Add parallel Print Page Options

O Cordeiro quebra os selos

Vi então o Cordeiro quebrar o primeiro dos sete selos. E um dos quatro seres viventes gritou com uma voz de trovão: “Põe-te a caminho!” Olhei e vi um cavalo branco. Aquele que o montava tinha um arco e puseram-lhe uma coroa e partiu vitorioso, para mais vitórias.

Depois o Cordeiro quebrou o segundo selo e ouvi o segundo ser vivente dizer: “Vem!” Desta vez surgiu um cavalo vermelho e ao seu cavaleiro foi-lhe dada uma espada e autoridade para tirar a paz da Terra, de forma a que os homens se matassem uns aos outros.

E quando o Cordeiro quebrou o terceiro selo ouvi a mesma ordem dada pelo terceiro ser vivente: “Vem!” E vi um cavalo preto montado por alguém que segurava uma balança na sua mão. Uma voz saindo do grupo dos quatro seres viventes disse: “Um quilo de trigo, ou três quilos de cevada, pelo salário de um dia; e há que não desperdiçar nem azeite nem vinho!”

E quando o Cordeiro quebrou o quarto selo, de novo a ordem foi dada, desta vez pelo quarto ser vivente: “Vem!” E saiu um cavalo amarelo e quem o montava chamava-se Morte e era seguido de perto pelo inferno. E receberam o domínio sobre a quarta parte da Terra, a fim de matar com a guerra, fome, pestes, e por meio de animais ferozes.

E quando o Cordeiro quebrou o quinto selo vi um altar debaixo do qual estavam todas as almas dos que foram martirizados por anunciarem a palavra de Deus e por causa do testemunho que deram. 10 E clamavam em alta voz ao Senhor dizendo: “Ó soberano Senhor, santo e verdadeiro, até quando ficarão por julgar os habitantes da Terra por aquilo que nos fizeram e pelo sangue que derramámos por causa deles?” 11 E foi dada uma túnica branca a cada um deles. E foi-lhes dito que tivessem paciência ainda durante mais um pouco de tempo, até que se completasse o número dos seus irmãos e companheiros no serviço de Deus, que deviam sofrer também o martírio na Terra.

12 E na altura de quebrar o sexto selo houve um grande terramoto. O Sol ficou tão escuro como um pano preto e a Lua tornou-se da cor do sangue. 13 As estrelas do céu caíram sobre a Terra; eram como uma figueira, batida por um forte vento, que deixasse cair os seus figos ainda verdes. 14 E o céu desapareceu como um rolo que se enrola e as montanhas e as ilhas deslocaram-se. 15 Então os reis das nações, os grandes políticos, os grandes chefes militares, os de grande poder e todos os escravos e livres, se escondiam nas cavernas e nas rochas das montanhas. 16 E gritavam às montanhas e aos rochedos: “Caiam sobre nós! Escondam-nos daquele que está sentado no trono e da cólera do Cordeiro. 17 Porque chegou o dia de ele fazer justiça com rigor. E quem poderá resistir e ficar vivo diante dele?”

O povo de Deus

Depois vi quatro anjos que estavam nos quatro cantos da Terra, impedindo os quatro ventos de soprarem, de modo que a superfície das águas dos mares estava lisa e nem uma folha se movia nas árvores. E vi surgir do oriente um anjo que trazia o selo do Deus vivo. E gritou para os quatro anjos que tinham recebido poder para fazer grandes danos na terra e no mar: “Esperem! Não façam ainda nenhum mal, nem à terra, nem ao mar, nem a nenhuma árvore! É preciso que antes tenhamos marcado na testa aqueles que são os servos de Deus.”

E disseram-me o número dos que foram assinalados dessa maneira: e foram 144 000, das doze tribos do povo de Israel; 5-8 12 000 por cada uma das tribos: Judá, Rúben, Gad, Aser, Naftali, Manassés, Simeão, Levi, Issacar, Zebulão, José e Benjamim.

