.

19 Aceite-nos de novo, ó SENHOR Deus Todo-Poderoso,
    mostre-nos a sua bondade e salve-nos.

Cantem com alegria a Deus

Ao diretor do coro. Com a gitite. Salmo de Asafe.

Cantem com alegria a Deus, nossa força.
    Gritem de alegria ao Deus de Jacó.
Comecem a música!
    Toquem os tamborins,
    a harpa melodiosa e a lira.
Toquem a trombeta[f] no dia da nossa festa,
    quando chegarem a lua nova e a lua cheia.
Isso é um decreto para Israel,
    uma ordem do Deus de Jacó.
Deus fez esse acordo com o povo de José,
    quando o tirou do Egito.

Numa voz que eu nunca tinha ouvido antes, Deus disse:
“Tirei o peso dos seus ombros
    e, das mãos, os cestos cheios de tijolos.
Quando vocês estavam angustiados,
    chamaram por mim e eu os salvei.
Respondi do meio de uma nuvem escura e de trovões.
    Eu coloquei o meu povo à prova nas águas de Meribá[g]. Selah

“Meu povo, escutem bem o meu aviso!
    Ó Israel, seria tão bom se vocês ouvissem o que digo!
Não tenham nenhum outro deus entre vocês.
    Não adorem os deuses que as nações adoram.
10 Eu sou o SENHOR, seu Deus,
    que tirou vocês do Egito.
    Deixem que eu os alimente.

11 “Mas o meu povo não me escutou,
    Israel não me obedeceu.
12 Portanto, deixei-os fazer o que teimavam fazer,
    e eles fizeram o que lhes dava vontade.
13 Como seria bom se o meu povo me ouvisse,
    se Israel me obedecesse!
14 Depressa eu derrotaria os seus inimigos
    e castigaria os seus adversários.
15 Os que odeiam o SENHOR seriam derrotados
    e castigados para sempre.
16 Mas eu alimentaria o meu povo com o melhor trigo,
    e os deixaria satisfeitos com o melhor mel”.

Filhos do Altíssimo

Salmo de Asafe.

Deus preside à assembleia dos deuses[h],
    ele julga no meio dos deuses.
“Até quando vocês vão julgar injustamente?
    Até quando vão ajudar os ímpios? Selah

“Defendam os pobres e os órfãos,
    façam justiça aos oprimidos e aos indefesos!
Ajudem os pobres e os necessitados,
    salvem-nos do poder dos maus!

“Eles[i] nada sabem,
    não têm nenhum entendimento.
Andam na escuridão
    enquanto os alicerces da terra caem ao seu redor”.
Eu disse: “Vocês são deuses,
    são filhos do Deus Altíssimo.
Mas morrerão como os homens morrem,
    cairão como os outros governantes”.

Levante-se, ó Deus, julgue a terra,
    pois são suas todas as nações!

Footnotes

  1. 78.51 Cam Os egípcios eram descendentes de Cam. Ver Gn 10.6-10.
  2. 78.60 Siló Ver 1Sm 4.10-11; Jr 7.17.
  3. 80.15 rebento Literalmente, “filho”.
  4. 80.17 povo escolhido Literalmente, “o homem da sua mão direita”.
  5. 80.17 homem Literalmente, “filho do homem”.
  6. 81.3 trombeta Literalmente, “sofar”, uma trombeta feita com um chifre de um carneiro.
  7. 81.7 Meribá Ver Êx 17.1-7.
  8. 82.1 deuses ou “juízes” que exercem autoridade em nome de Deus entre o povo de Israel. Cf. Êx 21.6 e Jo 10.34,35. Também pode referir-se a uma assembleia entre os “deuses” cf. Jó 1.6; 1Rs 22.19.
  9. 82.5 Eles Pode referir-se às pessoas que não entendem o que está acontecendo, ou aos “deuses”, os juízes que não entendem que estão arruinando o mundo com a sua injustiça.