Cantares 6-8
Almeida Revista e Corrigida 2009
6 Para onde foi o teu amado, ó mais formosa entre as mulheres? Para onde virou a vista o teu amado, e o buscaremos contigo?
2 O meu amado desceu ao seu jardim, aos canteiros de bálsamo, para se alimentar nos jardins e para colher os lírios. 3 Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu; ele se alimenta entre os lírios.
4 Formosa és, amiga minha, como Tirza, aprazível como Jerusalém, formidável como um exército com bandeiras. 5 Desvia de mim os teus olhos, porque eles me perturbam. O teu cabelo é como o rebanho das cabras que pastam em Gileade. 6 Os teus dentes são como o rebanho de ovelhas que sobem do lavadouro, e das quais todas produzem gêmeos, e não há estéril entre elas. 7 Como um pedaço de romã, assim são as tuas faces entre as tuas tranças. 8 Sessenta são as rainhas, e oitenta, as concubinas, e as virgens, sem número. 9 Mas uma é a minha pomba, a minha imaculada, a única de sua mãe e a mais querida daquela que a deu à luz; vendo-a, as filhas lhe chamarão bem-aventurada, as rainhas e as concubinas a louvarão.
10 Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a lua, brilhante como o sol, formidável como um exército com bandeiras?
11 Desci ao jardim das nogueiras, para ver os novos frutos do vale, a ver se floresciam as vides, se brotavam as romeiras. 12 Antes de eu o sentir, me pôs a minha alma nos carros do meu povo excelente.
13 Volta, volta, ó sulamita, volta, volta, para que nós te vejamos.
Por que olhas para a sulamita como para as fileiras de dois exércitos?
7 Que formosos são os teus pés nos sapatos, ó filha do príncipe! As voltas de tuas coxas são como joias, trabalhadas por mãos de artista. 2 O teu umbigo, como uma taça redonda, a que não falta bebida; o teu ventre, como monte de trigo, cercado de lírios. 3 Os teus dois peitos, como dois filhos gêmeos da gazela. 4 O teu pescoço, como a torre de marfim; os teus olhos, como os viveiros de Hesbom, junto à porta de Bate-Rabim; o teu nariz, como a torre do Líbano, que olha para Damasco. 5 A tua cabeça sobre ti é como o monte Carmelo, e os cabelos da tua cabeça, como a púrpura; o rei está preso pelas suas tranças. 6 Quão formosa e quão aprazível és, ó amor em delícias! 7 A tua estatura é semelhante à palmeira, e os teus peitos, aos cachos de uvas. 8 Dizia eu: Subirei à palmeira, pegarei em seus ramos; e, então, os teus peitos serão como os cachos na vide, e o cheiro da tua respiração, como o das maçãs. 9 E o teu paladar, como o bom vinho para o meu amado, que se bebe suavemente e faz com que falem os lábios dos que dormem. 10 Eu sou do meu amado, e ele me tem afeição. 11 Vem, ó meu amado, saiamos ao campo, passemos as noites nas aldeias. 12 Levantemo-nos de manhã para ir às vinhas, vejamos se florescem as vides, se se abre a flor, se já brotam as romeiras; ali te darei o meu grande amor. 13 As mandrágoras dão cheiro, e às nossas portas há toda sorte de excelentes frutos, novos e velhos; ó amado meu, eu os guardei para ti.
8 Ah! Quem me dera que foras meu irmão e que te tivesses amamentado aos seios de minha mãe! Quando te achasse na rua, beijar-te-ia, e não me desprezariam! 2 Levar-te-ia e te introduziria na casa de minha mãe, e tu me ensinarias; e te daria a beber vinho aromático e do mosto das minhas romãs. 3 A sua mão esquerda esteja debaixo da minha cabeça, e a sua direita me abrace.
4 Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, que não acordeis nem desperteis o meu amor, até que queira.
O amor inalterável do esposo para com a esposa
5 Quem é esta que sobe do deserto e vem encostada tão aprazivelmente ao seu amado?
Debaixo de uma macieira te despertei, ali esteve tua mãe com dores; ali esteve com dores aquela que te deu à luz. 6 Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, labaredas do Senhor. 7 As muitas águas não poderiam apagar esse amor nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse toda a fazenda de sua casa por este amor, certamente a desprezariam.
8 Temos uma irmã pequena, que ainda não tem peitos; que faremos a esta nossa irmã, no dia em que dela se falar? 9 Se ela for um muro, edificaremos sobre ela um palácio de prata; e, se ela for uma porta, cercá-la-emos com tábuas de cedro.