A multidão de vestes brancas

Vi a seguir uma enorme multidão, impossível de contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, diante do trono e do Cordeiro, com roupas brancas e folhas de palmeira nas mãos. 10 E diziam em alta voz: “A salvação vem do nosso Deus, que está no trono, e do Cordeiro!”

11 E todos os anjos, nessa altura, se encontravam em volta do trono, em volta dos anciãos e dos quatro seres viventes. E inclinando-se até à terra adoraram a Deus. 12 E diziam:

“Que assim seja!
Louvor e glória e sabedoria e graças e honra e poder e força
pertencem ao nosso Deus por toda a eternidade. Amém!”

13 Nessa altura, um dos vinte e quatro anciãos perguntou-me: “Sabes quem são estes, com roupas brancas, e donde vêm?”

14 “Não!”, respondi. “Peço-te que mo digas, pois és tu quem deve sabê-lo.”

E ele disse-me: “Estes são os que vêm da grande tribulação e que lavaram as suas roupas e as tornaram brancas no sangue do Cordeiro. 15 É por isso que aqui estão diante do trono de Deus, servindo noite e dia no seu templo. Aquele que está sentado no trono os acolherá. 16 E nunca mais terão nem fome, nem sede, e nunca mais sofrerão os ardores do Sol escaldante. 17 Porque o Cordeiro que está diante do trono será o seu pastor e os conduzirá às fontes de água da vida. E Deus limpará as lágrimas dos seus olhos.”

O Cordeiro quebra o último selo

Quando o Cordeiro quebrou o sétimo selo fez-se silêncio no céu por um período aproximadamente de meia hora. E vi que aos sete anjos que se mantêm continuamente diante de Deus foram dadas sete trombetas.

Então veio um outro anjo com um incensário de ouro e colocou-se junto do altar. E deram-lhe uma grande quantidade de incenso para que o misturasse com as orações do povo de Deus e o oferecesse sobre o altar de ouro diante do trono. E o fumo perfumado do incenso, misturado com as orações dos santos, subiu desde o altar, onde o anjo o tinha derramado, até à presença de Deus. Então o anjo encheu o incensário com fogo do altar e lançou-o sobre a Terra. E ouviu-se o ribombar de trovões no meio de grandes clamores e de relâmpagos que faiscavam, tudo isso acompanhado de terramotos.

Os anjos com trombetas

E os sete anjos prepararam-se para tocar as suas trombetas.

Quando o primeiro anjo tocou a sua trombeta, foram lançados sobre a Terra fogo e chuva de pedra misturada com sangue. E ardeu uma terça parte da Terra; um terço das árvores e de toda a vegetação foi assim consumida pelo fogo.

Chegou a vez do segundo anjo tocar e algo como uma enorme montanha em fogo foi lançado no mar, destruindo uma terça parte de todos os navios que circulavam nas águas; um terço das águas do mar ficaram como que em sangue, morrendo também um terço de tudo o que nelas havia com vida.

10 Depois do terceiro anjo tocar, uma grande estrela, ardendo em chamas, caiu do céu sobre um terço dos rios e das fontes. 11 Essa estrela foi chamada Amargura, porque fez com que um terço das águas da Terra ficassem envenenadas; e muita gente morreu.

12 Logo que o quarto anjo tocou, a terça parte do Sol, da Lua e das estrelas foi atingida e tudo escureceu, de tal forma que a luz do dia perdeu um terço da sua intensidade e a noite ficou mais escura.

13 E olhei para cima e vi uma águia voando, sozinha, através do céu, dizendo em alta voz: “Ai, ai, ai! Desgraçados habitantes da Terra! Coisas terríveis vão em breve acontecer, quando os outros três anjos tocarem as suas trombetas.”

Tocou então a sua trombeta o quinto anjo. E vi uma estrela que caíra do céu sobre a Terra e foi-lhe dada a chave do abismo insondável. E quando o abriu, saiu dali fumo, como se fosse de uma imensa fornalha, a ponto de escurecer completamente o ar e o Sol.

