Add parallel Print Page Options

Deus e o seu povo

Poema de Asafe.

Escute, meu povo, o meu ensino,
    preste atenção ao que eu lhe digo.
Vou lhe contar uma história,
    falar de provérbios antigos.
Coisas que ouvimos e aprendemos
    e que os nossos pais nos ensinaram.
Não esconderemos essas coisas dos nossos filhos;
    iremos passá-las às gerações seguintes.
Louvaremos sempre ao SENHOR
    e falaremos do seu poder e das maravilhas que ele fez.

Ele fez uma aliança com Jacó,
    e deu os seus mandamentos ao povo de Israel.
E ordenou aos nossos antepassados
    que os ensinassem aos seus filhos.
Os seus filhos ficariam conhecendo-os
    e, por sua vez, eles os ensinariam aos filhos deles
    que ainda não tinham nascido.
Assim eles porão a sua confiança em Deus;
    nunca esquecerão o que ele fez
    e serão obedientes aos seus mandamentos.
Eles não se revoltarão contra Deus
    como fizeram os seus antepassados,
que não obedeceram a Deus
    e foram rebeldes e teimosos.

Os homens da tribo de Efraim armados com arcos e flechas
    fugiram no dia da batalha.
10 Eles não foram fiéis à aliança que fizeram com Deus,
    recusaram-se a obedecer aos seus ensinos.
11 Esqueceram-se do que Deus tinha feito por eles,
    das maravilhas que ele tinha lhes mostrado.
12 Eles esqueceram os milagres que Deus tinha feito à vista dos seus antepassados
    na terra do Egito, na região de Zoã.
13 Deus dividiu o mar e ajudou o povo a atravessá-lo,
    contendo as águas como se fosse uma barragem.
14 Todos os dias Deus os guiava com uma nuvem,
    e todas as noites os conduzia pela luz do fogo.
15 Ele partiu as rochas no deserto
    e lhes deu água para beber das profundezas da terra.
16 Deus fez a água sair da rocha
    e correr como um rio.

17 Mesmo assim os nossos antepassados continuaram pecando contra Deus;
    se revoltaram contra o Altíssimo no deserto.
18 Decidiram pôr Deus à prova,
    pedindo-lhe a comida que queriam.
19 Duvidaram dele, dizendo:
    “Alguma vez será Deus capaz de nos dar comida no deserto?
20 Sabemos que ele bateu na rocha
    e fez sair dela rios de água,
    mas vamos ver se ele também nos pode dar pão e carne”.
21 O SENHOR ouviu o que eles disseram
    e ficou furioso com o povo de Jacó,
    ficou irritado contra Israel,
22 porque eles não confiaram em Deus,
    nem creram que ele podia salvá-los.
23 Apesar disso, ele deu ordens às nuvens,
    abriu as portas dos céus
24 e fez chover maná para o povo comer;
    deu-lhes o pão do céu.
25 As pessoas comeram o pão dos anjos.
    Deus enviou-lhes comida em abundância.
26 Depois Deus enviou do céu o vento leste
    e pelo seu poder fez soprar o vento sul.
27 Fez chover carne sobre eles,
    fez cair tantas aves como a areia do mar.
28 Deus fê-las cair no meio do acampamento,
    em volta das tendas.
29 Eles comeram até ficarem mais do que satisfeitos,
    e assim Deus fez o que eles desejavam.
30 Mas quando ainda não tinham se fartado,
    quando ainda tinham a comida na boca,
31 Deus mostrou a sua ira matando os mais fortes,
    os jovens de Israel.

32 Mesmo depois desses milagres, eles ainda continuaram pecando
    e não acreditando que Deus podia fazer maravilhas.
33 Por isso Deus destruiu as suas vidas
    como um sopro e como um terror repentino.
34 Mas sempre que Deus matava alguns,
    os outros corriam para ele,
    se convertiam e regressavam para Deus.
35 Se lembravam, então, que Deus era quem os protegia,
    que o Deus Altíssimo era quem os resgatava.
36 Tentavam enganar a Deus com os seus louvores,
    tudo o que saía da boca deles era falso.
37 O coração deles não era sincero,
    nem eram fiéis à sua aliança.
38 Mas Deus tinha misericórdia deles,
    perdoava-lhes os seus pecados e não os destruía.
Muitas vezes conteve a sua ira
    para não destruí-los.
39 Deus se lembrava de que eles eram mortais,
    um vento que passa e não volta mais.