10 Eu sou um muro, e os meus peitos, como as suas torres; então, eu era aos seus olhos como aquela que acha paz.
11 Teve Salomão uma vinha em Baal-Hamom; entregou essa vinha a uns guardas; e cada um lhe trazia pelo seu fruto mil peças de prata.
12 A minha vinha que tenho está diante de mim; as mil peças de prata são para ti, ó Salomão, e duzentas, para os guardas do seu fruto.
13 Ó tu que habitas nos jardins, para a tua voz os companheiros atentam; faze-ma, pois, também ouvir.
14 Vem depressa, amado meu, e faze-te semelhante ao gamo ou ao filho dos corços sobre os montes dos aromas.
Cântico dos Cânticos 6-8
Portuguese New Testament: Easy-to-Read Version
Coro
6 Ó, mulher bonita,
aonde foi o seu amado?
Por qual caminho foi embora?
Diga para a gente, a fim de que ajudemos você a procurá-lo.
Canta a amada
2 Meu amado foi ao seu jardim de flores perfumadas.
Ele foi para descansar nos jardins
e colher alguns lírios.
3 Eu pertenço ao meu amado
e ele me pertence.
Ele descansa entre os lírios.
Canta o amado
4 Amada minha, é tão bonita como Tirza[a],
encantadora como Jerusalém,
majestosa como um exército
que levanta as suas bandeiras.
5 Não me olhe,
porque os seus olhos me perturbam muito.
O seu cabelo é comprido e ondulado,
cai como um rebanho de cabras
que descem pelos montes de Gileade.
6 Os seus dentes são brancos,
como ovelhas tosquiadas
que acabaram de tomar banho.
Todas têm gêmeos,
não falta nenhuma.
7 Suas faces debaixo do seu véu
parecem pedaços de romã.
8 Embora um rei possa ter sessenta rainhas,
oitenta concubinas e uma infinidade de mulheres,
9 para mim só existe uma mulher,
a minha amada perfeita, a minha pomba.
Ela é a filha favorita da sua mãe.
Quando as jovens a veem… a louvam!
Até as rainhas e as concubinas a louvam!
Coro
10 Quem é essa mulher
que surge como a aurora,
bela como a lua, radiante como o sol
e maravilhosa como as estrelas[b]?
Canta o amado
11 Desci ao jardim das nogueiras
para ver as plantas novas do vale,
ver se brotava a videira
e se floreciam as romãs.
12 De súbito me fez sentir[c] como um príncipe
entre as carruagens do meu povo.[d]
Eu mesmo não sabia mais quem eu era.
Coro
13 Volte, sulamita[e], volte!
Volte, pois queremos vê-la!
Canta o amado
Por que olham tão fixamente para a sulamita
quando ela dança a dança dos campamentos?
7 Princesa[f], que belos são os seus pés nessas sandálias!
O seu quadril parece uma joia feita pelo melhor artista.
2 O seu umbigo é como uma taça
sempre cheia do melhor vinho.
A sua cintura é como o trigo
cercado de flores.
3 Os seus seios são como
dois cervos gêmeos de uma gazela.
4 O seu pescoço é comprido e fino
como uma torre de marfim.
Os seus olhos são claros como as piscinas de Hesbom[g],
ao lado da entrada de Bate-Rabim[h].
O seu nariz é tão perfeito como a torre do Líbano,
que olha diretamente para Damasco.
5 A sua cabeça é tão bela como o monte Carmelo;
e o seu cabelo é de cor vermelho-escura, como a cor da seda,
o rei está preso nas suas tranças.[i]
6 Amada minha, você é muito bonita!
Muito encantadora!
7 É alta, tão alta como a palmeira.
E seus seios são como os cachos dessa palmeira.
8 Gostaria de subir nela
e me pendurar nos seus ramos.
Que os seus seios sejam cachos de uvas
e o seu hálito tenha o fresco aroma das maças!
9 Os seus beijos são como o vinho.
Canta a amada
Vinho que passa suavemente para o meu amado[j],
Canta o amado
e passa sobre a minha língua e os meus dentes[k].
Canta a amada
10 Eu pertenço ao meu amado,
e ele me deseja!
11 Venha, amor meu, saiamos ao campo
e passemos a noite entre as plantas de hena[l].
12 Vamos acordar cedo e ir ver as vinhas,
para ver se já deram novos frutos
e se os botões já brotaram.
Vejamos se as romãs já floresceram.
Ali entregarei a você todo o meu amor.
13 Amor meu, cheire o doce aroma das mandrágoras[m]
e de todos os frutos deliciosos
que há na nossa porta.