E saíram gafanhotos, do meio daquele grande fumo, que desceram sobre a Terra. E deram-lhes poder para ferroar como os escorpiões. Foi-lhes dito que poupassem a vegetação da Terra, a erva, os arbustos, as árvores, e que atacassem somente as pessoas que não tinham nas suas testas a marca de Deus. Não deviam matá-las, mas sim torturá-las, durante cinco meses, com um sofrimento semelhante ao que provoca a picada do escorpião. Durante esse tempo os homens hão de querer morrer, procurando matar-se e não serão capazes de o fazer: a morte não lhes virá, fugirá deles!

Esses gafanhotos pareciam cavalos aparelhados para a guerra. Traziam na cabeça algo como coroas de ouro e o seu focinho assemelhava-se ao rosto de homens. Tinham na cabeça cabelos compridos, como as mulheres, e viam-se-lhes dentes como de leão. Traziam o peito protegido por uma couraça de ferro e quando batiam as asas faziam barulho como um batalhão de carros de combate avançando para a guerra. 10 Tinham caudas armadas de um ferrão, tal como os escorpiões, e era com isso que podiam ferir as pessoas, durante cinco meses, como lhes tinha sido ordenado. 11 O seu comandante é o anjo do abismo profundo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego é Apolion, que quer dizer “Destruidor”.

12 Assim terminou o primeiro “ai”, mas ainda hão de vir mais dois.

13 O sexto anjo tocou a sua trombeta e ouvi uma voz que falava a partir dos quatro chifres do altar de ouro diante de Deus. 14 Dirigia-se ao sexto anjo que tinha a trombeta, dizendo: “Solta os quatro anjos que estão amarrados junto do grande rio Eufrates.” 15 Eles tinham sido mantidos prontos para aquele momento exato, precisamente para aquela hora, dia, mês e ano. Foram então soltos para que matassem uma terça parte da humanidade. 16 E dirigiam um exército de 200 milhões de militares, segundo o número que ouvi anunciar.

17 Os cavalos desse exército eram montados por cavaleiros com couraças cor de fogo umas, e outras azuis e amarelas. As cabeças dos cavalos assemelhavam-se às de leões, e saía fogo, enxofre incandescente e fumo das suas bocas. 18 Assim mataram uma terça parte de toda a humanidade. 19 O poder que tinham para matar estava nas suas bocas e também nas caudas, porque estas eram semelhantes a cabeças de serpentes que podiam ferir mortalmente.

20 E os seres humanos que não foram mortos por essas pragas, mesmo assim não se arrependeram das suas obras más! Não quiseram abandonar o culto aos demónios, nem deixar os ídolos de ouro, prata, bronze, pedra e madeira, que não podem ver, nem ouvir, nem andar! 21 Não quiseram arrepender-se dos seus assassínios, das suas bruxarias, dos seus atos de imoralidade sexual e dos seus roubos.

O anjo e o pequeno livro

10 Vi a seguir outro anjo poderoso, descendo do céu, envolvido numa nuvem e com um arco em volta da cabeça. O seu rosto brilhava como o Sol e as suas pernas eram como pilares de fogo. Segurava na mão um pequeno livro, aberto. Pôs o pé direito no mar e o esquerdo na terra. E deu um grande brado; foi como o rugido dum leão, ao que responderam sete trovões por entre o barulho do seu próprio ribombar.

Eu ia a escrever o que os trovões disseram, quando uma voz no céu me falou: “Não escrevas isso! As suas palavras não devem ainda ser reveladas!”

Então o anjo que tinha aquele aspeto poderoso e estava de pé sobre o mar e sobre a terra levantou a mão direita para o céu. E jurou por aquele que vive para sempre, eternamente, e que criou o céu e tudo o que nele existe, assim como a Terra e o mar, com tudo o que neles existe. Jurou que não haveria mais demora, mas que, quando o sétimo anjo tocasse a sua trombeta, Deus daria cumprimento ao seu plano, cujo conteúdo fora mantido em segredo, de acordo com aquilo que anunciou aos profetas que estavam ao seu serviço.

De novo a voz do céu me falou: “Vai e toma o livrinho da mão do anjo poderoso que está de pé sobre o mar e sobre a terra.”