40 Quantas vezes eles se revoltaram contra Deus!
    Quantas vezes Deus ficou triste por causa deles!
41 Muitas vezes puseram à prova a sua paciência,
    afligiram o Santo de Israel.
42 Eles se esqueceram do seu poder,
    das vezes que ele os salvou do perigo.
43 Eles se esqueceram dos sinais poderosos que Deus fez no Egito,
    e dos milagres na região de Zoã.
44 Deus transformou os rios em sangue,
    e os egípcios não puderam beber dessa água;
45 mandou milhares de moscas para atormentá-los,
    e rãs para arruiná-los;
46 enviou insetos para arruinarem as plantações,
    e gafanhotos para comer as colheitas;
47 destruiu as vinhas com granizo
    e as figueiras com pedaços de gelo;
48 destruiu também o gado com o granizo,
    e os rebanhos com os raios;
49 soltou a sua fúria e indignação,
    descarregou contra os egípcios a sua ira ardente,
    e enviou os seus anjos destruidores.
50 Deus dirigiu toda a sua ira contra eles,
    os matou com uma praga,
    e não os salvou da morte.
51 Ele matou todos os filhos mais velhos do Egito,
    fez morrer todo primeiro filho da família de Cam[a].
52 Depois, Deus levou o povo de Israel para o deserto,
    conduziu o seu povo como um pastor conduz o seu rebanho.
53 Deus os conduziu com toda a segurança para eles não terem medo,
    mas afundou os seus inimigos no mar.
54 Deus levou o seu povo à sua terra santa,
    ao monte que ele mesmo conquistou com o seu poder,
55 e expulsou dessa terra as nações que lá estavam.
    Depois, distribuiu a terra pelo seu povo como sua herança,
    e instalou as tribos de Israel nas tendas dessas nações.

56 Mas os israelitas puseram o Deus Altíssimo à prova, revoltando-se contra ele,
    e desobedecendo aos seus mandamentos.
57 Rebelaram-se contra ele, foram infiéis como os seus pais,
    desleais como um bumerangue.
58 Provocaram a ira de Deus ao construir altares para adorar outros deuses.
    Causaram-lhe ciúmes fazendo estátuas de deuses falsos.
59 Quando Deus soube disso, ficou furioso
    e rejeitou Israel completamente.
60 Deus abandonou o lugar de adoração que havia em Siló[b],
    a tenda onde ele habitava entre os seres humanos.
61 Permitiu que o inimigo capturasse a arca da aliança,
    o símbolo do seu poder e da sua glória.
62 Deixou que o seu povo fosse morto à espada,
    pois estava irritado com o povo que lhe pertencia.
63 Os jovens foram consumidos pelo fogo
    e as noivas não puderam se casar.
64 Os sacerdotes foram mortos à espada,
    e as suas viúvas não puderam chorar por eles.

65 Então o Senhor despertou como de um sono profundo,
    como um guerreiro que acorda da sua bebedeira.
66 Obrigou os seus inimigos a fugirem,
    derrotados e humilhados para sempre.
67 Também rejeitou os descendentes de José,
    não escolheu a tribo de Efraim.
68 No lugar deles, escolheu a tribo de Judá,
    e o seu amado monte Sião.
69 Construiu o seu santuário para existir para sempre,
    um santuário alto como o céu e firme como a terra.
70 Deus escolheu o seu servo Davi,
    tirando-o do curral das ovelhas.
71 Deus o tirou de onde ficava cuidando dos rebanhos
    e o colocou como pastor de Jacó, o seu povo,
    o povo de Israel, a sua herança.
72 E Davi cuidou deles com honestidade,
    com sabedoria conduziu o povo de Deus.

Footnotes

  1. 78.51 Cam Os egípcios eram descendentes de Cam. Ver Gn 10.6-10.
  2. 78.60 Siló Ver 1Sm 4.10-11; Jr 7.17.