Todos esses frutos maravilhosos, amor meu,
os tinha guardado para você:
alguns secos e outros frescos.
8 Como eu gostaria que você fosse como um irmãozinho meu,
um bebê da minha mãe.
Se o encontrasse na rua,
beijaria você e ninguém me desprezaria por isso.
2 Levaria você para a casa da minha mãe,
onde você me ensinaria sobre o amor[n];
e ali lhe daria de beber vinho de bom sabor,
meu doce suco de romã.
Canta a amada
3 Ele coloca um dos seus braços debaixo da minha cabeça
e com o outro me abraça.
4 Mulheres de Jerusalém, jurem
que não incomodarão o amor, que não o acordarão
até que seja o momento indicado.
Coro
5 Quem é essa mulher que sobe do deserto,
encostada no seu amado?
Canta a amada
Debaixo da macieira acordei você,
ali onde a sua mãe concebeu você,
ali onde ela deu à luz.
6 Leve-me como uma tatuagem gravada no seu coração;
leve-me como uma tatuagem gravada na sua pele.
O amor é mais forte do que a morte
e a paixão é mais forte do que o sepulcro[o].
As suas brasas são de fogo,
como uma chama divina.
7 Nada pode acabar com o amor,
nada pode destruí-lo.
Se um homem oferecesse toda a sua fortuna
para comprar o amor,
as pessoas o desprezariam.
Coro
8 Temos uma irmã pequena,
ainda é uma menina.
Que devemos fazer
quando os homens começarem a dar em cima dela?
9 Se ela fosse uma parede,
construiríamos ao seu redor uma torre de defesa.
E se fosse uma porta,
a reforçaríamos com barras de aço.
Canta a amada
10 Eu sou uma parede
e os meus seios são as suas torres.
Quando eu olho os olhos do meu amado,
me sinto bem.[p]
11 Salomão tinha uma vinha em Baal-Hamom
e ordenou a alguns homens que a cuidassem.
Cada homem trazia seu fruto
que valia mil moedas[q] de prata.
12 Salomão, pode ficar
com suas mil moedas de prata;
reparta duzentas moedas com os que trouxeram as uvas,
mas eu fico com o meu campo de uvas.
Canta o amado
13 Você está ali, sentada no jardim,
seus amigos ouviram você.
Deixe-me ouvir a sua voz dizer:
Canta a amada
14 “Venha depressa, amor meu, como gazela,
como um cervo jovem por entre as montanhas de bom aroma”.
Footnotes
- 6.4 Tirza Uma das capitais do norte de Israel.
- 6.10 como as estrelas ou “como os exércitos do céu”. O hebraico não é claro. Ver 6.4.
- 6.12 me fez sentir Literalmente, “me fez subir”.
- 6.12 carruagens do meu povo ou “carruagens de Aminadabe” ou “do povo do rei”. O hebraico não é claro.
- 6.13 sulamita Pode se referir ao lugar de onde essa mulher era. Forma femenina do nome Salomão.
- 7.1 Princesa Literalmente, “Bate-Nadibe”, que significa “filha de príncipe”. Acontece o mesmo com a palavra Aminadabe no 6.12.
- 7.4 Hesbom Hesbom é uma cidade ao oeste do rio Jordão, famosa nos relatos bíblicos. Ver Nm 21.26-30.
- 7.4 Bate-Rabim Uma porta da cidade de Hesbom.
- 7.5 e o seu cabelo (…) nas suas tranças ou “e o seu cabelo é da cor púrpura como a cor da seda real. Está preso nas tranças”.
- 7.9 amado Segundo o TM. Já que o texto se refere ao amado, aqui a amada termina o que disse o amado e na seguinte linha é o amado que termina o que a amada disse.
- 7.9 os meus dentes Segundo a LXX, a versão siríaca, a versão de Áquila e a Vulgata. O TM e o targum aramaico têm: “os que dormem”.
- 7.11 plantas de hena ou “nas aldeias”.
- 7.13 mandrágoras Planta da família da batata, com raízes em forma de homem. As pessoas achavam que tinha o poder de fazer com que as mulheres se tornassem férteis.
- 8.2 onde (…) amor Segundo o TM. A LXX tem: “ao quarto daquela que me deu à luz”.
- 8.6 o sepulcro ou “Sheol”, o lugar onde vão os mortos.
- 8.10 Quando (…) me sinto bem Literalmente, “nos seus olhos acho paz”. Em hebraico estas palavras é parecida com os nomes Salomão e Sulamita.
- 8.11 mil moedas Literalmente, “mil siclos”. Ver tabela de pesos e medidas.
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