Aproximei-me e pedi-lhe que me desse o pequeno livro. “Sim, toma e come-o!”, disse-me. “No princípio vai saber a mel, mas depois de o engolires há de fazer-te mal ao estômago!” 10 Tomei pois o livrinho da sua mão e comi-o e, tal como me dissera, na boca tinha um gosto doce como o mel, mas amargou-me no estômago. 11 Então disse-me: “É necessário que continues ainda a profetizar e a anunciar a sua palavra a muitos povos e nações de muitas línguas, e até aos seus governantes.”

As duas testemunhas

11 Recebi, depois disto, uma espécie de vara que servia para medir. E o anjo disse-me que medisse o templo de Deus, incluindo o altar, e que contasse também quantos é que nele adoram. “Mas não meças o pátio exterior!”, foi-me dito. “Porque foi entregue às nações gentias, que pisarão o chão da cidade santa durante quarenta e dois meses. E darei poder às minhas duas testemunhas, que se vestirão com panos de saco, para profetizarem durante 1260 dias.

Estas duas testemunhas são as duas oliveiras e os dois castiçais que se encontram na presença do Deus de toda a Terra.[a] Se alguém lhes quiser fazer mal, será morto por fogo que sairá das suas bocas. Têm poder mesmo para impedir que chova durante os três anos e meio e profetizarão em meu nome, para transformar os cursos de água em sangue, e para enviar sobre a Terra toda a espécie de pragas, tantas vezes quantas quiserem.

E quando terminarem o seu testemunho, o monstro que sai do insondável abismo virá fazer-lhes guerra, e há de vencê-los e matá-los. E por três dias e meio os seus corpos estarão expostos nas ruas da grande cidade que simbolicamente se chama Sodoma ou Egito, aí mesmo onde o seu Senhor foi crucificado! Ninguém terá licença de os levar para uma sepultura e gente de muitas origens e línguas se concentrarão ali para os ver. 10 E por toda a Terra haverá uma onda de regozijo pela sua morte, e até enviarão presentes uns aos outros, felicitando-se entre si pelo desaparecimento desses dois profetas de Deus que tanto os tinham atormentado.

11 Mas passados esses três dias e meio o espírito de vida, da parte de Deus, entrou neles e levantaram-se. E toda a gente ficou cheia de medo. 12 E uma voz lhes gritou do céu: ‘Subam aqui!’ E à vista dos seus inimigos subiram ao céu envolvidos numa nuvem.

13 E naquele preciso momento houve um tremendo abalo de terra que destruiu a décima parte da cidade e fez 7000 mortos. Os que ficaram vivos, cheios de temor e respeito, deram enfim louvores, adorando o Deus do céu.

14 Esta é a segunda desgraça; mas logo a seguir virá a terceira.”

A sétima trombeta

15 Com efeito, assim que o sétimo anjo tocou a sua trombeta, vozes fortíssimas clamaram do céu: “O reino do mundo passou agora a pertencer ao nosso Senhor, e a Cristo, que reinará para todo o sempre!”

16 E os vinte e quatro anciãos que estão sentados nos seus tronos, diante de Deus, inclinaram-se até ao chão e adoraram-no. 17 E disseram:

“Agradecemos-te, Senhor Deus, Todo-Poderoso,
aquele que é, e que era,
porque tomaste enfim o domínio que te competia
e agora começaste a reinar.
18 As nações irritaram-se
e a tua ira manifestou-se.
Chegou o tempo de julgares os mortos
e de recompensares os que têm trabalhado ao teu serviço.
Recompensarás os teus profetas e o teu santo povo,
todos os que temem o teu nome, desde o menor ao maior.
E destruirás todos aqueles que têm causado devastação na Terra.”

19 E no céu apareceu o templo de Deus aberto de par em par. E podia ver-se no interior a arca da sua aliança. E houve relâmpagos e trovões acompanhados de grandes brados. Houve chuva de pedra e um violento terramoto.

Footnotes

  1. 11.4 Zc 4.3, 11, 14.

A abertura dos primeiros seis selos

E, havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei e ouvi um dos quatro animais, que dizia, como em voz de trovão: Vem e vê! E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso e para vencer.

E, havendo aberto o segundo selo, ouvi o segundo animal, dizendo: Vem e vê! E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.

E, havendo aberto o terceiro selo, ouvi o terceiro animal, dizendo: Vem e vê! E olhei, e eis um cavalo preto; e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança na mão. E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro; e três medidas de cevada por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho.

E, havendo aberto o quarto selo, ouvi a voz do quarto animal, que dizia: Vem e vê! E olhei, e eis um cavalo amarelo; e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da terra.

E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. 10 E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? 11 E a cada um foi dada uma comprida veste branca e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos que haviam de ser mortos como eles foram.

12 E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue. 13 E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte. 14 E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos do seu lugar. 15 E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo servo, e todo livre se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas 16 e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro, 17 porque é vindo o grande Dia da sua ira; e quem poderá subsistir?

Os israelitas fiéis são salvos de perigos iminentes

E, depois destas coisas, vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. E vi outro anjo subir da banda do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar, dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado na testa os servos do nosso Deus. E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel. Da tribo de Judá, havia doze mil assinalados; da tribo de Rúben, doze mil; da tribo de Gade, doze mil; da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da tribo de Manassés, doze mil; da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de Issacar, doze mil; da tribo de Zebulom, doze mil; da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim, doze mil.

Visão dos mártires na glória

Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; 10 e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro.

11 E todos os anjos estavam ao redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro animais; e prostraram-se diante do trono sobre seu rosto e adoraram a Deus, 12 dizendo: Amém! Louvor, e glória, e sabedoria, e ações de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo o sempre. Amém!

13 E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? 14 E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. 15 Por isso estão diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra. 16 Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles, 17 porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda lágrima.

A abertura do sétimo selo. Os sete anjos com as sete trombetas. As quatro primeiras trombetas

E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora. E vi os sete anjos que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas.

E veio outro anjo e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono. E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus. E o anjo tomou o incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra; e houve depois vozes, e trovões, e relâmpagos, e terremotos. E os sete anjos, que tinham as sete trombetas, prepararam-se para tocá-las.

E o primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, e foram lançados na terra, que foi queimada na sua terça parte; queimou-se a terça parte das árvores, e toda a erva verde foi queimada.

E o segundo anjo tocou a trombeta; e foi lançada no mar uma coisa como um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar. E morreu a terça parte das criaturas que tinham vida no mar; e perdeu-se a terça parte das naus.

10 E o terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes das águas. 11 E o nome da estrela era Absinto, e a terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das águas, porque se tornaram amargas.

12 E o quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, e a terça parte da lua, e a terça parte das estrelas, para que a terça parte deles se escurecesse, e a terça parte do dia não brilhasse, e semelhantemente a noite. 13 E olhei e ouvi um anjo voar pelo meio do céu, dizendo com grande voz: Ai! Ai! Ai dos que habitam sobre a terra, por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que hão de ainda tocar!

A quinta trombeta

E o quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela que do céu caiu na terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como a fumaça de uma grande fornalha e, com a fumaça do poço, escureceu-se o sol e o ar. E da fumaça vieram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder como o poder que têm os escorpiões da terra. E foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm na testa o sinal de Deus. E foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem; e o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião quando fere o homem. E naqueles dias os homens buscarão a morte e não a acharão; e desejarão morrer, e a morte fugirá deles.

E o aspecto dos gafanhotos era semelhante ao de cavalos aparelhados para a guerra; e sobre a sua cabeça havia umas como coroas semelhantes ao ouro; e o seu rosto era como rosto de homem. E tinham cabelos como cabelos de mulher, e os seus dentes eram como de leão. E tinham couraças como couraças de ferro; e o ruído das suas asas era como o ruído de carros, quando muitos cavalos correm ao combate. 10 E tinham cauda semelhante à dos escorpiões e aguilhão na cauda; e o seu poder era para danificar os homens por cinco meses. 11 E tinham sobre si rei, o anjo do abismo; em hebreu era o seu nome Abadom, e em grego, Apoliom. 12 Passado é já um ai; eis que depois disso vêm ainda dois ais.

A sexta trombeta

13 E tocou o sexto anjo a trombeta, e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro que estava diante de Deus, 14 a qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os quatro anjos que estão presos junto ao grande rio Eufrates. 15 E foram soltos os quatro anjos que estavam preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens. 16 E o número dos exércitos dos cavaleiros era de duzentos milhões; e ouvi o número deles. 17 E assim vi os cavalos nesta visão; e os que sobre eles cavalgavam tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre; e a cabeça dos cavalos era como cabeça de leão; e de sua boca saía fogo, e fumaça, e enxofre. 18 Por estas três pragas foi morta a terça parte dos homens, isto é, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre, que saíam da sua boca. 19 Porque o poder dos cavalos está na sua boca e na sua cauda, porquanto a sua cauda é semelhante a serpentes e tem cabeça, e com ela danificam.

20 E os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras de suas mãos, para não adorarem os demônios e os ídolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de pedra, e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar. 21 E não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem das suas ladroíces.

Comido por João um livrinho trazido do céu

10 E vi outro anjo forte, que descia do céu, vestido de uma nuvem; e por cima da sua cabeça estava o arco celeste, e o rosto era como o sol, e os pés, como colunas de fogo; e tinha na mão um livrinho aberto e pôs o pé direito sobre o mar e o esquerdo sobre a terra; e clamou com grande voz, como quando brama o leão; e, havendo clamado, os sete trovões fizeram soar as suas vozes. E, sendo ouvidas dos sete trovões as suas vozes, eu ia escrevê-las, mas ouvi uma voz do céu, que dizia: Sela o que os sete trovões falaram e não o escrevas. E o anjo que vi estar sobre o mar e sobre a terra levantou a mão ao céu e jurou por aquele que vive para todo o sempre, o qual criou o céu e o que nele há, e a terra e o que nela há, e o mar e o que nele há, que não haveria mais demora; mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta, se cumprirá o segredo de Deus, como anunciou aos profetas, seus servos.

E a voz que eu do céu tinha ouvido tornou a falar comigo e disse: Vai e toma o livrinho aberto da mão do anjo que está em pé sobre o mar e sobre a terra. E fui ao anjo, dizendo-lhe: Dá-me o livrinho. E ele disse-me: Toma-o e come-o, e ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como mel. 10 E tomei o livrinho da mão do anjo e comi-o; e na minha boca era doce como mel; e, havendo-o comido, o meu ventre ficou amargo. 11 E ele disse-me: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas, e reis.

As duas testemunhas

11 E foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e chegou o anjo e disse: Levanta-te e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram. E deixa o átrio que está fora do templo e não o meças; porque foi dado às nações, e pisarão a Cidade Santa por quarenta e dois meses.

E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco. Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do Deus da terra. E, se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca e devorará os seus inimigos; e, se alguém lhes quiser fazer mal, importa que assim seja morto. Estas têm poder para fechar o céu, para que não chova nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem. E, quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra, e as vencerá, e as matará. E jazerá o seu corpo morto na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado. E homens de vários povos, e tribos, e línguas, e nações verão seu corpo morto por três dias e meio, e não permitirão que o seu corpo morto seja posto em sepulcros. 10 E os que habitam na terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a terra. 11 E, depois daqueles três dias e meio, o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles; e puseram-se sobre os pés, e caiu grande temor sobre os que os viram. 12 E ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi cá. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram. 13 E naquela mesma hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade, e no terremoto foram mortos sete mil homens; e os demais ficaram muito atemorizados e deram glória ao Deus do céu.

14 É passado o segundo ai; eis que o terceiro ai cedo virá.

A sétima trombeta

15 E tocou o sétimo anjo a trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre. 16 E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seu trono, diante de Deus, prostraram-se sobre seu rosto e adoraram a Deus, 17 dizendo: Graças te damos, Senhor, Deus Todo-Poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder e reinaste. 18 E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra.

19 E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca do seu concerto foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos, e grande saraiva.